Grupo de pesquisa do Departamento de Educação promoveu curso sobre bullying

bullying_2O grupo de pesquisa “Relações entre a filosofia e educação para a sexualidade na contemporaneidade: a problemática da formação docente”, coordenado pela professora do Departamento de Educação (DED) Cláudia Maria Ribeiro e pelo professor do Departamento de Educação Física (DEF) Fábio Pinto Gonçalves dos Reis, iniciou no último sábado (21/5) o curso “Com bullying não se brinca: infâncias e múltiplas linguagens na formação docente”.

O encontro contou com o professor Vanderlei Barbosa (DED), que abordou “Educação, Ética e Direitos Humanos” e com a professora Cláudia Ribeiro, que falou sobre “Bullying e a produção das verdades na concepção de Michel Foucault”. Além disso, a jornalista Fátima Ribeiro apresentou vários materiais para complementação dos estudos na temática, como filmes e vídeos, disponibilizados no blog: http://combullyingnaosebrinca.wordpress.com, além disso todos receberem um material com textos complementares para estudos a distância.

bullyingNo período da tarde foram realizadas duas oficinas: “Letramento: entre o arco-íris da leitura, da literatura infantil e da educação”, ministrada pelos mestrandos do DED Daniele Ribeiro, Lucas Lima, Silmara Santos e Tânia Gonçalves, e a oficina de “Dança, Corpo e Educação” ministrada pelos também mestrandos do DED Jaciluz Dias e Vinícius de Carvalho.

Os próximos encontros serão realizados nos dias 4 de junho e 9 de julho, quando serão vivenciadas novas oficinas. O curso foi elaborado para discutir as várias linguagens que se vivencia na escola, perpassando pela bullying_3intimidação sistemática no dia a dia. As informações tratadas apoiaram-se na nova Lei que institui o Programa de Intimidação Sistemática (bullying) – lei federal 13.185, de 6 de novembro de 2015, que entrou em vigor em fevereiro deste ano.

“É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying)” – Trecho da Lei 13.185.

Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA, com informações diretas da jornalista Fátima Ribeiro.  

Estudantes da UFLA vencem a Copa Líder de Futsal feminino com a seleção de Lavras

futsal femininoCinco jogadoras da equipe de Futsal feminino de Lavras, comandada pelo treinador Alexandre Belo, são estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA): Karen Monaliza, Lucimara Aparecida, Mariane Bacelar, Thais Carvalho e Vitoria Bastos. Juntamente com o time de Lavras, elas têm muito o que comemorar.  Em uma das primeiras competições da temporada de 2016 – a Copa Líder – elas venceram de forma invicta, após muitos treinos com toda a equipe.

Após passar por três jogos de primeira fase, a equipe se classificou para a semifinal. Nessa fase, as meninas de Lavras venceram Alfenas pelo placar de 5×3. Na final, o time de Lavras jogou contra Itajubá e venceu por 4×2, sagrando-se campeão do torneio. Foram cinco jogos e cinco vitórias. Além disso, Karen Monaliza foi considerada a melhor artilheira da competição.

Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA com informação direta da estudante Karen Monaliza.

Simpósio da Física, Tecnologia e Inovação na UFLA teve a presença de cientistas renomados

primeiro dia evento_mascarenhas_ASCOM (4)O II Simpósio da Física, Tecnologia e Inovação, realizado na última semana na Universidade Federal de Lavras (UFLA), contou com palestrantes de destaque na área. O cientista Sérgio Mascarenhas, 87 anos, com importantes contribuições na pesquisa científica, em especial na área de materiais, foi um dos mais esperados no evento. O pesquisador não pôde estar presente e ministrou toda a palestra por telefone e, ainda assim, o anfiteatro do Departamento de Exatas (DEX) ficou lotado de estudantes e professores interessados. A palestra de Mascarenhas “Desafios da ciência, tecnologia e inovação do século XXI” foi responsável pela abertura do Simpósio.

Atualmente, Mascarenhas é professor titular aposentado da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, chegou a ser professor visitante nas Universidades de Princeton, Harvard e MIT, nos Estados Unidos; na Universidad Nacional Autónoma de México; no Institute of Physical and Chemical Research do Japão; na London University (Reino Unido) e, na Itália, no Abdus Salam International Centre for Theoretical Physics e na Università di Roma.

