Pesquisadores da UFLA realizam caracterização genética e fenotípica de cavalos Mangalarga Marchador

Conhecido pelo temperamento dócil, adestramento fácil, capacidade de percorrer longas distâncias e principalmente pela maneira como se locomove “marchando”, o cavalo Mangalarga Marchador é o principal representante nacional de equinos marchadores e, desde 2014, é considerado patrimônio nacional. Minas Gerais, especialmente a região Sul, é considerada “berço” da raça e a sua importância se destaca no agronegócio.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a equinocultura chega a movimentar R$ 16 bilhões por ano e gera cerca de 3 milhões de empregos no País. Tamanha importância gerou uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA), através de um termo de cooperação com o Mapa, e a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) a fim de realizar um estudo inédito e abrangente sobre a genética e o fenótipo da raça, por meio de estudos moleculares e de características morfofuncionais. “Temos hoje a oportunidade de dar subsídio para uma futura implantação do primeiro programa de melhoramento genético de equinos no Brasil através da raça Mangalarga Marchador, com foco em aprimorar a seleção da marcha da raça”, comenta a professora Raquel Silva Moura, do Departamento de Zootecnia da UFLA, que coordena o estudo, juntamente com a professora Sarah Laguna Conceição Meirelles, do mesmo departamento.

A partir de um banco de dados cedido pelo Serviço de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), as pesquisadoras da UFLA iniciaram estudos para definição de equinos aptos para serem avaliados no projeto, que está sendo executado em etapas.

“A primeira parte desse estudo é a caracterização genética da raça Mangalarga Marchador; nós iniciamos em 2016 a coleta das amostras de pelos desses animais, e, ao final dessa pesquisa, a expectativa é de que tenhamos material genético de até 350 equinos da raça Mangalarga Marchador, e de diversas outras raças formadoras”, comenta a professora Sarah. A especialista explica ainda que, com o estudo do material genético desses animais, será possível fazer a avaliação da  caracterização genética da raça por meio de marcadores moleculares,  com a possibilidade de identificar genes ou alelos que são específicos da raça Mangalarga Marchador. Assim, quando um criador for registrar seu animal no  livro aberto, o equino, além de apresentar características morfológicas e de andamento dentro dos padrões exigidos pela ABCCMM, deverá apresentar um certo grau de semelhança com o padrão molecular obtido na pesquisa.

Na segunda parte da pesquisa, é feita a caracterização fenotípica da raça, sob coordenação da professora Raquel. “Através da ezoognósia, que é o estudo detalhado da conformação externa dos animais, pretendemos usar técnicas objetivas para avaliação da morfologia e andamento de animais, o que permitirá transformar dados subjetivos tradicionalmente aplicados em exposições de cavalos em números ou notas”. São avaliadas as medidas lineares, angulares, os aprumos, temperamento e ainda é feita uma avaliação objetiva da biomecânica do Mangalarga Marchador.

A pesquisa de abrangência nacional servirá de base para muitos estudos sobre equinos. “Com esse grau de detalhamento com que estamos estudando a raça, muitos estudantes de graduação e pós-graduação terão nesse projeto uma oportunidade única de se capacitarem como profissionais do cavalo. Haverá a geração de muito conhecimento, identificando alguns detalhes que hoje são suspeitos, ou reforçando aquilo que já se conhece sobre a raça.” A especialista acredita que os primeiros trabalhos estarão disponíveis até 2020.

Com a genotipagem e a avaliação morfofuncional desses animais prontas, a última etapa do estudo será estimar os parâmetros genéticos das características estudadas nesses animais, para saber se elas são herdáveis ou não. Isso será um grande passo para a implantação de um programa de melhoramento genético na raça usando as informações dessa pesquisa.

