Fundo de investimentos aposta em empresa incubada e avalia novos empreendimentos na UFLA

Edsmar Resende, reitor da UFLA professor Scolforo e o empreendedor Igor Chalfoun. O produto em destaque e o que motivou o investimento é o Sistema de Análise de Sementes (SAS)
Edsmar Resende, reitor da UFLA professor Scolforo e o empreendedor Igor Chalfoun. O produto em destaque e o que motivou o investimento é o Sistema de Análise de Sementes (SAS)

No início de 2015, a Tbit Tecnologia e Sistemas, empresa da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Federal de Lavras (Inbatec/UFLA), deu mais um importante passo para se expandir e ganhar espaço no mercado. Ela foi escolhida entre mais de 1200 empresas avaliadas, até o momento, pela Inseed Investimentos para fazer parte do portfólio do Fundo Inseed FIMA, que busca estimular iniciativas inovadoras na área de meio ambiente no País. O aporte pode chegar a R$ 4 milhões, apostando em seu alto potencial de crescimento.

Visando a aproximação com a UFLA, o gerente de Venture Capital da Inseed Investimentos, Edsmar Resende, participou de reunião com o reitor, professor José Roberto Scolforo, para apresentar outras possibilidades de investimentos em empreendimentos da Universidade e fortalecer a sua vocação estratégica em agronegócio. Segundo o gerente, a ideia é apoiar empresas mineiras e empreendimentos inovadores, incentivando que os pesquisadores extrapolem os limites acadêmicos e apresentem soluções estratégicas demandadas pelo mercado.

Para Scolforo, a inovação é um dos pilares da instituição e deve ser amplamente incentivada a transformação dos conhecimentos gerados em produtos que possibilitem uma melhor qualidade de vida para a comunidade.

A perspectiva da Inseed é investir em mais 11 empresas do setor de tecnologias limpas, que tenham faturamento de até R$ 20 milhões por ano. A Tbit faz parte de um grupo com mais três empresas que já receberam aporte do Inseed FIMA, operando nos setores de tratamento de resíduos, logística reversa e uso de PET reciclado.

A perspectiva da Inseed é investir em mais 11 empresas do setor de tecnologias limpas, que tenham faturamento de até R$ 20 milhões por ano
A perspectiva da Inseed é investir em mais 11 empresas do setor de tecnologias limpas, que tenham faturamento de até R$ 20 milhões por ano

Modelo inovador

Não é por acaso que a Tbit tem sido apresentada ao mercado como aposta promissora. Criada em 2009, a empresa tem desenvolvido sistemas que prometem alterar o modelo de análise de sementes, aliando conhecimentos de inteligência artificial, processamento de imagens, sistemas embarcados e construção de hardware para soluções voltadas ao agronegócio.

Com sede no câmpus da Universidade, a Tbit conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais que usam a tecnologia de ponta para avaliar a qualidade e os parâmetros de grãos, sementes e plântulas com mais eficiência e rapidez. Com mais investimentos, a empresa ganha força para o lançamento de novos produtos, como o LisBit, que realiza a leitura automática de reações bioquímica e testes elisa em microplacas e é voltado à empresas de biotecnologia, laboratórios, centros de pesquisa, estendendo-se à todas as empresas que utilizam testes reagentes.

De acordo Edsmar Resende, a perspectiva é aumentar o faturamento da empresa em mais de 300% em 2015. O aporte vai contribuir para que a empresa estruture uma solução específica para a área de produção de grãos, incrementando o atendimento de clientes dessa cadeia produtiva. Além disso, também está prevista a internacionalização do serviço, o que vai permitir à Tbit atender às unidades de clientes que já possui no exterior e ainda oferecer suas soluções para outros players.

Parte de um planejamento estratégico para sua expansão, a Tbit passou a ser registrada como Sociedade Anônima (normalmente abreviado por S/A), ou seja, o capital social não se encontra atribuído a um nome em específico, mas está dividido em ações.

