II Simpósio de Ecofisiologia Sistêmica convida para reflexões que ampliem as fronteiras do conhecimento

O II SES 2016: espaço aberto para a discussão de temas emergentes do estudo das interações entre planta e ambiente
II SES 2016: espaço aberto para a discussão de temas emergentes do estudo das interações entre planta e ambiente

Contribuições da história para a reflexão e produção científica”, essa foi a palestra de abertura do II Simpósio de Ecofisiologia Sistêmica – SES 2016, iniciado nesta quarta-feira (26/10), no Anfiteatro “Ramalhão”, do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (DBI/UFLA). O evento, que segue até sexta-feira, tem a chancela da Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal (SBFV), com a organização do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal (PPGFV), Laboratório de Ecofisiologia Vegetal e Núcleo de Estudo em Fisiologia Vegetal.

Não foi por acaso que o evento teve início com a apresentação da professora Marina Battistetti Festozo, professora do DBI/UFLA na área de Educação Científica e Ambiental. Por meio de um breve resgate histórico sobre a produção do conhecimento em sociedade e suas transformações, a aula magna convidou os participantes para uma reflexão sobre a forma como a ciência é produzida, suas contribuições, utilidades e evolução ao longo dos anos.

E é justamente essa a proposta do II SES 2016, que se caracteriza como espaço aberto para a discussão de temas emergentes do estudo das interações entre planta e ambiente em seus aspectos mais amplos. A ideia é promover um ambiente favorável para discussão, desenvolvimento e disseminação de ideias inovadoras sobre a ecofisiologia de plantas, bem como suas aplicações mais diversas.

Único evento no Brasil voltado para eco fisiologistas, a programação é voltada para os profissionais e estudantes que estão inseridos em ensino e pesquisa sobre a interação entre planta e ambiente. Não é apenas um evento de caráter técnico-científico, mas um fórum para o debate de perspectivas científicas originais e inovadoras (novas hipóteses, teorias e metodologias) que inspirem e motivem o avanço da Ecofisiologia no Brasil.

professora Marina Festozo DBI/UFLA convida para reflexões sobre o modo de se fazer ciência
Professora Marina Festozo DBI/UFLA convida para reflexões sobre o modo de se fazer ciência

Representando a Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal, o professor Gustavo Maia Souza enfatizou que o evento traz a oportunidade de discutir temas que estão fora do paradigma central que envolve a ecofisiologia vegetal. “É muito importante quando grupos relevantes de pesquisa e universidades renomadas como a UFLA abram o debate sobre novas questões que ampliem a fronteira do conhecimento. A UFLA é um dos principais centros de pesquisa em fisiologia e ecofisiologia vegetal, com história e tradição”, destacou.

Incentivo ao debate

De acordo com o professor João Paulo Barbosa – presidente do evento, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal e tutor do Núcleo de Estudo em Fisiologia Vegetal, o objetivo é ampliar o debate sobre o tema ecofisiologia por meio de uma abordagem sistêmica e integrativa. Assim, o Simpósio segue a um modelo diferenciado, com a proposição de quatro painéis e a abertura de debate sobre diferentes temáticas: Instrumentação e Metodologias; Cognição/Inteligência em Plantas; Fisiologia do Estresse e Produção Vegetal.

As mesas são mediadas por pesquisadores renomados em cada uma das áreas abordadas, mas as palestras são proferidas prioritariamente por jovens pesquisadores, com a apresentação de linhas de pesquisas inovadoras. “O evento oferece aos participantes uma oportunidade para compartilhar informações e resultados de pesquisa, estabelecer parcerias e formar massa crítica capaz de ampliar o conhecimento em temas emergentes e de vanguarda na fisiologia de plantas”, complementa.

O formato do simpósio também inclui a apresentação de pôsteres. Porém, nesse ponto, também houve uma novidade. Os temas apresentados poderão ser discutidos presencialmente durante o evento e também por meio de um aplicativo criado especialmente para interação dos participantes, ampliando o fórum e os vínculos para futuras parcerias.

