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O piso certo, no lugar certo: pesquisa propõe classes para avaliar resistência de pisos de madeira

pesquisa-madeira1Objetos que são arrastados ou caem no chão podem causar danos nos pisos de madeira no decorrer do tempo. Até mesmo os saltos finos, que concentram o peso em um determinando ponto, podem danificar o piso.  Ao consumidor seria útil saber qual é a madeira ideal para instalação em diferentes locais. Em áreas comerciais, onde há grande circulação de pessoas, por exemplo, é indicado um piso mais resistente a pressões concentradas. Pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Lavras (UFLA) têm proposto o estabelecimento de classes que permitam indicar a resistência de diferentes pisos de madeira.

Segundo os pequisadores, apesar de existirem normas internacionais que especificam a forma como os pisos devem ser testados e avaliados, elas não estabelecem quais são os resultados desejáveis para os ensaios. Desde 2005, trabalhos vêm sendo desenvolvidos nos Laboratórios do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira (PPGCTM), do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da UFLA, com o objetivo de propor o estabelecimento de normas nacionais pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), assim como classes para a resistência dos pisos de madeira. De acordo com os professores orientadores das pesquisas, José Reinaldo Moreira da Silva e José Tarcísio Lima, esses padrões permitiriam aos consumidores fazer a escolha do piso certo para cada local, amparados por especificações técnicas. Assim, um órgão de controle como o Inmetro poderia fiscalizar a qualidade de cada piso produzido.

A pesquisa de mestrado da engenheira florestal Mônica Bezerra de Oliveira, concluída recentemente, selecionou quatro tipos de pisos prontos, fabricados por empresa do estado de São Paulo. As madeiras utilizadas são das espécies ipê, cumaru, amêndola e sucupira. O material passou por quatro ensaios, em equipamentos construídos na própria Universidade e que são exclusividade da instituição. “Já recebemos na UFLA pesquisadores de diferentes regiões do país, que utilizaram os equipamentos desenvolvidos para realizarem suas pesquisas”, relata o professor Reinaldo. No estudo feito por Mônica, foi possível apurar diferenças na resistência dos pisos, propondo classes de valores para indicar resistência alta, intermediária ou baixa. Os pisos feitos de ipê e cumaru foram os de melhor desempenho em todos os ensaios, ficando a sucupira em faixa intermediária e a amêndola na baixa.

Mônica deixa claro que o resultado não significa que o piso de menor resistência seja de má qualidade. “O objetivo do trabalho era conhecer o nível de resistência dos diferentes pisos e estabelecer classes que sirvam para analisá-los. Cada um deles pode ser muito eficiente se aplicado no ambiente correto”, explica ela. “O que precisamos é justamente que as normas indiquem quais as classes de resistência são aceitáveis para cada piso de madeira. Nosso trabalho conseguiu contribuir com a análise dessas quatro espécies”.

Para Mônica, o trabalho foi compensador: “O fato de termos proposto, com a pesquisa, classes de referência para a apuração da resistência desses pisos foi gratificante para mim. Já me sinto motivada a continuar os estudos no doutorado”, disse. Seu trabalho foi o quarto produzido, desde 2005, utilizando os equipamentos do Laboratório de Propriedade Física e Mecânica da Madeira para verificação de resistência de madeiras.

Saiba quais são os ensaios feitos

 

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Com informações de Rute Aparecida da Silva – bolsista Ascom/DCF até 2015.

 

 

 

Projeto da UFLA é aprovado em edital da parceria Fapemig-Cemig

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) divulgou na última sexta-feira (8/1) o resultado do edital “Pesquisas na área do setor elétrico” (14/2014), que prevê financiamentos de projetos de pesquisa e de inovação científica e tecnológica para o desenvolvimento de tecnologias alinhadas às demandas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) teve aprovada a proposta “Uso de ferramentas inovadoras para a detecção e monitoramento de espécies de peixes de água doce”, coordenada pelo professor do Departamento de Biologia (DBI) Paulo dos Santos Pompeu.

A Fapemig recebeu ao todo 140 propostas, das quais 16 foram aprovadas. Os projetos visam à implementação do Programa Anual de Pesquisa e Desenvolvimento da Cemig. O Edital prevê que os projetos gerem um ou mais produtos inéditos, em concordância com a classificação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O resultado pode ser conferido aqui.

Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA, com informações da Fapemig.

UFLA formaliza parceria que promete resultados de impacto para os mercados do café e de embalagens

convenio-2Encontrar formas para que os atributos sensoriais e de composição física e química dos cafés especiais sejam preservados por longo período é um desafio para instituições, pesquisadores e produtores do ramo. As embalagens em que os grãos são armazenados interferem no alcance desse objetivo. Uma pesquisa em desenvolvimento na Universidade Federal de Lavras (UFLA) promete trazer resultados revolucionários para o mercado, ao analisar as características de cafés especiais após um período de estocagem em embalagens específicas, produzidas em papel e plástico.

O projeto foi formalizado nesta quarta-feira (6/1) e tem a participação da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e das empresas Klabin S.A. e Videplast Indústria de Embalagens LTDA, além da colaboração da Bourbon Specialty Coffees e da Carmocoffees. Representantes de três dessas empresas e instituições estiveram na Universidade para assinar o convênio.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia da UFLA (DEG), Flávio Meira Borém, coordenador da pesquisa, as embalagens mais utilizadas atualmente ainda não atendem às necessidades do mercado de cafés especiais. “Ou elas não são eficazes, ou apresentam alto custo”, diz. O material frequentemente utilizado são os sacos de juta que, segundo o pesquisador, levam a perdas de qualidade do café em curto período (menos de três meses), devido à variação do teor de água nos grãos e sua interação com o ar ambiente. O armazenamento inadequado leva à degradação de compostos químicos e à geração de substâncias que conferem características indesejáveis ao paladar, afetando negativamente alguns atributos sensoriais da bebida, como a acidez, sabor, doçura e corpo, além de afetar também a cor.

