Tese diferencia Megaprodutores como nova categoria do agronegócio

Pequenos, médios e grandes produtores rurais. A pirâmide do agronegócio brasileiro está dividida, atualmente, nessas três categorias, conforme legislação da área. Apesar disso, como enquadrar como apenas “grandes” aqueles que têm faturamento na casa dos muitos milhões de reais? Partindo dessa necessidade, o engenheiro agrônomo e administrador Patrick Fernandes Lopes desenvolveu o estudo “Megaprodutores: uma nova categoria nos sistemas agroindustriais brasileiros”, objeto de tese de Doutorado defendida no início de 2018 junto ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Orientado pelos professores Luiz Gonzaga de Castro Júnior e Renato Elias Fontes, o pesquisador do Banco do Brasil e ex-coordenador do projeto Linkafé, vinculado ao Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Agência de Inovação do Café (InovaCafé/UFLA), partiu do pressuposto de que o sistema financeiro já trabalha de forma diferenciada com os produtores rurais com Receita Bruta Agropecuária (RBA) a partir de R$ 10 milhões. “É, no mínimo, inadequado não categorizarmos esse grupo em termos de legislação. Dentre outros pontos, destaco a necessidade da criação de políticas públicas do agronegócio voltadas às especificidades dos Megaprodutores”, reforçou Lopes.

Segundo o autor, a tese procurou provar – matemática e cientificamente – em que consiste a diferenciação dos Megaprodutores em relação aos demais produtores rurais. Sua característica principal é a de serem detentores de grande patrimônio e de possuírem perfil private. Além disso, possuem grande alavancagem financeira e operacional. Assim, demandam não apenas grandes volumes de crédito, mas também consultoria em planejamento financeiro pessoal e assessoria patrimonial, sucessória e tributária. “Estamos falando do topo da pirâmide do agronegócio brasileiro e de produtores que possuem grande potencial de liderança, inovação e coordenação das cadeias produtivas onde atuam”, completou.

O trabalho, que contou com abordagens qualitativa e quantitativa, também apresentou uma análise acerca dos “perfis de investidor” dos Megaprodutores. Os resultados obtidos apontaram para a abertura de um novo campo de estudos e podem auxiliar no aperfeiçoamento das estratégias e políticas públicas voltadas aos sistemas agroindustriais brasileiros e aos mercados de crédito rural e de private banking.

Assessoria InovaCafé

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Semana de Planejamento e Formação Docente: professores trocam experiências de práticas pedagógicas

Como parte da 3ª Semana de Planejamento e Formação docente, foi realizada nesta quinta-feira (15), no Anfiteatro do Departamento de Agricultura (DAG) uma oficina com o relato de práticas docentes inovadoras como forma de fomentar  a interação com os estudantes de graduação da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

A professora Francine de Paulo Martins Lima, da Diretoria de Avaliação e Desenvolvimento de Ensino (Dade) explica que o objetivo da oficina foi promover um momento para os docentes da universidade terem voz e espaço para falar das suas boas práticas em diferentes áreas. Foram convidados os professores Alfredo Scheid (DCS), Welison Andrade (DBI) e Cléria Donizete (DAE), que relataram suas experiências com olhar específico para o discente, o  que de acordo com Francine é a chave para um ensino de qualidade. “Para que esse aluno possa aprender, é preciso saber que por trás desse ensino há tem um professor preocupado com o processo de aprendizagem dele.”

O evento  foi uma iniciativa da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), por intermédio das Diretorias de Avaliação e Desenvolvimento de Ensino (Dade) e da Diretoria de Educação a Distância (Dired). Durante toda semana,   uma série de atividades formativas ofertadas por meio de diferentes e diversas oficinas de práticas, com foco nas reflexões sobre a graduação na UFLA, os desafios e as possibilidades para inovação.

Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom

Estudo destaca a importância da mensuração dos gases de efeito estufa emitidos na produção de café

Você já ouviu falar no termo “Pegada de Carbono”? Nos dias de hoje, conceitos como sustentabilidade, rastreabilidade e consciência ecológica envolvem diversas atividades, entre as quais está a cafeicultura. Com base em tais tendências, o estudante do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Heitor Parreiras, apresentou, recentemente, a monografia intitulada “Emissão de gases de efeito estufa da cafeicultura em diferentes tipos de produção e regiões brasileiras”, constatando, em linhas gerais, que os produtores que têm consciência do quanto emitem obtêm maior competitividade no mercado.