Incentivo Institucional

O pró-reitor de Pesquisa, professor Teodorico de Castro Ramalho, enfatizou em seu pronunciamento a admiração pela área da ciência e pelas pesquisas que envolvem a interação entre planta e ambiente, com reflexos na vida humana e na sociedade. O formato do Simpósio, segundo ele, propicia o debate de ideias, em temas se caracterizam pela relevância, complexidade e interdisciplinaridade.

Presente na abertura do evento, o pró-reitor adjunto de pós-graduação da UFLA, professor Márcio Machado Ladeira, destacou os núcleos de estudos, considerados por ele como importante diferencial da Universidade. Entre as atribuições dos núcleos, a organização de eventos contribui para a formação de recursos humanos capacitados em trabalhar em grupo e com fortes relações interpessoais, características desejadas pelo mercado de trabalho.

O evento foi organizado com o apoio do Núcleo de Estudo em Fisiologia Vegetal e teve o apoio financeiro da Capes e empresas parceiras.

Legenda: Mesa de Honra de abertura: presidente do II Simpósio de Ecofisiologia Sistêmica, prof. João Paulo Delfino Barbosa; pró-reitor adjunto de pós-graduação da UFLA, prof. Márcio Ladeira; chefe do Departamento de Biologia, professor João Cândido de Souza; pró-reitor de Pesquisa, professor Teodorico Ramalho e o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal, prof. Gustavo Souza
Mesa de Honra de abertura: presidente do II Simpósio de Ecofisiologia Sistêmica, prof. João Paulo Delfino Barbosa; pró-reitor adjunto de pós-graduação da UFLA, prof. Márcio Ladeira; chefe do Departamento de Biologia, professor João Cândido de Souza; pró-reitor de Pesquisa, professor Teodorico Ramalho e o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal, prof. Gustavo Souza

 

UFLA tem Mestrado em Ciências da Saúde/Medicina II recomendado pela Capes

pos-graduacao-saudeA Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou na sexta-feira, 21/10, os resultados da Apresentação de Propostas de Cursos Novos (APCN) acadêmicos e profissionais. Entre eles, a proposta da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências da Saúde (DSA), para o primeiro programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS), aprovada pela Câmara da Área de Medicina II.

O Programa tem como proposta o desenvolvimento de estudos envolvendo doenças crônicas não transmissíveis e doenças infecciosas e parasitárias de interesse biomédico. As linhas pesquisa são: Alterações Metabólicas, Inflamação e Alimentos Funcionais; Epidemiologia de doenças infecciosas e parasitárias; Neurobiologia experimental e Relação parasito-hospedeiro e controle de vetores.

O coordenador da proposta é o professor Luciano José Pereira, e o coordenador adjunto é o professor Fernando Ferrari Alves, ambos do Departamento de Ciências da Saúde (DSA/UFLA). Outros 12 professores compõe a equipe do Programa, incluindo a participação de professores de outros departamentos da Universidade e colaboradores de outras instituições.

O Mestrado objetiva a formação de profissionais para atuar na docência e na pesquisa, no campo das Ciências da Saúde. Os egressos do Programa terão perfil multiprofissional e transdisciplinar, sendo capacitados a atuar de acordo com os princípios científicos, com forte enfoque em metodologia de pesquisa e docência, nos diferentes cenários que abrangem as áreas básicas e aplicadas da Saúde Humana. Visa atender à demanda por profissionais – docentes, pesquisadores e gestores – com conhecimentos básicos e aplicados, aptos a colaborar na promoção da saúde da população.

O coordenador ressalta que a proposta foi construída coletivamente e com o apoio de profissionais de diferentes áreas do conhecimento. “Trata-se de um desafio, por ser uma área nova na UFLA, porém, ressaltou o comprometimento da equipe do DSA  uma vez que após apenas dois anos de criação, o Departamento teve sua proposta de mestrado aprovada, demonstrando o reconhecimento da capacidade de seu corpo docente. Além disso, a  estrutura da Universidade foi avaliada in loco e considerada adequada para a oferta de um programa de pós-graduação na área da saúde”, destacou.

Para o Pró-reitor de pós-graduação, professor Rafael Pio, a aprovação da proposta é mais um motivo de orgulho para a Instituição. “A oferta de um curso em nova área do conhecimento vai ao encontro das metas da UFLA, que é ampliar não apenas o número de vagas e programas, mas também as opções de formação na pós-graduação para atender as demandas da sociedade”, considerou.

