Estudantes da UFLA constroem drone com materiais de baixo custo

Idealizadas inicialmente para fins militares, as aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), conhecidas como drones, são cada vez mais comuns. Seu uso abrange diversas áreas, de segurança a entretenimento. No Brasil, assim como em outros países, diversas pesquisas apontam a sua eficácia na agricultura de precisão.

Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), dois estudantes de Engenharia de Controle e Automação usaram como base diversas disciplinas do curso (eletrônica de potência, circuitos elétricos e programação) para a construção de um drone. O projeto teve início há pouco mais de um ano, sob orientação do professor Gabriel Araújo e Silva Ferraz, do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA). Após a projeção inicial, as peças foram adquiridas no mercado “A primeira parte foi projetar quais peças seriam necessárias, depois comprar esses equipamentos e iniciar a montagem. O drone ainda não está pronto; porém, testes em bancada já mostraram que os resultados são bem promissores.”

Ainda de acordo com o professor, a intenção é que posteriormente a aeronave seja testada para aplicações diretas como na agricultura. Marcello Gonçalves Moreira e Eduardo Massayuki Iwasaki, graduandos do 8º período foram responsáveis pela iniciativa do projeto. Segundo Marcello, o drone possui os equipamentos comuns a outras aeronaves remotamente pilotadas, como receptor do controle remoto, sensor de inclinação, bateria e motor. A diferença está na placa controladora, que, neste caso, é um arduino montado no centro de sua estrutura. “Geralmente os drones para a agricultura de precisão exigem um voo autônomo, cujo processamento é muito potente, sendo para isso utilizada outra placa controladora. Nossa intenção foi desenvolver um controlador de voo que é bem mais barato do que os utilizados, reduzindo muito o custo e ainda, assim, com a garantia de que não haverá uma queda da aeronave. Na agricultura, nosso drone poderá ser utilizado para uso geral: como sobrevoar as plantações e registrar as fotos”. 

O estudante explica todo o processo para a construção. “Para a programação dessa aeronave remotamente pilotada (ARP), do tipo quadricoptero com câmera acoplada, a estrutura mecânica foi comprada, modelo F450, toda em plástico firme para suportar o peso. Assim, nós analisamos o peso da estrutura com a bateria e a câmera para saber qual teria que ser a potência dos motores e das hélices para ele voar. Depois foram compradas as hélices e programamos a placa controladora arduino, tudo com a intenção de fazer um voo mais estável possível para conseguir tirar fotos de qualidade com baixo custo”. De acordo com os pesquisadores, o custo do drone construído foi de R$ 2 mil; no entanto, uma aeronave para o mesmo fim proposto é encontrada no mercado por cerca de R$ 10 mil.

O uso de aeronaves remotamente pilotadas (ARPs) para a coleta de imagens na agricultura permite ao produtor obter dados sobre o solo, a planta e microclimas da plantação, auxiliando no planejamento e alocação de recursos como água, fertilizantes, pesticidas, entre outros. O professor Gabriel ressalta ainda que a intenção é de divulgar o  projeto à comunidade, para que qualquer pessoa possa tentar desenvolver sua própria aeronave.

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo:  Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom

Confira o vídeo: 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.