Para o cientista é necessário que as áreas estejam sempre interligadas, pois, segundo ele, é fundamental que se pense na ciência juntamente com a área de humanas. “Sem filosofia a vida não tem graça; é como viver sem música. Temos que aceitar que a ciência é importante, mas também devemos ser humanistas. Não podemos manter a ciências das humanas separadas. É preciso ver a importância da poesia, das artes”.

Mascarenhas mostrou ao público a importância do fator social nas ciências, algo que ele fez durante toda a sua trajetória profissional. Mascarenhas contribuiu de maneira significativa em setores como agropecuária, saúde e educação.

primeiro dia evento_mascarenhas_ASCOM (2)“As universidades brasileiras são torres de marfim que não passam o conhecimento para a sociedade. A função do cientista brasileiro é ser mais proativo para melhorar a sociedade, para tentarmos diminuir a desigualdade”. Mascarenhas também ressaltou que a sociedade só pode funcionar plenamente se houver a integração entre governo, corporações privadas, e instituições de pesquisa. “No Brasil, infelizmente, essa interação é muito fraca, porque não há inovação. A minha proposta é de que nessa integração também haja gestão e planejamento estratégico”.

O cientista ressaltou que a UFLA está no caminho certo ao abrir espaço e fazer contato com instituições de outros países. “Nós fazemos parte de uma comunidade acadêmica que pensa no futuro. E para isso temos que ter contatos internacionais e a UFLA está no caminho certo”.

Após a palestra do cientista Mascarenhas, a programação do Simpósio teve continuidade com a contribuição de outros preleccionistas, pesquisadores de reconhecida competência da UFLA e de outras instituições referências na pesquisa básica e aplicada. É o caso de Ado Jário de Vasconcelos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que abordou no primeiro dia de evento “O espalhamento inelástico de luz em nonoestruturas”; também Marx Silva, da UFLA, com a palestra “Desafios e inovações nos estudos de solo e ambiente utilizando veículo aéreo não tripulado”, e ainda Juliano Elvis de Oliveira, também da UFLA, que ministrou “Novas tendências em polímeros e nanotecnologia”.

Já no segundo dia, Eduardo Brito, da USP, explanou sobre “Inovação no ambiente acadêmico: quando oportunidades resolvem necessidades de nossa sociedade”. Já Sebastião Prata Vieira, também na USP, falou sobre“Aplicações da óptica nas áreas da saúde”. Também esteve presente o professor da USP Tito José Bonagamba que abordou a questão: “A Comunidade de Física pode participar do processo de Desenvolvimento Tecnológico Nacional?”. O pesquisador da UFLA Flávio Borém palestrou sobre os “Desafios recentes a pesquisa no setor cafeeiro”.

O Simpósio de Física, Tecnologia e Inovação propiciou aos participantes o compartilhamento de ideias e experiências com pesquisadores de reconhecida competência. A organização do evento foi realizada pelo Departamento de Física (DFI), sob a coordenação do professor Jefferson Esquina Tsuchida.

Texto: Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.
Veja abaixo galeria de fotos (autoria: Marcus Ribeiro e Centro Acadêmico de Física)

Espécie cavernícola brasileira descoberta por pesquisadores da UFLA está na lista “Top 10 New Species 2016”

O animal em sua troca do exoesqueleto, dentro de abrigo construído.
O animal em sua troca do exoesqueleto, dentro de abrigo construído.

Entre as 18 mil novas espécies de seres vivos descobertas nos últimos 12 meses, dez ganharam destaque internacional por serem consideradas as mais interessantes. Na lista das “Top 10 New Species” está a troglóbia brasileira Iuiuniscus iuiuensis (Crustacea: Isopoda: Styloniscidae) – um “tatuzinho” de cavernas descrito com a participação direta do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

A avaliação das espécies descobertas é feita por um comitê de especialistas ligados ao Instituto Internacional de Exploração de Espécies, da Universidade de Nova York (International Institute for Species Exploration). Desde 2008, o instituto publica a lista das “Top 10 New Species”, sempre em 23/5, data de aniversário Carolus Linnaeus, considerado o pai da taxonomia moderna. Até hoje, 90 espécies já entraram para o ranking de destaques devido a atributos morfológicos, comportamentais, ecológicos e outras características de sua descrição. Dessas, apenas quatro eram espécies brasileiras, sendo que duas delas estão na publicação de 2016.