“O próximo passo ao final desse projeto será encontrar genes que mais influenciam as características de interesse econômico para a raça Mangalarga Marchador, podendo, assim, futuramente, selecionar um animal baseado não somente nos fenótipos (qualidade da morfologia e andamento), mas também  por meio da composição genética desse cavalo para certas regiões do genoma, o que é inédito em equinos”, enfatiza Sarah. Para a coleta dos dados, os pesquisadores irão percorrer criatórios e exposições em diversos estados brasileiros, para realizar uma amostragem nacional representativa da raça para caracterização.

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Imagens e edição do vídeo:  Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Inscrições para o curso de capacitação para gestores da UFLA podem ser realizadas até 24 de abril

A Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PRGDP) está com inscrições abertas para um curso de capacitação para gestores da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Serão 44 horas, divididas em quatro módulos. O interessado deverá preencher o formulário de inscrição e entregá-lo na Coordenadoria de Capacitação e Avaliação da PRGDP, até o dia 24 de abril de 2018. 

O curso tem como objetivo oferecer ao núcleo administrativo da UFLA conhecimentos necessários para exercer as atribuições do cargo em consonância com a legislação vigente e com os objetivos estratégicos da Universidade. 

Público-alvo: todos os pró-reitores e pró-reitores adjuntos, assessores da reitoria e das pró-reitorias, diretores e coordenadores de unidades organizacionais, chefes, sub-chefes e administradores de departamentos, coordenadores e coordenadores adjuntos de cursos de graduação e de pós-graduação que não participaram do curso em 2017 – Participação obrigatória.  Demais servidores interessados também poderão participar.

Coordenadoras: Elisângela Abreu Natividade, Shirley Michelle de Alcântara e Lílian Luciana da Silva (Coordenadoria de Gestão de Competências/ Coordenadoria de Capacitação e Avaliação/DDP/PRGDP)

Período de Realização: Segundas e quartas-feiras, das 14h às 16h, nos dias 25/4; 2 a 21/5; 23/5 a 27/6; 2 a 11/7.

Inscrições: Formulário Inscrição Capacitação para Gestores da UFLA 2018

Dia Mundial da Migração de Peixes será celebrado em Lavras- domingo (22/4)

No domingo, 22 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Migração dos Peixes (World Fish Migration Day-WFMD), um evento internacional realizado conjuntamente em 330 cidades do mundo. Várias entidades internacionais dedicadas ao estudo e conservação do meio ambiente promovem o evento com o objetivo de que variadas atividades relacionadas à sustentabilidade ecológica de ambientes aquáticos sejam realizadas.

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) promoverá uma ação entre 8 e 12 horas, na praça Augusto Silva. O evento será organizado pelo laboratório de Ecologia de Peixes, em parceria com o programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada. Um estande estará montado na praça, com informações sobre os peixes migradores da nossa região e jogos para as crianças. 

O WFMD será realizado em todo o mundo, a fim de gerar uma consciência global sobre a importância dos peixes migradores de água doce e da manutenção de rios livres de barramentos. É um evento voltado para o público em geral, especialmente para estudantes e seus professores, gestores e engenheiros, pescadores profissionais e amadores, bem como para todos os indivíduos que influenciam políticas públicas que afetam os rios.

 

Constelações indígenas são tema de pesquisa de TCC de estudante da UFLA

Não foram apenas os gregos que observaram o céu e identificaram constelações; ao contrário, diversas culturas enxergaram nas estrelas diferentes formas, e se guiaram por elas seguindo princípios astronômicos. Assim também ocorreu com os povos indígenas brasileiros que, de acordo com pesquisa realizada pela estudante Cibelly Pereira Ferreira (Ciências Biológicas), conseguiram medir o tempo e se orientar baseando-se nas estrelas.

“Há aproximadamente 30 constelações indígenas descritas. Um trabalho pioneiro nesse sentido foi feito em 1612, pelo missionário francês Claude d’Abbeville, que passou um período entre os Tupinambás”, conta. Dessas, duas destacam-se, inclusive no trabalho desenvolvido pela estudante: as constelações da Ema e do Homem Velho.

