Reitor reúne-se com equipe de gestão para abordar cortes no orçamento e greve

ufla-logo viagemApós reuniões sistemáticas no Ministério da Educação (MEC) e na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor José Roberto Scolforo, realizou reuniões nos dias 6 e 7 de agosto com pró-reitores, assessores e diretores para traçar medidas estratégicas diante dos cortes no orçamento e greve na Universidade.

A mensagem central do reitor continua otimista. Diferente da maioria das universidades federais brasileiras, a UFLA continuará realizando os projetos já iniciados e que foram comprometidos com a comunidade. “O que vai mudar será a velocidade do nosso crescimento. Continuaremos com a expansão do câmpus e comprometidos com a qualidade dos cursos novos e já consolidados”, considerou.

Nas 63 Instituições Federais de Ensino Superior (IFEs), o corte previsto é de 10% no custeio e 47% do capital. Para a UFLA, esse corte vai representar uma redução de cerca de 30 milhões de reais, que deixarão de ser investidos na Universidade. Nesse primeiro momento, o corte será sentido principalmente em dois pontos: o planejamento para aquisição de novos equipamentos foi revisto e será otimizado, assim como o cronograma de algumas obras sofrerão atraso.

Contudo, ainda em 2015 serão investidos seis milhões de reais para aquisição de equipamentos e atualização de estruturas em cursos já consolidados da Instituição. O planejamento foi alterado e os equipamentos serão adquiridos conforme a necessidade de cada período letivo, sem que haja prejuízos para a qualidade do ensino, pesquisa e extensão.

No caso das obras, a UFLA vivencia o que pode ser chamado de terceira grande expansão do câmpus. O primeiro, quando da construção do câmpus novo, na década de 1960; a expansão no âmbito do Projeto Reuni (2007/2011) e, recentemente, o conjunto de obras com projetos especiais apresentados pela Direção Executiva da UFLA. Entre obras e reformas, estão previstos mais de 80 serviços em todo o câmpus, muitas delas serão finalizadas ainda neste ano. Vale destacar que 10 obras estão paralisadas porque as empresas responsáveis passam por período de falência, porém, já estão sendo renegociadas conforme previsão legal.

No caso do Hospital Universitário, que envolve diretamente a comunidade de Lavras e região, o reitor está confiante nos acordos pactuados e no trabalho sistemático da equipe da Instituição para que o primeiro módulo seja licitado ainda no primeiro semestre de 2016, como previsto.

Pós-Graduação e Ensino a Distância

Os dois pontos mais críticos neste momento de contingenciamento tem sido enfrentado pela pós-graduação e educação a distância. No caso da UFLA, pontos ainda mais preocupantes, já que a universidade mantém 47 programas de mestrado e doutorado e sete mestrados profissionais. O corte previsto e já realizado foi na ordem de 75%. Além disso, até o momento, apenas 20% dos 25% que deverão ser honrados foram repassados para a instituição, ou seja, apenas 5% do orçamento originalmente previsto.

Especialmente para a pós-graduação, serão mantidos o Programa de Apoio à Publicação Científica (tradução) e o Programa de Estímulo à Publicação Científica em Periódicos de Alto Impacto Científico (incentivos). De acordo com Scolforo, a orientação será no sentido de serem otimizados os materiais de laboratório e de se buscar o financiamento por meio de projetos de pesquisas. Também serão investidos recursos na construção de duas salas de videoconferência para ser referência na Universidade e reduzir gastos com deslocamento e composição de bancas de avaliação.

No quesito graduação a distância, apesar de a UFLA ser uma das mais bem avaliadas instituições do País, com nota máxima do MEC, até o momento não houve repasses para a instituição manter os cinco cursos de graduação que já são referência nacional. De acordo com Scolforo, o compromisso para a formação das turmas iniciadas será honrado, por acreditar no compromisso de inclusão social característico desta modalidade, no entanto, novas turmas não serão iniciadas até que o repasse da Universidade Aberta do Brasil (UAB) seja reestabelecido.

Compromisso

Scolforo mantém o compromisso de privilegiar as pessoas, havendo sensibilidade para a adequada manutenção de funcionários terceirizados; os programas de assistência estudantil, incluindo as bolsas institucionais e Restaurante Universitário; assistência à saúde; capacitação e qualificação, além da matriz das pró-reitorias, departamentos e setores. Os programas de Apoio aos Setores Técnicos Administrativos (PAST) e Programa de Apoio ao Primeiro Projeto para Professores (PAPP) também serão mantidos. A ideia é preservar as atividades que têm impacto direto na qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação.

