Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café reúne pesquisadores e apresenta resultados relevantes para a cafeicultura

Pesquisadores de diferentes instituições brasileiras vinculados às dez linhas de pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café) reuniram-se na Agência de Inovação do Café (InovaCafé), na Universidade Federal de Lavras (UFLA), para apresentarem resultados da primeira fase de atuação do INCT, correspondente ao período de 2009 a 2016. O encontro ocorreu nos dias 1 e 2 de fevereiro.

“O INCT Café faz parte de uma das maiores iniciativas da ciência e tecnologia do Brasil. O foco do projeto não consiste somente na pesquisa, mas também na formação de recursos humanos, divulgação dos resultados de ciência, tecnologia e inovação, colocando em prática o princípio da educação servindo para a ciência”, explicou o coordenador do Instituto, professor da UFLA, Mário Lúcio Vilela Resende.

Através de quatro subprogramas que abrangem um total de dez linhas de pesquisas, o projeto tem a missão de gerar tecnologias apropriadas, competitivas e sustentáveis, por meio da integração de competências institucionais, capacitação de recursos humanos, estímulo à capacidade de inovação e geração de negócios de alto valor agregado na cadeia produtiva do café.

Durante os dois dias de trabalho, os pesquisadores apresentaram os resultados de suas pesquisas, que vêm gerando publicações científicas em diferentes áreas e revistas de renome nacional e internacional, depósitos de patentes, difusão e transferência de tecnologias e inovações com a promoção de eventos voltados ao público-alvo e parcerias com a iniciativa privada. 

Ao todo são 85 pesquisadores envolvidos, que representam oito instituições públicas de ensino e pesquisa do Brasil: UFLA (que sedia o INCT Café); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig); Instituto Agronômico de Campinas  (IAC); Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB); e Universidade Federal de Viçosa (UFV). O suporte financeiro é assegurado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig).

O pesquisador da linha de pesquisa em Pós-Colheita e Qualidade do Café e professor da UFLA, Flávio Meira Borém, avaliou a sua participação “o evento é muito importante porque ele permite a reunião entre pesquisadores e instituições para compartilhar resultados e metas futuras. Abrindo possibilidades de relacionamento porque a ideia é a criação da rede e até mesmo inspirar soluções de problemas que cada um pode estar enfrentando. O evento tem a característica de trazer novas ideias e reoxigenar esse grupo que tem tudo para continuar no futuro, trazendo produtos, ciência, tecnologia e melhoria para a sociedade, nosso foco é a melhoria da sociedade” ressaltou.  

O comitê gestor do instituto aproveitou o evento para debater a situação financeira atual do projeto, “é primordial manter a coesão do grupo nesse momento de dificuldades financeiras e realmente focar naquelas metas que são prioritárias para o crescimento do agronegócio do café no Brasil. Isso também nos motiva para buscar outros recursos, o fato de estarmos inseridos no INCT Café nos dá uma amplitude maior de conhecimento de grupo para que possamos trabalhar em equipe e buscar recursos em outras fontes, tanto no setor público quanto no setor privado”, explicou o professor Mário Lúcio. 

A integrante do comitê gestor, Édila Vilela de Resende Von Pinho, vice-reitora da UFLA e pesquisadora da linha de pesquisa em Conservação e Controle de Qualidade de Sementes de Café, ressaltou a atuação completa que o projeto exerce, “quando você envolve desde melhoramento genético até a parte final de comercialização que é o caso do INCT Café, conseguimos abranger várias áreas do conhecimento e com isso promovemos uma interação muito intensa dentro da nossa instituição.  Nós temos em mente que o principal objetivo do projeto, por meio de pesquisa básica, é pensar no desenvolvimento de uma pesquisa aplicada que possa desenvolver algum produto para a sociedade estimulando o desenvolvimento de inovações dentro da cafeicultura”.

O grupo de pesquisadores que já vem trabalhando juntos desde a criação do Consórcio Pesquisa Café, projeto que é coordenado pela Embrapa, tem a participação da pesquisadora da Epamig Sara Maria Chalfoun, pesquisadora responsável por Produtos Inovadores para a Cafeicultura dentro do INCT Café e integrante do comitê gestor. “Frente às limitações financeiras que têm sido vivenciadas por todos os setores ao mesmo tempo, é muito motivador promover esse encontro, onde podemos fazer um balanço dos resultados anteriores e temos a oportunidade de nos fortalecermos nessas ocasiões uma vez que ela otimiza a atuação dos pesquisadores, une esforços, analisa o uso dos recursos. Então nós estamos seguros que o INCT terá pleno êxito na continuidade de seus projetos na medida do possível, embora possa haver uma maior demora no atingimento das metas, mas todas as instituições participantes estão unidas e dispostas a enfrentar essa parte”, explicou Sara.

Linhas de pesquisas

Atualmente o INCT Café possui dez linhas de pesquisas que contemplam:

– Gestão de recursos genéticos na cafeicultura;

– Melhoramento visando resistência a estresses bióticos;

– Melhoramento visando qualidade de bebida;

– Genômica estrutural e funcional do cafeeiro;

– Genômica estrutural e funcional de patógenos do cafeeiro;

– Cultura de tecidos, clonagem e transformação genética;

– Cafeicultura no contexto das mudanças climáticas;

– Conservação e controle de qualidade de sementes de café;

– Pós-colheita e qualidade do café;

– Produtos inovadores para a cafeicultura.

Novo edital

Por deliberação do Comitê Gestor do INCT Café, um edital para seleção de bolsistas no ano de 2017 será publicado, tornando pública a abertura de inscrições e estabelecendo os critérios e procedimentos para a seleção de bolsistas de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI), nas categorias A, B e C, conforme tabela do CNPq, para apoiar a execução de projetos vinculados às linhas de pesquisa aprovadas na nova fase do INCT Café.

As inscrições poderão ser realizadas no período de 13 de fevereiro a 3 de março. Mais informações serão publicadas na íntegra do Edital, publicado no sítio eletrônico do INCT Café. 

Texto e Fotos: Vanessa Trevisan: jornalista InovaCafé.