 “São constelações fáceis de serem vistas, mas de grande complexidade, formadas inclusive pelas regiões claras e escuras da Via Láctea”, explica Cibelly. A aparição da Ema marca a chegada do inverno e das estações secas no Brasil, enquanto o Homem Velho torna-se visível no verão, marcando a época das chuvas. Observando isso, os povos indígenas previam o clima e planejavam-se com relação às atividades de cultivo.

Acredita-se também que os indígenas observaram o movimento dos planetas e a influência das fases da lua sobre o comportamento dos animais, por exemplo. Ainda, desenvolveram relógios solares. As constelações Tupinambás se assemelharam a de outras tribos, como a dos Guaranis, mesmo com a distância geográfica e diferenças culturais entre os povos. 

O trabalho é orientado pelos docentes Karen Luz e Jose Nogales, ambos do Departamento de Física da UFLA (DFI). Para a estudante, há grande importância em resgatar e divulgar a cultura indígena: “Esquecemos, às vezes, a cultura que havia no Brasil, bonita e profunda. Então, é necessário que se estude e se saiba mais sobre o que havia aqui. Esse conhecimento, tão vasto e bonito, deve ser passado para os nossos filhos, para que a nossa cultura e identidade não seja perdida ao longo do tempo”.

Núcleo de Divulgação Científica

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

UFLA publica edital de Mudança Interna, Transferência Externa e Novo Título para 2018/2

A Diretoria de Processos Seletivos (Dips) da UFLA publicou o edital relativo aos processos de transferência para os cursos de graduação presenciais da Universidade, para o período letivo 2018/2. Assim, os interessados em mudança interna, transferência externa e obtenção de novo título terão o prazo de 27 de abril (a partir das 9 horas) a 15 de maio (até as 23h59) para se inscreverem.

De acordo com o Edital 242/2018 Dips/UFLA, serão ofertadas 430 vagas, distribuídas entre as três formas de ingresso previstas no documento. Metade das vagas será para Mudança Interna de Curso; 35% para Transferência Externa de Curso; e 15% para Obtenção de Novo Título. Será assegurada pelo menos uma vaga para a forma de ingresso Mudança Interna de Curso, em cada um dos cursos ofertados no edital.

Para concorrer às vagas, em qualquer uma das três modalidades, é necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em uma das edições compreendidas entre 2013 e 2017. A classificação dos candidatos será baseada nas notas obtidas no Enem, obedecidos os pesos das áreas, deliberados pelos colegiados de cursos.

Inscrições

Para a mudança interna, as inscrições deverão ser feitas pelo Sistema Integrado de Gestão – Sig (disponível em www.sig.ufla.br), com acesso feito pelo log-in institucional e senha. Não há custo de inscrição.

Os candidatos à transferência externa ou obtenção de novo título deverão se inscrever no site da Dips (www.dips.ufla.br) e nesses casos há uma taxa de R$ 65,00 (sessenta e cinco reais).

Resultados

O resultado preliminar será publicado a partir de 11 de junho de 2018, no SIG (mudança interna) e no site da Dips. Já a publicação do resultado final será a partir de 29 de junho, nos mesmos sites. É de responsabilidade do candidato se inteirar sobre o resultado.

Os pré-requisitos para cada modalidade, assim como as demais informações a respeito do processo, podem ser acessados no edital.

Acesse aqui o edital dos processos seletivos de mudança interna, transferência externa e novo título (2018/2).

 

Mais de 16 mil estudantes confirmados no UFLA de Portas Abertas- evento ocorrerá em 16 de maio

Mais de 16 mil estudantes já estão confirmados no IV UFLA de Portas Abertas que será realizado em 16/5, das 8h às 18h, no câmpus universitário. A mostra de profissões tem como objetivo permitir que os estudantes matriculados no Ensino Médio conheçam os cursos de graduação, as respectivas profissões e o funcionamento da Universidade. A última edição, realizada em junho de 2017, reuniu mais de 13 mil estudantes. 

As inscrições ainda podem ser realizadas pelas escolas. 