Diante deste novo quadro de contingenciamento, o reitor conclama toda a comunidade acadêmica para a economia de água e energia, estratégica tanto do ponto de vista econômico, quanto ecológico. A meta é uma redução de 30% nas contas, o que reflete diretamente no orçamento da Instituição.

Governo de Minas e Fapemig

Representando a UFLA e ainda como presidente do Fórum de Dirigentes de Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais – Foripes, que reúne dirigentes de 12 instituições públicas de ensino superior em Minas Gerais, Scolforo tem participado de reuniões com representantes do Governo do Estado. Em pauta, a aproximação do governo com as universidades e institutos visando a uma maior contribuição para o desenvolvimento do Estado. Entre os assuntos prioritários defendidos pelo reitor, a relevância da Fapemig e da necessidade de ser honrado o compromisso com o orçamento passivo da Instituição.

Greve nacional de técnicos e docentes

Durante a reunião com a equipe de gestão, Scolforo reforçou a mensagem de apoio à luta das classes de técnicos admisnitrativos e docentes para a valorização das carreiras. Ele destacou que o calendário de aulas foi adiado como forma de apoio ao movimento e que outras pautas internas estão sendo avaliadas. Também lembrou a moção de apoio que a UFLA encaminhou à Presidência da República, MEC e Andifes, seguindo a Resolução do Conselho Universitário (Cuni).

Nesse documento, tornou-se público o reconhecimento da legitimidade do movimento grevista dos servidores técnico-administrativos, reforçando a necessidade de negociação efetiva e com propostas que atendam à negociação. Foi considerado ainda que a demora das negociações prejudica as atividades de ensino, pesquisa e extensão e o atendimento à sociedade. Scolforo reforçou ainda a defesa de haver um plano de carreira efetivo para a classe e também que seja revista a política atual de aposentadoria. Essa mesma moção de apoio para os técnicos também poderá ser feita com referência ao movimento docente. Scolforo também solicitou à nova direção da Andifes apoio incisivo na mediação da negociação com o governo federal. Para que haja uma maior valorização dessas carreiras.

Boa notícia

Mesmo nesse momento, em que o MEC passa por reformulações, a UFLA conseguiu a liberação de mais 40 vagas para o quadro efetivo da Universidade, destinadas para docentes do curso de Medicina, além de mais oito códigos de vagas para demandas estratégicas. Os novos servidores reforçam a lista de 453 servidores empossados nos últimos três anos.

Perspectivas

Na avaliação do reitor, o cenário para o futuro do País é de uma receita decrescente, portanto, as expectativas do ponto de vista econômico não são positivas. Porém, permanece a confiança de que haverá sensibilidade para as causas afetas à educação, sobretudo, para se evitar novos cortes já previstos. O importante é que a UFLA conquistou uma reputação no MEC de uma gestão pública eficiente, com crédito para apresentação de projetos especiais e estratégicos para a Instituição.

 

Em três dias, equipe da UFLA criou jogo eletrônico durante competição internacional

ninja-dccO desafio de criar um jogo em apenas três dias foi aceito e concluído pelo Núcleo de Interação de Novos Jogos Acadêmicos (Ninja), grupo de desenvolvimento de jogos da UFLA. Cinco desenvolvedores criaram, entre 17 e 20 de julho, o jogo “Guardians of the Milky”, durante participação na competição “Indies vs Gamers”. Esse desafio foi promovido pelo site Game Jolt, que hospeda e divulga jogos independentes.

Para participar, o Ninja desenvolveu “Guardians of the Milky” em 72 horas, desde as personagens à trilha sonora. Seguindo o tema proposto pelo evento (jogos Arcade), o jogo inspirou-se num clássico das máquinas de fliperama, “Space Invaders”, mas com seis personagens vacas. O jogador controla as seis vacas, que devem proteger seu planeta natal contra a invasão de alienígenas famintos. Cada uma das vacas possui uma arma de tiro específica, com a qual deve acertar os inimigos, impedindo uma invasão.

Após o curto período de desenvolvimento, o jogo foi disponibilizado ao público para votação durante uma semana – como os demais, desenvolvidos por mais de 500 equipes. Finalizada a votação, houve mais três dias para adaptações no game, que pode ser jogado diretamente no navegador (exceto o Google Chrome) ou baixado (há versões para Windows, Linux e Mac). Os cinco jogos que ficaram com maior pontuação serão temas de vídeos feitos por três especialistas em canais do YouTube – recebendo, assim, grande visibilidade.

Tela inicial, com instruções; e tela mostrando o ambiente do jogo.
Tela inicial, com instruções; e tela mostrando o ambiente do jogo.

