UFLA na Mídia: o uso de madeiras nativas brasileiras no envelhecimento da cachaça

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolveu uma pesquisa sobre o uso de madeiras nativas para a confecção de tonéis utilizados no envelhecimento da cachaça. O resultado da pesquisa apresenta alternativas que podem melhorar a qualidade da bebida, com um menor custo. 

O tipo mais comum e estudado de madeira para a fabricação de barris ou tonéis é o carvalho, sendo utilizado tanto o americano quanto o europeu, apresentando um custo mais elevado para a produção da bebida. A pesquisa de doutorado realizada no Laboratório de Análises de Qualidade de Aguardente (LAQA), do Departamento de Química (DQI), trouxe uma nova perspectiva para o uso de diferentes tipos de madeiras nativas brasileiras em tonéis recém-confeccionados, conforme Wilder Douglas Santiago, autor do estudo. “Nós comparamos o uso do carvalho com o de outras madeiras nativas brasileiras para verificar a semelhança do perfil físico-químico e da composição química em cachaças armazenadas no período de 12 meses”.

O estudo foi exibido no jornal da EPTV e na Rede Minas, confira:

http://redemais.tv.br/posts/ufla-desenvolve-pesquisa-sobre-armazenamento-da-cachaca 

http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/jornal-da-eptv/videos/v/pesquisa-da-ufla-avalia-uso-de-diversos-tipos-de-madeira-no-armazenamento-de-cachaca/6504660/

Veja também a matéria realizada pelo Núcleo de Divulgação Científica da UFLA:

http://www.ufla.br/ascom/2018/01/30/pesquisa-da-ufla-analisa-o-uso-de-madeiras-nativas-brasileiras-no-envelhecimento-da-cachaca/

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Pitaia: estudos na UFLA propõem uma alternativa para o melhor aproveitamento da fruta

O Brasil produz uma grande variedade de frutas, superando os 40 milhões de toneladas nos últimos anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, uma das maiores dificuldades enfrentadas na fruticultura brasileira é o grande desperdício, seja por falta de comercialização e escoamento da produção, ou pelo tempo curto de prateleira, principalmente de espécies exóticas como a pitaia, que pode ser encontrada de dezembro a meados de abril.

Uma alternativa para o máximo aproveitamento das frutas é o desenvolvimento de produtos processados da frutífera, por isso a pós-doutoranda da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Deniete Soares Magalhães, desenvolveu geleia, licor e barra de cereal usando a pitaia vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus) e vermelha de polpa vermelha (Hylocereus polyrhizus). Além do aproveitamento da polpa, foram desenvolvidas pesquisas com a utilização da casca da fruta da pitaia, que é algo inédito.

O professor José Darlan Ramos do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), orientador do projeto de doutorado, explica que as pesquisas de processamento da pitaia ainda são recentes, por isso, neste quesito destacam as análises feitas pela pós- doutoranda. “É mais uma alternativa de aproveitamento dos frutos, principalmente os de menor tamanho que não são aproveitados para o mercado in natura.”

Assim, a intenção foi desenvolver produtos a partir de materiais pouco aproveitados da fruta. “Nosso primeiro trabalho foi desenvolver geleias de pitaia de polpa branca e de polpa vermelha com diferentes níveis de casca (de 0 até 60%). Na de polpa branca, por exemplo, pudemos observar que a medida que se aumenta a concentração de casca, a geleia é mais aceita visualmente por conta da coloração. Já na de polpa vermelha, a coloração dela é tão forte que a diferença entre a produzida com a polpa e a com 60% de casca é mínima”, explica a pesquisadora.

Foram feitas análises da qualidade fisico, fisico-química e análise de aceitabilidade pelo consumidor. Para a produção da geleia, apenas uma parte da casca da pitaia é utilizada. A fruta é higienizada, depois retira-se o excesso de pele e aproveita-se a parte interna da camada. De acordo com o estudo, a adição da casca não interferiu no sabor da geleia, um resultado positivo no que diz respeito ao aproveitamento dessa parte da planta que seria descartada. O aproveitamento de cascas é uma alternativa sustentável, uma vez que a geração de resíduos agroindustriais tem se tornado um problema, especialmente para o meio ambiente.

Em parceria com o Departamento de Ciências de Alimentos (DCA), Deniete também desenvolveu outros produtos, como o licor de pitaia, tanto da de polpa branca quanto da vermelha, e as barras de cereais, nas quais os pesquisadores usaram a pitaia vermelha por conta de a coloração ser mais atrativa e pelo maior conteúdo de betalanaínas, que apresentam propriedades funcionais. Todos os produtos tiveram uma aceitação muito boa do consumidor.

Além disso, com polpas congeladas da fruta é possível fazer sucos e vitaminas, e a aceitabilidade sensorial desses produtos também foi objeto de estudo da pesquisadora. Estudos de aceitabilidade dos frutos in natura das diferentes espécies de pitaia, incluindo a pitaia amarela, também foram realizados, além de trabalhos de caracterização e qualidade dos frutos em diferentes estádios de desenvolvimento para determinação dos índices de maturação e auxiliar na indicação do melhor ponto de colheita das frutas. Novos estudos estão sendo conduzidos pela equipe, buscando o melhor aproveitamento da fruta.

Texto: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom.

Imagens e vídeo: Panmela Oliveira, comunicadora – bolsista Fapemig/Dcom.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.