UFLA participou de evento em Brasília para discussão das estatísticas brasileiras de café

O chefe do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), professor Renato Fontes, participou na última sexta-feira (11/5), em Brasília, do Seminário Estatísticas Brasileiras de Café, que teve como tema o “Aprimoramento Doméstico e Alinhamento Internacional”. O evento abordou a questão das estatísticas nacionais e as formas necessárias para que sejam aprimoradas e equiparadas ao modelo internacional, tendo em conta o impacto do tema para o agronegócio do café.

Durante o seminário, o professor apresentou o trabalho da UFLA na área e as possibilidades de contribuição com os agentes do agronegócio do café. “A Universidade, com a constante geração de conhecimento, assume importância no cenário nacional e internacional e contribui para o desenvolvimento de produtos e processos essenciais a esse ramo do agronegócio”, comenta Renato.

O evento foi realizado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a organização foi do Conselho Nacional do Café (CNC). O presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, e o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), José Dauster Sette, conduziram as atividades, que contaram com a presença de presidentes de cooperativas cafeeiras do Brasil, diretores do Mapa e superintendentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diretores da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe) e Confederação de Agricultura e Pecuária (CNA).

 

PAS 2018: UFLA divulgou editais, confira prazos, datas e conteúdos programáticos

Em 2018, as provas referentes à 1ª e 2ª etapas do Processo de Avaliação Seriada da UFLA (PAS) serão aplicadas nos dias 24 e 25 de novembro, com inscrições abertas, para as três etapas, de 6 de julho a 16 de agosto. Essas e outras informações já estão disponíveis nos respectivos editais, divulgados pela Diretoria de Processos Seletivos da UFLA (Dips). Os editais individuais para cada etapa, os conteúdos programáticos (incluindo  as obras literárias) e outros dados sobre esse processo estão disponibilizados no site www.ufla.br/pas.

Inscrições

O prazo de inscrições irá das 9h de 6 de julho até as 18h de 16 de agosto. A inscrição deverá ser feita no site do PAS – candidatos que prestarão a 2ª ou 3ª etapa devem estar atentos à renovação de inscrição, para continuarem a participar do processo seletivo. Há uma taxa de inscrição de R$115,00 para a primeira e segunda etapa; e de R$60,00 para a terceira etapa. Para efetuar a inscrição, é imprescindível que o candidato esteja inscrito no Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Possuir documento de identidade também é necessário para a inscrição. Serão aceitas: carteiras expedidas por Secretarias Estaduais de Segurança Pública, Forças Armadas, Polícias Militares, Polícias Civis, Corpo de Bombeiros Militares; carteiras expedidas por Ordens ou Conselhos criados por Lei Federal, desde que contenham fotografia e o número da identidade que lhes deu origem; Carteira Nacional de Habilitação (com fotografia, na forma da Lei nº 9.503/1997); Carteira de Trabalho; ou Passaporte (dentro do prazo de validade). Não serão aceitos documentos de outras pessoas.

Isenção da taxa de inscrição

De 25 de junho a 5 de julho (até as 23h59), ocorrerá o prazo para requerer isenção da taxa de inscrição. Terão direito a esse benefício somente os candidatos que comprovarem cumulativamente: possuir renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio; e estar cursando ou ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou como bolsista integral em escola da rede privada, ter.

Para solicitar, o candidato deverá acessar a área de inscrições da sua etapa, na opção “Solicitação de Isenção da Taxa de Inscrição”, onde deverá se inscrever, seguindo os procedimentos descritos no respectivo edital. O resultado do pedido de isenção será divulgado a partir do dia 8 de agosto no site do PAS.

Provas

As provas da 1ª e 2ª etapas serão realizadas nos dias 24 e 25 de novembro de 2018, em Lavras, Alfenas, região metropolitana de Belo Horizonte, Divinópolis, Itajubá, Juiz de Fora, Pouso Alegre, Varginha e Uberlândia. A escolha da cidade deve ser feita durante a inscrição, pelo candidato. O endereço completo do local de provas será indicado no Comprovante de Inscrição, disponibilizado em www.ufla.br/pas a partir de 14/11.

Os candidatos que se inscreverem na terceira fase do PAS devem fornecer o seu número de inscrição no Enem 2018. Isso porque a terceira etapa é correspondente ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O candidato da terceira etapa, além de renovar sua inscrição nessa última fase, precisa estar inscrito no Enem.

A pontuação geral do candidato no PAS é obtida pelo somatório das três etapas, com os seguintes pesos: 25% para a primeira; 35% para a segunda; e 40% para a terceira.

Renovação da inscrição

O candidato do PAS deve renovar sua inscrição em cada uma das etapas, durante o período de inscrição. A não renovação acarretará a sua automática exclusão do grupo no qual estiver inscrito.

Ao se inscrever para a primeira etapa do PAS, o candidato deverá estar matriculado ou já ter concluído, no mínimo, a 1ª série do Ensino Médio cuja modalidade de ensino seja regular (de três anos), ou a 2ª série do Ensino Médio cuja modalidade de ensino seja de quatro anos. Durante a inscrição, o candidato que estiver cursando o Ensino Médio cadastrará a escola na qual estiver matriculado, fornecendo seus dados no requerimento de inscrição.