Para o empreendedor da Tbit, Igor Chalfoun, o investimento é importante para dar um salto de profissionalismo na empresa, sobretudo, porque o recurso vem acompanhado de uma orientação estratégica de mercado que poderá resultar num melhor posicionamento do produto.

A Tbit tem se destacado no mercado com produtos inovadores para o agronegócio, especificamente para o segmento de sementes. O produto em destaque e o que motivou o investimento é o Sistema de Análise de Sementes (SAS), que agora passa por reformulação estratégica de marketing para encontrar um novo posicionamento da marca.

Por meio de inteligência artificial e redes neurais, o equipamento é capaz de extrair um conjunto significativo de informações de um lote de sementes, permitindo maior agilidade e confiabilidade às análises que ainda hoje são baseadas em procedimentos manuais. Lançado em 2011, o sistema vem sendo aprimorado e já é utilizado por profissionais e empresas de diferentes segmentos. Na UFLA, o equipamento é utilizado pelo Laboratório de Sementes, servindo de ferramenta e objeto de estudo para dissertações e teses.

Além das funcionalidades do SAS, a equipe da Tbit lançou recentemente outro equipamento destinado especificamente à análise de plântulas utilizando esteira e vídeo. O sistema permite a análise do tamanho das estruturas vegetais e avalia o crescimento de plântulas de diferentes lotes, determinando de maneira rápida e precisa do vigor do lote analisado.

As inovações agradam o catálogo de clientes da empresa, incluindo importantes empresas do setor, mas a ideia é expandir a tecnologia para produtores, cooperativas e exportadores, por meio da venda ou aluguel dos equipamentos.

Investimento para empreendedores

A Inseed Investimentos possui 265 milhões sob gestão e um histórico crescente de resultados positivos. As empresas nascentes que ultrapassam o rigoroso funil de avaliações e prospecção de resultados recebem o tão desejado capital para se expandirem, além de poderem compartilhar um modelo de governança que permite transformar tecnologias promissoras em inovações de grande impacto para o mercado.

A Inseed Investimentos foi criada em 2009 a partir de uma spin-off do Instituto Inovação S/A, grupo que atua no segmento de inovação tecnológica, estabelecendo um elo entre desenvolvimento científico e mercado. Entre suas iniciativas está a co-gestão do Fundo Criatec, maior fundo de capital semente do Brasil, com R$ 100 milhões de capital comprometido e que tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste (BNB) como cotistas. O Fundo Criatec investiu em 36 empresas e formou a principal carteira de S/As de inovação no segmento de pequenas e médias empresas do País.

Desde 2012, a INSEED gere o FIP INSEED FIMA – Fundo de Inovação em Meio Ambiente, primeiro fundo destinado ao segmento de Inovação Tecnológica sustentável do Brasil. O Fundo tem R$ 165 milhões de capital comprometido, captados de investidores como o BNDES, fundos de pensão e investidores privados.

inovacao-empreendedorismoInbatec

A Inbatec é o órgão responsável pelo processo de incubação de empresas de base tecnológica e pelo desenvolvimento da cultura empreendedora no âmbito da UFLA. Durante o processo de incubação, as empresas selecionadas são abrigadas e recebem apoio e orientação para se desenvolver. Vinculada ao Núcleo de Inovação Tecnológica da UFLA (Nintec), a Inbatec apoia empreendimentos relacionados à comunidade universitária: de estudantes de graduação e de pós-graduação da UFLA; pesquisadores, docentes e técnicos administrativos; servidores públicos ativos e iniciativos; e empreendedores da iniciativa privada, desde que estejam associados com algum membro da comunidade universitária.

Com informações de Amanda Castro – Jornalista da Assessoria de Inovação e Empreendedorismo

 

TOEFL ITP: workshops serão realizados no dia 7 de maio – inscreva-se

isfO Núcleo de Línguas da UFLA (NuCli) lança mais uma oportunidade para quem está se preparando para o teste de proficiência em língua inglesa TOEFL ITP. Nesta quinta-feira (7), realizará um workshop sobre o TOEFL, em dois horários: das 14 às 16 horas e das 19 às 21 horas. O evento ocorrerá na sala 10 do Pavilhão 6 (PV6) – Laboratório de Línguas.