Cadastro das escolas

As escolas públicas e particulares interessadas devem acessar o formulário de inscrição (clique aqui), que deve ser preenchido por um responsável (professores, secretários, diretores, coordenadores, entre outros) da escola. O evento não aceita inscrições individuais de estudantes, apenas das escolas. As inscrições serão encerradas quando o número máximo permitido de visitantes for atingido.

Acesse o formulário de inscrição das escolas

Alimentação

Há um limite de refeições ofertadas pelo Restaurante Universitário (RU) durante o evento. Por isso, os critérios para selecionar as escolas que poderão usufruir do almoço no RU pelo valor R$ 5,00 por pessoa serão, em primeiro lugar – escola pública e em segundo lugar – ordem de inscrição.

Após a demonstração de interesse em almoçar no RU (por meio do preenchimento do formulário de inscrição), se ainda houver vagas disponíveis, a organização do evento entrará em contato confirmando o atendimento. Neste momento, a escola já deverá informar o número exato de alunos visitantes, com a menor margem de erro possível, para que assim outros alunos possam ser atendidos.

 Acessibilidade

A UFLA está atenta à acessibilidade. Sendo assim, escolas que tiverem algum aluno que necessite de atendimento especial devem especificar na ficha de inscrição.

Está disponível o aplicativo do IV UFLA de Portas Abertas

O aplicativo do UFLA de Portas Abertas já está disponível. Para baixar basta acessar o Play Store e procurar por UFLA de Portas Abertas (ou clique aqui para acessar o link). Por meio do aplicativo os participantes poderão conhecer melhor os cursos ofertados pela Universidade, obter informações gerais sobre a vida acadêmica, além de acessar um mapa para melhor orientá-los. 

O aplicativo foi desenvolvido pela Robotica Jr, empresa júnior formada por alunos do curso de Engenharia de Controle e Automação, com orientação de professores do Departamento de Engenharia da UFLA.

Mais de 16 mil estudantes já estão confirmados no evento que será realizado em 16/5, das 8h às 18h, no câmpus universitário. A mostra de profissões tem como objetivo permitir que os estudantes matriculados no Ensino Médio conheçam os cursos de graduação, as respectivas profissões e o funcionamento da Universidade.

A organização das atividades é feita pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), em conjunto com as entidades de extensão da Universidade e colaboração de toda a comunidade acadêmica. 

 

Nota de falecimento- professor Marcelo Adhemar de Andrade Carvalho

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) comunica e lamenta o falecimento do professor aposentado Marcelo Adhemar de Andrade Carvalho. O velório ocorre no São João Batista e o sepultamento será às 16h no Cemitério São Miguel. 

Professor Marcelo foi chefe do Departamento de Engenharia (DEG) entre 1984 e 1987, sendo homenageado na solenidade em comemoração aos 50 anos do Departamento, realizada em 2016. 

BIC Júnior/UFLA disponibiliza mais de 150 bolsas de estudos para alunos do ensino médio

Estudantes de escolas públicas de Lavras têm tido a oportunidade de realizar atividades de iniciação científica na UFLA por meio do BIC Jr., programa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). São disponibilizadas mais de 150 bolsas na Universidade a estudantes do 1º e 2º ano do ensino médio, contribuindo para o estímulo à ciência e à continuidade dos estudos no nível superior.

Na UFLA, o projeto é desenvolvido desde 2002 e já mudou a realidade de muitos estudantes de escolas públicas: só no ano passado, entre os 32 bolsistas que se formaram no projeto, 18 passaram para cursos de graduação na Instituição.

O processo seletivo de novos bolsistas é realizado ao final de cada ano.  Em 2017, 270 estudantes concorreram a 43 bolsas.  Na recepção, pais e estudantes participam de um evento para esclarecer os objetivos e as ações do Bic Jr., bem como as atividades que serão desenvolvidas pelos estudantes no decorrer do programa e que irão ajudar nas decisões futuras de cada um.