Vagas reservadas

Em cumprimento à Lei nº 12.711/2012 (alterada pela Lei nº 13.409/2016), a UFLA reservará 50% do total das vagas ofertadas para o PAS Terceira Etapa (GRUPO XVIII / Triênio 2017-2019), por curso, para os candidatos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. A distribuição das vagas reservadas será feita em 8 grupos, descritos no edital da 3ª etapa. Todas as informações sobre cotas estão disponíveis no site do PAS.

Sobre o PAS

O PAS é um processo aplicado em três etapas consecutivas, sendo cada uma delas realizada ao final de cada ano do Ensino Médio. As provas das duas primeiras etapas são de múltipla escolha e redação; na primeira, é cobrado o programa da 1ª série do Ensino Médio, e na segunda, são cobrados os programas da 1ª e 2ª séries do Ensino Médio. Na terceira etapa do processo será considerada a nota do Enem.

Os candidatos que já realizaram as duas primeiras etapas deverão fazer a inscrição para a terceira, como previsto no Edital. Nessa fase, o candidato fará a opção pelo curso no qual pretende ingressar.

A UFLA destina 40% das vagas dos cursos de graduação presenciais, ofertadas no primeiro período letivo de cada ano, aos candidatos do PAS.

Editais e programas das matérias

Mais informações

 

UFLA e Expocafé: contribuições históricas para a cafeicultura

Em 2018, a Expocafé, a maior feira nacional de transferência de tecnologia e de extensão do agronegócio café, completa 21 anos de existência. Realizado atualmente pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o evento teve, em seus primórdios, a fundamental contribuição da Universidade Federal de Lavras (UFLA) como idealizadora e realizadora das edições de 1998 a 2009 e, hoje, como parceira e integrante do conselho gestor. Com a intenção de relembrar alguns momentos emblemáticos da história da Expocafé, a UFLA, por intermédio da Agência de Inovação do Café (InovaCafé), desenvolveu um estande, aberto à visitação de 16 a 18 de maio.  

O público poderá ter acesso aos principais marcos da feira ao longo dos anos, além de fotos e materiais gráficos que marcaram sua trajetória. E para entender em que circunstâncias se deu o surgimento da Expocafé, é preciso voltar no tempo, mais precisamente ao cenário da cafeicultura no Sul de Minas encontrado na década de 1990.  

Em 1997, o projeto “Avaliação de métodos de colheita de café” – capitaneado pelo professor de Engenharia Agrícola da UFLA, Nilson Salvador, em parceria com o também professor da área, Fábio Moreira da Silva – era responsável por avaliar máquinas de arruação, colheita e limpeza. A fazenda do “Sr. Juquinha”, um dos grandes produtores de café da região, localizada em Santana da Vargem/MG, foi o local escolhido para a realização do trabalho.   Durante as avaliações, observou-se uma significativa carência em relação aos equipamentos destinados à cafeicultura.

O maquinário existente no mercado era praticamente desconhecido dos produtores, de elevado preço e de baixa eficiência. À época, a colheita era praticamente manual e não havia a preocupação de programar a lavoura para a mecanização de todas as suas etapas. Além disso, as máquinas não eram projetadas para as condições de manejo do café na região, como alinhamento e distância entre ruas, cultivar/variedade de café, número de plantas por cova, declividade do terreno e arruação, por exemplo.  

Outra constatação é de que havia um grande interesse por parte dos produtores de resolver os seus problemas inerentes ao alto custo da colheita e à dificuldade de mão de obra qualificada para a colheita do café. “Mediante essas observações, veio a ideia de procurar atender aos anseios dos produtores e auxiliar, ainda, a indústria no que se refere à divulgação dos equipamentos disponíveis”, relata Salvador.  

A UFLA, dessa forma, resolveu promover a junção do ensino, da pesquisa e da extensão com o sistema envolvendo a mecanização do café. “A ideia era fazer com que aprendêssemos mais, buscássemos problemas no campo para trazer para a universidade e centros de pesquisa, além de usar a extensão para divulgar o que existia em termos de mercado”, resume.  

O professor Fábio Moreira, por sua vez, lembra da primeira pesquisa na área de mecanização realizado no âmbito do programa BIOEx-Café, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1997. A temática envolvia a utilização de máquinas portáteis para manejo e colheita semimecanizada. No ano subsequente, ele participou de visita à Itália, juntamente com representantes de cooperativas da região, e retornou com muitas novidades em termos de maquinário, entre elas derriçadoras de azeitona para serem aplicadas na cafeicultura. Logo, as inovações passaram a integrar a programação da Expocafé por meio de demonstrações diretamente no campo.  

