Efeito climático já afeta a produção agropecuária, causando aumento de preços

IPP-IPREm setembro, todos os grupos que compõem a pesquisa do Índice de Preços Recebidos (IPR) e Índice de Preços Pagos (IPP), referentes à produção agrícola no Sul de Minas Gerais, apresentaram elevação nos seus preços. A pesquisa é feita mensalmente pelo Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE). O IPR, que diz respeito à venda dos produtos agrícolas, aumentou em 13,54% no último mês; já o IPP, referente aos insumos gastos pelos produtores rurais, manteve-se estável, com uma variação positiva de 0,03%.

Os grupos que se destacaram pela alta foram: grãos (15,28%), café (9,53%) e carnes (7,33%). Dentro desses grupos, a saca do milho (21,64%), a carne de frango (18,46%) e o café 9,53% apresentaram grande elevação. O leite também obteve alta, de 6,90%. A pesquisa conclui que, em 2014, a renda média do produtor rural no sul de Minas Gerais apresenta alta de 42,34%.

Para o coordenador da pesquisa, professor Renato Elias Fontes, “essa situação de majoração nos preços de forma geral das commodities agropecuárias advém pelo impacto climático da seca, que vem afetando por demasia a região”. Ele ressalta que a água é um importante insumo no processo produtivo agropecuário, básica para o desenvolvimento dos seres vivos, vegetais e animais. “Dessa forma, a produção fica muito comprometida, pois mesmo que sejam utilizadas tecnologias de irrigação e variedades mais resistentes à seca, a falta de chuva é sentida na produção agropecuária de diversas maneiras”, aponta.

O professor também percebe dificuldades para as culturas de verão, como milho, soja e feijão, que têm sua semeadura por agora: “Não se consegue realizar o plantio, pois o solo não possui umidade suficiente para a semente germinar. Para as culturas perenes, como o café e pomares, a lavoura não se desenvolve bem e diversos tratos culturais como adubação e pulverizações não podem ser realizadas”.

A criação de animais fica comprometida pela falta de alimentos para o rebanho e pelo desconforto térmico dos animais. O professor Renato Fontes aponta, como resultado, a queda da oferta do produto, ou seja: há menos produtos disponíveis no mercado e isso faz com que os preços desses produtos subam.