Esta é a primeira edição das “Top 10 New Species” com a presença de uma espécie cavernícola. O professor da UFLA e ecólogo Rodrigo Ferreira, que descobriu o tatuzinho de cavernas e estudou o comportamento incomum do crustáceo, ressalta a importância da cooperação nos trabalhos de pesquisa, para que se potencialize a qualidade do resultado final. “A descrição dessa espécie teve a colaboração de diferentes atores. Além da equipe do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea da UFLA, atuaram a professora Leila Aparecida Souza (Universidade Estadual do Ceará – Uece) e o professor André Senna, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Os dois últimos pesquisadores fizeram de descrição morfológica da espécie.

O destaque para as dez novas espécies mais interessantes tem o objetivo de sensibilizar a população mundial para a importância da biodiversidade e das coleções biológicas na conservação de animais, plantas e microrganismos.

A importância da descoberta, descrição e classificação de espéciesiuiu1

O ramo da biologia que se encarrega de descobrir, descrever e classificar as espécies é a Taxonomia, surgida no século XVIII. Desde então, mais de um milhão e meio de espécies já foram descritas. No entanto, milhões de outras espécies ainda permanecem desconhecidas e inacessíveis à ciência e à sociedade. Descobrir, catalogar e mapear as espécies que existem no mundo (bem como suas características) é considerado pelos pesquisadores como essencial para a compreensão da história da vida.

A informação taxonômica confiável é tida como fundamental para o gerenciamento de ecossistemas sustentáveis, com o intuito de alcançar metas de conservação. Cada nova espécie garante à ciência a geração de novos conhecimentos, que podem ter impactos em diferentes áreas. Por isso, é inquietante para a comunidade científica o risco de muitas espécies serem extintas antes mesmo de serem identificadas e descritas. “Nesse caso, tudo o que poderíamos ter aprendido com essas espécies será perdido”, avalia Rodrigo.

Um pouco mais sobre o “tatuzinho de cavernas” e sua descoberta

A troglóbia brasileira Iuiuniscus iuiuensis, além de ser uma nova espécie, determinou também a identificação de um novo gênero e uma nova subfamília. Isso porque os tatuzinhos de caverna possuem um comportamento nunca antes visto em seu grupo: a construção de abrigos feitos de lama. Tais abrigos, em formato hemisférico ou irregular, são construídos para que os organismos troquem seus exoesqueletos. No momento dessa troca, eles se tornam vulneráveis aos predadores, e por isso se abrigam nestas estruturas por eles construídas. Além disso, a nova espécie é única entre os seus parentes que habitam cavernas brasileiras. Eles possuem espinhos nas laterais do corpo, que podem ter evoluído em resposta à pressão de predação por peixes, que coabitam a caverna onde vivem.

A descoberta dos tatuzinhos se deu em 2007, em uma caverna localizada em Iuiu, sudoeste da Bahia (o nome do crustáceo da ordem isopoda foi atribuído como homenagem à cidade). Entretanto, o hábito de construir abrigos só foi identificado durante um retorno à caverna em 2010. Os pesquisadores da UFLA rastejavam pelo sedimento quando, acidentalmente, destruíram parcialmente um desses abrigos (que são exatamente da mesma cor do sedimento da caverna). “Foi então que percebemos o curioso e inédito comportamento de construção destes organismos. Passamos, a partir daí, a investigar esta descoberta”, relata o professor.

Rodrigo conta que os trabalhos de descrição de espécies têm trazido, cada vez mais, informações a respeito da vida, dos hábitos, dos comportamentos e status de conservação das espécies-alvo das descrições. “Por mais que alguns pesquisadores preguem a ideia que descrições taxonômicas são puramente morfológicas, e que outras informações (ecológicas, por exemplo) não caibam em trabalhos de taxonomia, qualquer informação a respeito de um organismo é extremamente preciosa”, avalia.

A descoberta do tatuzinho de cavernas foi relatada em artigo publicado na revista PLOS One, em 2015.

Para outras informações sobre as “Top 10 New Species”, acesse http://www.esf.edu/top10/2016/04.htm