O evento

Nilson Salvador conta que logo veio o questionamento de onde fazer um evento que pudesse atender todas as necessidades e alcançar bastante êxito. Até então, as feiras de maior porte estavam restritas aos grandes centros e capitais, locais aonde os cafeicultores não chegavam. Foi então que se decidiu pela realização no campo, que era a verdadeira “casa” do produtor, além de ser um espaço que possibilitaria a demonstração de máquinas diretamente na lavoura.   Em abril de 1998, após conversas junto à presidência da União Cooperativa de Agropecuária Sul de Minas (Unicoop), aventou-se a possibilidade de realização do evento no município de Três Pontas/MG.

No mesmo mês, também foi apresentada proposta junto à Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel). Ambas as cooperativas se dispuseram a patrocinar o projeto da feira. Paralelamente, houve visita à fazenda São Sebastião, de propriedade do Sr. Deca Miranda, e o local demonstrou possibilidades de atender à proposta do evento, com energia elétrica, fácil acesso e uma lavoura ao lado. Nilson Salvador relata que saiu de lá com uma responsabilidade enorme: realizar o evento em pouco tempo, mais especificamente em 24 de julho de 1998.   

Em maio daquele ano, comitiva do evento sul mineiro, composta por integrantes da UFLA, de representantes regionais e de grandes cooperativas, encaminhou-se à Agrishow, em Ribeirão Preto/MG, com a incumbência de atrair expositores e provar que havia mercado consumidor na região. “O primeiro contato foi com uma empresa fabricante de colhedoras automotrizes de café, que se mostrou muito resistente. As próprias empresas não acreditavam que as máquinas poderiam trabalhar por aqui, somente no Cerrado Mineiro. Mas saímos de lá com parcerias no segmento de máquinas em geral, de agroquímicos e insumos, transportes, máquinas agrícolas e embalagens”, enumera.  

Com a proposta concreta e a iminência de realização de um evento de porte nacional, a equipe de colaboradores da UFLA foi crescendo. Foi montada, na ocasião, uma completa estrutura, com acessibilidade, estacionamento, restaurantes, água potável, sanitários, recepção, energia e segurança. O saldo foi muito positivo, com um público estimado de 5 mil pessoas e a garantia de continuidade em próximas edições.   “Não posso deixar de mencionar importantes parceiros que auxiliaram na construção dessa história, como cafeicultores e instituições como Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Prefeitura Municipal de Três Pontas, cooperativas agrícolas, entre outros”, cita.  

A Expocafé foi realizada na Fazenda São Sebastião até 2002. A estrutura passou a ser insuficiente para o porte do evento, que foi crescendo ao longo do tempo e apresentando novas exigências, com a migração para novo local, que é a Fazenda Experimental da Epamig, utilizada até hoje para sediar a feira. A UFLA manteve-se como realizadora da Expocafé até 2009. Em 2010, foi concedido o direito de realização do evento à Epamig, uma das empresas parceiras e membro do conselho gestor.  

Contribuições para a cafeicultura  

Segundo o professor Nilson Salvador, a Expocafé foi uma alavanca de desenvolvimento da cafeicultura nacional. “Estamos falando do maior evento de café do mundo em relação à mecanização da cafeicultura”, destaca. Para ele, as principais contribuições da feira são inúmeras, a saber: estímulo para que os produtores tenham uma visão mais empresarial e competitiva, produção de cafés de melhor qualidade, manejo adequado da cafeicultura nacional e no exterior, ampliação do cenário de oferta de máquinas agrícolas e melhoria da eficiência operacional e na redução de custos.   Salvador cita, ainda, o aumento da demanda de cafés especiais, o desenvolvimento de insumos relacionados à pós-colheita do café e sua comercialização, o incentivo ao desenvolvimento de políticas públicas para o agronegócio café, o desenvolvimento de novos produtos derivados, o direcionamento de pesquisas voltadas às necessidades do segmento e o incentivo à formação de núcleos de pesquisa no país.  

O ex-reitor da UFLA (2004-2012) e também coordenador do programa BIOEx/Café, Antônio Nazareno G. Mendes, reconhece a importância estratégica da idealização da Expocafé pelos pesquisadores e professores da universidade há pouco mais de 20 anos. “Nos orgulhamos da participação que a UFLA tem nesta parceria, como organizadora do evento por mais de 10 anos e como colaboradora, juntamente com a Epamig, Cocatrel, Prefeitura de Três Pontas e outros parceiros. São incontáveis as contribuições que ela deu à cafeicultura brasileira, particularmente no tema ‘mecanização da lavoura cafeeira’, tornando a produção dos cafés do Brasil  ainda mais sustentável”, opina.  

O ex-presidente da Cocatrel, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, em cujo cargo esteve por 21 anos, ressalta que a história da Expocafé se mistura à história da mecanização do Sul de Minas. “Com a feira e a disponibilização de conhecimentos e informações ao produtor, foi possível desmistificar a ideia de que a região era acidentada e inviável para o uso de máquinas. Nossos terrenos são ondulados e, com os tratos adequados e a melhoria das condições de declividade, a mecanização mostrou-se muito possível. A vontade do produtor uniu-se, assim, às possibilidades, fazendo com que mais de 60% das lavouras da região contem, hoje, com algum tipo de mecanização”, afirma.  

Ascom Inovacafé