O projeto envolve mais de 130 professores de diversos cursos, que contribuem não somente para o crescimento educacional dos estudantes, mas também os preparam para lidar com situações de vida.  São diversas propostas e ações,  entre elas palestras e minicursos, como “Gravidez na adolescência”, ministrada pela professora Kátia Poles, do Departamento de Ciências da Saúde – (DSA); e “Gênero e sexualidade, gravidez e sexo na adolescência”, proferida pela professora Cláudia Ribeiro, do Departamento de Educação – (DED).

Os bolsistas participam, ainda, do Congresso de Iniciação Científica da UFLA – CIUFLA, que os prepara para elaborar e confeccionar resumos e pôsteres, além de esclarecer sobre os aspectos inerentes aos processos de investigação científica. Durante o evento de 2017, os bolsistas participaram do l Workshop BIC Júnior, que contou com várias atividades. Entre elas, uma mesa-redonda composta por um ex-bolsista, um docente e um técnico da universidade, com objetivo de discutir a importância do BIC Jr. na formação e na vida dessas pessoas.  Os participantes puderam também conhecer um pouco mais sobre os núcleos de estudos da universidade, que apresentaram de forma dinâmica e interativa suas pesquisas, possibilitando aos estudantes o conhecimento sobre outras áreas de atuação. 

De acordo com a coordenadora do projeto na UFLA, professora Rita de Cássia Suart,  o BIC Jr. é muito mais do que um simples programa educacional, pois é capaz de transformar a vida das pessoas. “Nesse um ano e meio de gestão BIC Jr., tenho aprendido muito mais do que coordenar um Programa. Tenho compreendido a importância intelectual, cultural e, principalmente, social do Programa na vida dessas pessoas. Muito mais do que aproximar a Universidade da comunidade lavrense, o BIC Jr. tem transformado a vida de muitos estudantes e de muitas famílias. Conversar com o pai ou mãe de um bolsista e ver em seus olhos a gratidão por estarmos recebendo o seu filho e contribuindo para a sua formação é muito gratificante! Vemos e vivenciamos, nos relatos e nas conversas com os bolsistas, o quanto o BIC é um programa transformador e enriquecedor para todos os envolvidos, inclusive para todos nós da gestão”, ressalta.

Milena Maria Ribeiro foi uma das 32 formandas em 2017. Para ela, o programa a ajudou a ter responsabilidade e maturidade. “Com o meu projeto, aprendi também a cumprir os horários propostos e a praticar a leitura com os textos que todos os meses lemos. É de fato uma experiência inexplicável e inesquecível, por toda a vida vou levar comigo os ensinamentos e tudo que aprendi. Com o BIC Jr., descobri minha verdadeira paixão, Pedagogia, pois trabalhar com pessoas especiais é muito gratificante. Este ano, deixo o projeto com muita gratidão e alegria em ter feito parte. Pretendo, nos anos seguintes, continuar minha formação e, se possível, continuar na equoterapia”, revela a estudante.

Fazem parte do BIC Jr. sete escolas estaduais de Lavras: Escola Estadual Azarias Ribeiro, E. E. Cinira Carvalho, E. E. Cristiano de Souza, E. E. Dora Matarazzo, E. E. Dr. João Batista Hermeto, E. E. Firmino Costa e Colégio Tiradentes.

Processo seletivo:

A seleção dos estudantes é realizada de acordo com o número de vagas disponíveis para o período.  Normalmente, a seleção ocorre no final do segundo semestre de cada ano. E a partir dessa seleção, é elaborada uma lista com os nomes dos candidatos, que participam  de uma prova de redação, entrevista e análise do boletim escolar.

Os aprovados iniciam as atividades imediatamente. É divulgada uma lista com os suplentes que serão convocados, caso haja substituição, e uma lista com aqueles que não atingiram a nota de corte. Os estudantes classificados em ordem decrescente na lista de suplentes são convocados à medida que ocorra desligamento de bolsistas. A convocação obedece à ordem de classificação dos estudantes no processo seletivo.