Para o chefe do departamento, professor Thales Augusto Barçante, a proposta demonstra o comprometimento do corpo docente, com o avanço na pós-graduação. Além disso, as linhas da presente proposta permitirão integração do Programa em Medicina II com docentes de outros setores/departamentos já consolidados da UFLA.

Inicialmente, estão previstas 14 vagas anuais. O edital de seleção deverá ser comunicado em breve, com provável início no primeiro período letivo de 2017.

Público alvo

O PPGCS será voltado para profissionais de diversas áreas de formação, preenchendo uma lacuna existente na região de Lavras para formação em nível Stricto Sensu de médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, médicos veterinários, biomédicos, biólogos, psicólogos, farmacêutico-bioquímicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, profissionais de Educação Física, nutricionistas, químicos e biotecnólogos, entre outros que queiram se tornar mestres em Ciências da Saúde.

Avanços da Pós-graduação

Uma importante característica da UFLA é ser reconhecida como uma Universidade de pesquisa. Isso quer dizer que um de seus alicerces é a pós-graduação, setor responsável por uma significativa parcela do avanço científico da Universidade. A história da pós-graduação na UFLA completou 40 anos em 2015. Dos dois mestrados implantados em 1975 (Agronomia com concentração em Fitotecnia e Administração Rural), a pós-graduação da UFLA evoluiu para 33 programas stricto sensu, sendo 26 acadêmicos (incluindo o Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Química de Minas Gerais) e 7 profissionais. Nesses programas acadêmicos, há 26 cursos de mestrado e 23 de doutorado.

Embora seja uma Universidade com consolidada estrutura de graduação e pós-graduação, a trajetória dos cursos na área de saúde humana é relativamente recente: Educação Física (2007), Ciências Biológicas e Nutrição (2009) e, em 2015, o curso de Medicina.

Assim, a oferta da pós-graduação na área da saúde contribui para o fortalecimento da educação continuada, o desenvolvimento do corpo docente e interação com os graduandos, oferecendo a oportunidade do contato direto com pesquisas de ponta.

Da UFLA à Califórnia: a trajetória de um ex-aluno

Vicente de Paula foi um dos palestrantes da Semana de Tecnologia da Informação (Seti/UFLA)
Vicente De Luca foi um dos palestrantes da Semana de Tecnologia da Informação (Seti/UFLA)

Vicente De Luca, ex-estudante do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Lavras (DCC/UFLA) esteve na Universidade para contar um pouco da sua história antes de ingressar na UFLA, a trajetória durante a graduação, além da experiência no mercado de trabalho.

“Minha paixão por sistemas e redes de computadores começou aos 7 anos, quando meu pai, um engenheiro entusiasta, começou a compartilhar seu conhecimento enquanto nos divertíamos mantendo um BBS (Bulletin Board System – precursor da internet) em UNIX para nossos amigos e a comunidade local em Barretos. Três anos depois nós inauguramos o primeiro provedor de internet na nossa região, sendo um pouco responsável pelo crescimento da internet no interior do estado de São Paulo”, relata Vicente.

Vicente De Luca em São Francisco, Califórnia
Vicente De Luca em São Francisco, Califórnia

Posteriormente, ingressou no curso de Ciência da Computação na UFLA. Ainda durante a graduação recebeu uma proposta de emprego da empresa americana AT&T para trabalhar em Campinas, enquanto ainda cursava os últimos créditos. “Após uma estadia de quase dois anos nesta cidade a oportunidade de se mudar para Europa através da Zendesk foi como um presente. Após dois anos em Dublin, fui transferido para o Headquarter em São Francisco, Califórnia, onde trabalho atualmente com um sorriso imenso e agradecendo todos os dias por ter um dos meus sonhos realizado”, comenta.

Hoje, aos 31 anos, Vicente considera que a estadia na UFLA foi essencial na sua formação. “A UFLA não me ensinou as tecnologias que aplico, mas me deu uma sólida base para aplicá-las e ainda poder desenvolver novas tecnologias”, afirma.

Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.