Embora “Guardians of the Milky” não tenha ficado entre os primeiros colocados, a participação no desafio trouxe evoluções ao grupo: “O prazo curto fez com que agíssemos com foco e traçássemos metas”, conta o presidente do Ninja, André Tonelli. “A partir de agora, desenvolveremos melhorias para o jogo, dando-lhe um enredo e criando versões para computador e dispositivos móveis”, comenta ele.

A equipe de desenvolvedores contou com André Tonelli, Wilson Costa, Davi Amancio, Jeferson Tomazella e Fabrini Andrade. Todos cursam Ciência da Computação na UFLA, exceto Jeferson, que já se formou nesse curso. O Ninja, denominado Núcleo de Interação de Novos Jogos Acadêmicos, foi fundado em 2012 por estudantes da UFLA interessados no desenvolvimento de jogos eletrônicos. Atualmente, o grupo possui três jogos já prontos e outro em desenvolvimento.

 

Jogue ou faça download de “Guardians of the Milky” aqui.

Saiba mais sobre o desenvolvimento dos games na página do Ninja no Facebook.

 

Brasil e Itália assinam acordo que prevê cursos e intercâmbios no programa Idiomas sem Fronteiras

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e o embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta, assinam memorando de entendimento. Foto/ MEC
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e o embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta, assinam memorando de entendimento. Foto/ MEC

Em breve serão lançados cursos on-line e intercâmbios para o aprendizado da língua e cultura italiana por meio do programa Idiomas sem Fronteiras, segundo memorando de entendimento, assinado nesta semana, entre o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e o embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta.

O Ministério da Educação brasileiro e a Embaixada da Itália pretendem oferecer a aprendizagem a estudantes de universidades públicas, a futuros bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras e a outros programas de mobilidade acadêmica.

Além disso, o documento prevê o auxílio, pelo país europeu, para o ensino presencial de italiano nos núcleos de línguas das instituições de educação superior cadastradas no Idiomas sem Fronteiras, além da articulação para elaboração de testes válidos como comprovação de nivelamento no idioma.

De acordo com o memorando, também haverá o intercâmbio entre professores brasileiros e italianos para o aperfeiçoamento do idioma estrangeiro no país receptor, simultaneamente à experiência de ministrar aulas de português e italiano para estrangeiros em universidades.

Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA, com informações do Ministério da Educação

 

59% dos imóveis rurais já estão no Cadastro Ambiental Rural – CAR

Reunião de avaliação do CAR no Ministério do Meio Ambiente - foto: MMA
Reunião de avaliação do CAR no Ministério do Meio Ambiente – foto: MMA

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) divulgou, nessa terça (10/8), seu boletim mensal. Já foram cadastrados 237,2 milhões de hectares, correspondentes a 360,5 mil imóveis, o que equivalente a 59% dos imóveis previstos.

A previsão é de que até o dia 5 de maio do próximo ano, o total de alcance seja próximo de 400 milhões de hectares. Os números indicam que a cobertura chegará a 100%.

De acordo com os dados, os pequenos agricultores e os agricultores familiares já totalizam quase 90% de território cadastrado. A Região Norte apresenta a maior adesão ao CAR, com 94,9 milhões de hectares. Já o Sul cadastrou apenas 22% de sua área.

O Programa de Recuperação Ambiental (PRA), que dará apoio à restauração das áreas que não deveriam ter sido desmatadas, identificadas no CAR, já registrou adesão de mais de 50% dos cadastrados.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, já está em andamento projetos de apoio a recuperação das áreas desmatadas. Além disso, é previsto um curso de educação ambiental para preparar os secretários estaduais de meio ambiente na execução do PRA.

Cadastro Ambiental Rural

O sistema CAR foi desenvolvido e tem sido mantido pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), por meio do Laboratório de Estudos em Manejo Florestal (Lemaf). Considerado um dos maiores cadastros ambiental georreferenciado do mundo, sua criação envolveu mais de 150 pessoas, entre profissionais e estudantes da Universidade.

Esse cadastro é um registro eletrônico obrigatório para os imóveis rurais, a nível nacional, implementado pelo MMA desde o primeiro semestre de 2014. O sistema inclui uma base de dados que integra as informações ambientais com fotos de satélites disponíveis a toda população. A partir dela é possível o registro dos imóveis rurais; as remanescentes de vegetação nativa; Áreas de Preservação Permanente, Uso Restrito, Reserva Legal, além daquelas de interesse social, de utilidade pública, e consolidada.

Camila Caetano- jornalista, bolsista/UFLA, com informações do Ministério do Meio Ambiente