Embora esteja mais voltado àquelas pessoas já inscritas no teste que será aplicado neste domingo (10), o workshop é aberto aos membros da comunidade acadêmica interessados em fazer o TOEFL. Para se inscrever, é preciso acessar uma das páginas:

Inscrições – workshop – 14 às 16 horas

Inscrições – workshop – 19 às 21 horas

Esta iniciativa, já oferecida em outras ocasiões, tem preparado os candidatos no sentido de orientá-los sobre o tipo de questões cobradas e transmitindo confiança.

Mais informações no NucLi: 3829-3127 / nucli@dri.ufla.brInglês sem Fronteiras – Isf UFLA no Facebook.

Estudante participou de campanha na UFLA e foi compatível para doação de medula óssea

estudante-doadora-medula2Uma mobilização promovida em fevereiro de 2014 por integrantes da Moradia Estudantil da Universidade Federal de Lavras (UFLA) continua gerando bons resultados. Na época, eles se reuniram para doar sangue no Posto Avançado de Coleta Externa da Fundação Hemominas (Pace), que funciona na Unidade Regional de Pronto Atendimento de Lavras (Urpa). Foi quando alguns participantes aceitaram o convite para se cadastrarem como candidatos à doação de medula óssea. A estudante Aline Bastos de Paiva encontrou lugar privilegiado nas estatísticas, foi compatível com um paciente e fez a doação em 2015.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), as maiores chances de compatibilidade entre doador e paciente para efetivação do transplante ocorrem quando eles são irmãos, filhos do mesmo pai e mesma mãe. Nesse caso, há de 25% a 35% de probabilidade de que sejam compatíveis. Para os que não são parentes, a possibilidade pode ser até de 1 em 100 mil.

Logo que ingressou na UFLA, no curso de Física, Aline se rendeu às ações de trote solidário e realizou sua primeira doação de sangue. Já sensibilizada para a importância da causa, aderiu prontamente à campanha “Brejeiros Solidários”, da Moradia Estudantil, onde reside por quase todo o tempo de graduação. “Quando me falaram da doação de medula, decidi me cadastrar, mas achava muito improvável que fosse chamada algum dia”, relatou. Meses depois do cadastro, Aline recebeu uma ligação da Hemominas para que confirmasse seu interesse em doar e fizesse outros exames para certificação da compatibilidade com um paciente. “Fiquei surpresa, liguei para a minha mãe para conversar um pouco e então decidi que faria a doação, caso realmente fosse compatível”.

Quando os médicos consideraram o paciente preparado para o transplante, Aline passou por exames para verificação de sua saúde e, em seguida, fez a doação. “Viajei, com todas as despesas pagas, para fazer os procedimentos. O processo foi tranquilo e no dia seguinte à doação, eu já estava liberada para retomar minhas atividades”, diz. A estudante garante que a experiência é compensadora. “Um tempo depois da doação, a equipe responsável entrou em contato comigo e disse que o transplante havia sido feito com o sucesso e que o paciente se recuperava bem. Isso me deixou muito feliz”, comentou.

Pelas orientações que recebeu ao longo do processo, Aline sabe que só poderá conhecer a identidade do paciente a partir de um ano após a doação. Transcorridos os primeiros seis meses, é possível que troquem correspondências, com intermediação de servidores do Inca, mas sem informações que permitam a identificação de ambos. Aline diz que tem todo o interesse em conhecer o paciente. “Quando chegar a hora certa, quero ter contato com ele e saber um pouco de sua história”.

Apesar de ser a única da sua família cadastrada como doadora,  a estudante hoje é uma incentivadora do gesto. “É um procedimento simples, de recuperação muito rápida e que pode fazer um bem extraordinário a outra pessoa. Não é preciso coragem, mas apenas um olhar direcionado ao próximo”, resume. Para a ex-prefeita da Moradia Estudantil, Cintia Nayara de Goes Vieira – uma das organizadoras da campanha que resultou no cadastramento de Aline – a doação feita pela estudante é mais um motivo para comemoração. “Na verdade, acho que essas campanhas fazem um bem enorme também a quem doa, porque a sensação de cumprimento de um dever cívico é muito boa. Valeu a pena o esforço dos prefeitos e dos moradores que participaram”.