Mais informações sobre o BIC Júnior em www.prp.ufla.br/iniciacao-cientifica/bic-junior/

 

Melissa Vilas Boas – bolsista do Projeto DCOM/TVU/Fapemig

Estudante da UFLA participa do Programa de Vivências no SUS do Ministério da Saúde

Em parceria realizada pelos cursos de Medicina e Engenharia ambiental e Sanitária, por meio da disciplina de Epidemiologia e Saúde Pública, ministrada pela professora Stela Márcia Pereira, do Departamento de Ciências da Saúde (DSA), o estudante Juliano Rezende Mudadu Silva, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária foi selecionado para o projeto “VER-SUS – no VALE 2018”, onde teve uma vivência de oito dias nos municípios de Juazeiro e Petrolina, sertão baiano e pernambucano, respectivamente. 

A imersão no programa ocorreu por meio de debates sobre as realidades dos povos e o funcionamento de cada nível de complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e contou com o apoio a Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco (Univasf). O estudante, e outros 29 participantes, receberam auxílio dormitório, alimentação e transporte.

O VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde) é um projeto estratégico do Ministério da Saúde que acontece desde 2002, com foco na formação de trabalhadores para o SUS. Destina-se aos estudantes universitários brasileiros dos cursos da área da saúde, todavia tem aberto espaço para áreas conexas que contribuem para a redução do risco de doenças e de outros agravos.

O estudante da UFLA vivenciou experiências em Juazeiro, Bahia, participou de aulas e debates de diversos temas sobre o funcionamento da sociedade, conhecimento de fitoterápicos, uso de folhas e raízes medicinais pelos sertanejos e agroecologia. Também participou de dias de imersão no campus da Univasf de Juazeiro, onde o debate sobre o SUS foi mais intenso. A “Atenção Primária à Saúde (APS)” foi tema central, assim, foram realizadas visitas às Unidades Básica de Saúde (UBS), Unidades de Saúde da Família (USF-PSF), e Unidades de Pronto a Atendimento(UPA).

Juliano relata que a vivência lhe possibilitou adquirir mais conhecimentos da saúde pública e entendimento da vida. “Notei a não existência de sistemas, ou de um simples filtro, para o tratamento da água. O lixo gerado era descartado no quintal de cada casa, ficando exposto no ambiente em que crianças brincavam. Sendo a prova concreta da gritante necessidade de nós, profissionais promovedores do saneamento básico, contribuirmos para a saúde das populações. Para mim, foi o início de uma longa jornada, da luta pelo fim do maior desastre ambiental brasileiro, e provavelmente mundial, a falta saneamento básico, causador de diversos problemas de saúde pública. Outro ponto marcante ocorreu em uma tarde em que tivemos a honra da visita de Luciene, que ficou 13 anos internada em manicômio. Chocou e comoveu todos os viventes com a sua história. Estimulando o debate da importância do CAPS- Centro de Atenção Psicossocial como um espaço de reconstrução”.

Para a professora Stela, tais experiências vêm ao encontro do direito de cidadania. “É consenso mundial de que o Estado é responsável pela saúde de seus povos. No Brasil, por meio da Constituição de 1988 tem-se, pelo artigo 196, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Deste modo, tais vivências sucitarão em nossos alunos a compreensão, na prática, sobre a necessidade de buscarnos o cumprimento desses direitos e seus impactos. Ademais, temos vivenciado, em todo mundo, o aparecimento de doenças emergentes e reemergentes”.

Colaboração direta da professora Stela Márcia Pereira

Proximidade com florestas nativas pode favorecer a biodiversidade em áreas de plantio, diz pesquisa

Wallace em área monitorada.

Um estudo feito com comunidades de escaravelhos, em áreas de plantação de eucaliptos na Amazônia, concluiu que ecossistemas de plantação podem ser melhorados mantendo áreas de florestas naturais ao redor das de produção. Esta foi a conclusão da tese de doutorado de Wallace Beiroz, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada.

