Pesquisa sobre identificação de fungos em frutos e grãos de café conta com mestranda internacional

Participantes da pesquisa: prof. Luís Roberto, Jing, Suzana Evangelista e Fabiana Passamani
Participantes da pesquisa: prof. Luís Roberto, Jing, Suzana Evangelista e Fabiana Passamani

Uma das principais preocupações na produção de alimentos, desde o cultivo à industrialização, é garantir a segurança do alimento – ou seja, que o alimento esteja propício para o consumo, atendendo a normas sobre os parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e sensoriais. No Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) da UFLA, são desenvolvidas pesquisas nesse sentido. Um dos projetos, coordenado pelo professor Luís Roberto Batista, busca identificar espécies de fungos produtores de micotoxina em grãos de café produzidos no Estado de Minas Gerais.

O projeto conta com a participação da mestranda Jing Zhang, que realiza seu mestrado na Universidade de Wageningen (WUR), instituição que mantém cooperação com a UFLA. Em sua pesquisa, ela analisa grãos de café produzido em fazendas de Lavras e Três Pontas, a fim de avaliar os pontos críticos de contaminação e identificar as espécies de fungos que podem produzir micotoxinas. Ela permanece na Universidade participando do projeto até novembro.

No projeto, Jing teve a oportunidade de presenciar toda a cadeia produtiva de café, desde a colheita. A tecnologia empregada no cultivo e no processamento do café foi um dos aspectos que chamou a atenção da pesquisadora, que, na Holanda, estudou outros alimentos – cervejas e queijos.

A pesquisadora Jing Zhang, no Laboratório de Micotoxinas e Micologia de Alimentos
A pesquisadora Jing Zhang, no Laboratório de Micotoxinas e Micologia de Alimentos

Nas análises laboratoriais, cerca de 80 fungos foram identificados, sendo detectadas até o momento 10 diferentes espécies, mas poucas delas são capazes de produzir toxinas. “Encontrar essas espécies na natureza é comum e não significa, necessariamente, que haja toxina nos grãos”, explica o professor Luís Roberto Batista. A identificação foi possível devido aos equipamentos do Laboratório de Micotoxinas e Micologia de Alimentos, “um dos poucos no Brasil preparado para realizar a identificação de fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium até espécie”, ressalta o professor.

Os resultados da pesquisa já indicam que, quanto melhor o processamento do café, menor o risco de apresentar toxinas. “Concluímos que o baixo nível de contaminação dos fungos está relacionada, principalmente, às boas práticas agrícolas”, revela o professor Luís Roberto. Já a pesquisadora Jing espera que o seu estudo extrapole o laboratório: “Acredito que este trabalho contribuirá para melhorias no cultivo do café na região”.

O projeto tem o financiamento da Fapemig.