O estudo recebeu orientação da professora Sílvia de Nazaré Monteiro Yanagi e coorientação do professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, e utilizou dados coletados por meio do projeto Campo Futuro – iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em parceria com o Centro de Inteligência em Mercados (CIM), vinculado à Agência de Inovação do Café (InovaCafé), com sede na UFLA.

Pesquisa
No trabalho, foram utilizadas as metodologias IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e GHG Protocol, ferramenta que permite o gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), direcionando-as à atividade cafeeira. A pesquisa envolveu 13 municípios produtores de café. O estudante baseou-se nos métodos para desenvolver um modelo, o qual foi aplicado nos dados de custo de produção em 2017, divididos em atividades ocorridas durante o ano agrícola, coeficientes técnicos de máquinas (operações mecanizadas) e aplicação de insumos (fertilizantes orgânicos, fertilizantes nitrogenados sintéticos, ureia, calcário e defensivos).

Na sequência, foi avaliada e comparada a emissão de gases na produção do Coffea canephora e Coffea arabica e, nesta última espécie, os diferentes tipos de produção: manual, semimecanizada e mecanizada. O estudo comparativo demonstrou que a emissão de GEE cresce conforme o nível de mecanização. Além disso, foi possível constatar que em quase todos os municípios analisados a emissão proveniente da aplicação de fertilizantes nitrogenados sintéticos configura a maior parte dos gases emitidos. Também, de acordo com o autor, a produção de C. canephora emite mais gases que a produção de C. arabica.

A pesquisa atestou, ainda, a importância da realização de um inventário de emissão de GEE, pois, a partir dele, é possível comparar a emissão de gases de café de diferentes produtores, distinguindo-os quanto a seus potenciais sustentável e ecológico.

>> Pegada de Carbono
O termo refere-se à mensuração da quantidade total da emissão de dióxido de carbono, acumulado – direta ou indiretamente – por uma pessoa, organização, evento ou produto durante as etapas de sua vida.

Ascom InovaCafé

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Professora da Universidade de Évora visita UFLA para fortalecer parceria

Na última semana a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu a visita da professora Fátima Baptista, diretora do Departamento de Engenharia Rural e vice-diretora do Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade de Évora, em Portugal. 

A visita ocorreu com o objetivo de estreitar a parceria já existente com a UFLA e projetar futuros projetos entre as duas universidades. Na ocasião, a professora ministrou uma palestra a toda a comunidade acadêmica para apresentar a Universidade de Évora e tratar sobre assuntos pertinentes a essa parceria. 

Além dessas atividades, a professora aproveitou a visita e se reuniu com o coordenador do curso de Engenharia Agrícola, professor Gabriel Araújo e Silva Ferraz, e também com o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia, professor Ednilton Tavares de Andrade, para discutir sobre possíveis projetos e a possibilidade de intercâmbio entre docentes e discentes. 

Os professores do Departamento de Engenharia: Patrícia Ferreira Ponciano Ferraz, Tadayuki Yanagi Junior, Rodrigo Allan Pereira, Rafael Mendes Farinassi e Priscilla Abreu Pereira Ribeiro aproveitaram a oportunidade para apresentar toda a estrutura da UFLA à professora Fátima, em especial o Departamento de Engenharia, com seus grupos de trabalho e projetos de pesquisa em execução, além dos novos projetos que poderão ser desenvolvidos juntos.

Por fim, a professora reuniu-se com a vice-reitora da UFLA, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho; o assessor para Desenvolvimento Acadêmico e Assuntos Administrativos, professor Márcio Machado Ladeira; o chefe do Departamento de Engenharia, professor Carlos Eduardo Silva Volpato; além dos professores Gabriel Araújo, Ednilton Tavares; Patrícia Ferraz e Priscilla Abreu, para tratar dos novos rumos dessa parceria que já é forte e só tende a ampliar.

Fátima Baptista

Leciona disciplinas na área do condicionamento ambiental, sobretudo em construções rurais. Desenvolve atividades de investigação nas áreas de controle ambiental em instalações pecuárias e em estufas, em temas relacionados com eficiência energética na agricultura e na agro-indústria e ainda na gestão e valorização de efluentes e resíduos agrícolas e agro-industriais, com ênfase na economia circular. É autora de mais de 100 artigos em revistas científicas nacionais e internacionais e de comunicações em várias reuniões científicas.