A Universidade, na visão de Cíntia, pode ser um espaço importante  de promoção de causas de saúde pública como a doação de sangue e de medula óssea. “Os estudantes ficam muito absorvidos pela rotina acadêmica a acabam se esquecendo de praticar esses gestos. Quando organizamos uma campanha aqui, conseguimos contagiar, mover pelo exemplo, fazer valer a força do grupo e, consequentemente, dar nossa contribuição social.

Estudantes da UFLA durante a campanha "Brejeiros Solidários", em fevereiro de 2014. No público feminino, Aline é a primeira da esq. p/ a dir. Foto: Luiz Gustavo Pereira.
Estudantes da UFLA durante a campanha “Brejeiros Solidários”, em fevereiro de 2014. No público feminino, Aline é a primeira da esq. p/ a dir. Foto: Luiz Gustavo Pereira.

Em Lavras, o Pace registra em média dez novos cadastros de doadores de medula óssea a cada quinta-feira. Desde o início de atividades, mais de mil novos doadores foram inscritos no município. O captador responsável pela mobilização de doadores no local, Luiz Gustavo Pereira, considera estratégicas as mobilizações feitas na Universidade. “A grande variabilidade genética do brasileiro precisa ser reproduzida no  cadastro de doadores de medula, pois isso aumenta as chances de um paciente encontrar doador compatível. Como os estudantes da UFLA vêm de todas as partes do país, a colaboração é grande”, diz.

Para ser um candidato à doação de medula óssea

Para integrar o Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome), é necessário que a pessoa tenha entre 18 e 54 anos e boa saúde, não apresentando doenças como as infecciosas ou hematológicas. Em Lavras, o interessado deve comparecer à Urpa às quintas-feiras, das 8h às 11h. É necessário apresentar documento oficial de identidade com foto, fornecer dados para o preenchimento do formulário de cadastro, assinar o temo de consentimento e colher amostra de 5 ml para realização do exame HLA (pelo qual serão identificadas características genéticas necessárias para a compatibilidade entre doador e paciente.

Os resultados ficarão armazenas no Redome e, caso algum dia, o doador seja considerado compatível com um paciente que precisa de transplante, será chamado para a realização de novos exames.

O que é a medula óssea e quem precisa do transplante

A medula óssea é a responsável pela produção dos componentes do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas. Ela está localizada no interior dos ossos. Pacientes que apresentem uma produção anormal dessas células sanguíneas, devido a tipos de câncer ou a outras doenças, podem ser curados por meio do transplante, quando sua medula é substituída pela medula saudável de um doador.

Quando o médico do paciente identifica a necessidade de transplante e não encontra o doador na família, os dados do receptor são cadastrados no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). A partir daí, será feita a busca informatizado por um doador compatível, entre os inscritos no Redome.

Os procedimentos de doação de medula óssea

Depois que o cadastrado no Redome é considerado compatível – e passa por todos os exames de saúde que garantem a segurança do procedimento tanto para ele e quanto para o paciente – é possível que faça a doação de medula óssea por dois procedimentos diferentes.

No caso da estudante da UFLA, a coleta foi feita por punções no osso da bacia, feitas com agulhas especiais. O processo é cirúrgico e feito em hospital credenciado pelo Inca, com anestesia, mas sem cortes. A duração aproximada é de 90 minutos. O outro modo de doação é chamado aférese, semelhante a uma doação de sangue, sem internação ou anestesia. No entanto, a opção por um tipo ou outro de doação é feito por indicação médica.

Para outras informações sobre a doação, consulte a Fundação Hemominas ou o Inca.

Neste link, um vídeo mostra o encontro entre um doador de medula e uma menina que passou pelo transplante.