Wallace utilizou dados obtidos entre 2009 e 2013, de áreas de plantação de eucalipto próximas ou não de florestas naturais, na região Nordeste do Pará. Aquelas com mais floresta nativa possuíram mais possibilidade para a chegada de besouros rola-bosta, espécies sensíveis e indicadoras da saúde do ambiente. Esses animais desempenham função importante no ciclo da matéria orgânica, transportando nutrientes pelo solo (auxiliando o desenvolvimento das plantas e microrganismos). Em plantações com maior quantidade de floresta ao redor, foram encontradas comunidades com distribuição mais igualitária das características funcionais.

Parte da pesquisa foi dedicada ao registro do número de espécies encontradas nas áreas de plantação, mas Wallace também avaliou outras características, como: o peso médio dos animais; período de atividade (diurnos ou noturnos); e dieta e tratamento do esterco, entre outras características funcionais que afetam a influência das atividades dos besouros no ecossistema. Uma das conclusões foi que as plantações mais próximas das florestas naturais não tinham necessariamente mais espécies de besouros do que as outras, mas costumavam incluir mais besouros com potencial de reciclar mais matéria orgânica.

Uma das espécies de escaravelho encontrada no solo pesquisado.

Assim, essas áreas próximas de florestas naturais tinham funcionamento mais parecido com essas últimas. “Em áreas distantes de florestas naturais (menos úmidas), bichos diurnos estão mais sujeitos a perder água, e é comum que desapareçam de plantações. Assim como animais pesados, que precisam de mais recursos e promovem mais ciclo de nutrientes”, diz o pesquisador.

Durante a pesquisa, outra conclusão foi que o funcionamento do agroecossistema pode se manter, mesmo perdendo espécies em relação à floresta – isso porque algumas delas podem apresentar redundância em relação ao papel no funcionamento. “Por isso, é importante que áreas nativas sejam preservadas, para que sirvam de fonte de espécies para áreas modificadas, promovendo a sustentabilidade”, aponta Wallace.

Uma das características das plantações para permitir mais oportunidade de entrada de espécies naturais é o aumento da área de floresta nativa e natural ao redor. “Ou seja: teoricamente, florestas próximas podem garantir uma maior ciclagem de nutrientes e fluxo de energia em plantações”.

Impactos

Wallace aponta que os resultados podem ser interessantes para a redução  do uso de agrotóxicos e dos gastos de manutenção das plantações. A pesquisa sugere que a restauração ou manutenção de florestas naturais pode facilitar o movimento de espécies: “Os proprietários de plantações têm gastos para fornecer nutrientes para tornar as plantações mais produtivas, mas, caso mantenham a floresta natural ao redor das plantações, podem ter esse serviço gratuitamente dos besouros”, diz.

“Outro resultado interessante foi que apesar dos besouros rola-bosta normalmente se recuperarem, uma seca forte ou prolongada pode prejudicar a comunidade de rola-bosta. Portanto, o aumento das secas devido às mudanças climáticas pode ser um grande problema, já que esses besouros são responsáveis pela ciclagem de nutriente e até dispersão de sementes. Então, podemos estar matando as florestas indiretamente, mesmo aquelas que são consideradas protegidas”.

Dupla titulação com a Universidade de Lancaster

Wallace passou um ano na Inglaterra, no Centro de Meio Ambiente da Universidade de Lancaster, e obteve dupla titulação. A experiência no exterior foi positiva: “Incentivo todos os estudantes a tentar passar um período no exterior. Isso faz enxergar como outra cultura vive, sair um pouco da zona de conforto. Isso muda a forma de ver o mundo e elimina muitos preconceitos”.

Ele foi orientado pelo professor Júlio Louzada (DBI) e teve coorientação dos docentes Emma Sayer, Jos Barlow e Eleanor Slade. A tese, premiada como a melhor do Programa de Pós-Graduação daquele ano, foi defendida no final de 2016.

Núcleo de Divulgação Científica da UFLA.

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Universidade Federal de Lavras