Novas embalagens, criadas pelas empresas Klabin S.A. e Videplast, serão utilizadas na pesquisa intitulada “Desenvolvimento de embalagens e métodos de armazenamento para cafés especiais”. De forma inédita, a investigação cobrirá todo o período de estocagem do café incluindo a etapa de exportação e armazenamento em um país consumidor. “Fui pessoalmente aos Estados Unidos coletar amostras do café exportado usando as diferentes embalagens em estudo”, relata o professor Borém.

Ao final do período de pesquisa, será possível constatar se os diferentes materiais que constituem essas embalagens proporcionam resultados positivos para a manutenção dos atributos sensoriais dos cafés especiais. “Temos boas expectativas quanto aos resultados. Eles são promissores e demonstram grande potencial para uso das novas embalagens. Quando o mercado iniciar a substituição da juta, será revolucionário não só para o Brasil, mas para o mundo”. É possível que, posteriormente, os cafés commodity também passem a ser armazenados nas novas embalagens.

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Ao assinar o convênio, o reitor da UFLA reforçou a mensagem de que as universidades devem estar engajadas em projetos que propiciem a inovação e o desenvolvimento tecnológico no país.

As amostras utilizadas na pesquisa encontram-se armazenadas em Poços de Caldas (MG), na Bourbon Specialty Coffee, e as análises são feitas no Laboratório de Processamento de Produtos Agrícolas, na UFLA. Além de publicações científicas, os resultados do trabalho serão base para a tese de doutorado de Fabrício Andrade, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Para o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, a parceria estabelecida é a essência do que busca a Universidade: investimento no desenvolvimento de tecnologias e estudos que tragam resultados para o progresso do país, com retorno para a sociedade. “As universidades devem estar presentes em empreendimentos que movem o Brasil. Por isso, este momento, de celebração do convênio, é marcante para nós”.

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A assinatura do convênio ocorreu no Salão dos Conselhos, prédio da Reitoria, na manhã desta quarta (6/1).

Motivação dos parceiros com a pesquisa

Durante a cerimônia de assinatura do convênio, a procuradora da BSCA, Vanúsia Maria Carneiro Nogueira, enfatizou que o projeto é um exemplo de parceria público-privada envolvendo também outras organizações – como a BSCA e a Apex-Brasil – e busca a inovação, a mudança. “São iniciativas que nos permitirão continuar como ponto de referência no mundo no que se refere à produção de café. Daremos, com certeza, passos mais largos em direção a outros projetos ousados”.

O procurador da Videplast, Cláudio Márcio Francisco, também destacou a parceria entre universidade e mercado. “Nossas portas estão abertas para novas parcerias com a UFLA; estamos prontos para outros projetos, sempre em busca da inovação”.

Representando a Klabin, o diretor da Divisão Sacos Industriais, Douglas Dalmasi, disse ter encontrado uma estrutura muito sólida na UFLA, reconhecendo que o trabalho conjunto poderá fortalecer a geração de tecnologia e inovação para o mercado. “Vimos que podemos desenvolver outros projetos em parceria, com bons resultados”.

Integraram a mesa de honra da solenidade, presidida pelo reitor, o sub-chefe do DEG, professor Gilberto Coelho; o presidente da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), professor Rilke Tadeu Fonseca de Freitas; o diretor de Contratos e Convênios da UFLA, Fábio Costa Lasmar; o pró-reitor de Pesquisa, professor José Maria de Lima; o gerente comercial da Klabin, Fernando Silveira Bruno e o presidente da BSCA, Adolfo Henrique Vieira Ferreira.

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Visita da Klabin ao Laboratório de Nanotecnologia Florestal/UFLA.

Oportunidade para visita ao câmpus

Cinco representantes da Klabin visitaram instalações da UFLA na terça-feira (5/1). Eles conheceram a área em que está sendo construído o Parque Tecnológico, foram recebidos pela equipe Laboratório de Nanotecnologia Florestal (sob a condução do professor Gustavo Tonoli); e passaram pelo Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (Lemaf/UFLA). Também tiveram a oportunidade de circular pelo câmpus, observando obras como o Centro de Eventos e o complexo esportivo de alto rendimento.

 

Pesquisadores da UFLA e da UFMG se reuniram no DMV para discutir propostas de pesquisas

workshop-dmv1Nos dias 18/11 e 19/11, o workshop “Modelos Animais Utilizados em Pesquisas nas Áreas de Genética e Fisiologia” reuniu na Universidade Federal de Lavras (UFLA) integrantes do Núcleo de Estudos em Fisiologia de Peixes de Água Doce (Nepad/UFLA) e membros do Programa de Pós-Graduação em Genética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O objetivo do evento, de acordo com o professor do Departamento de Medicina Veterinária (DMV/UFLA) Luis David Solis Murgas, foi identificar pontos de interesse nas pesquisas desenvolvidas por ambos os grupos, de modo a propiciar um intercâmbio de ideias e fortalecer as linhas existentes nos programas. “O Programa da UFMG é conceito 6 pela Capes, com reconhecimento internacional, e tem muito a contribuir com nossas pesquisas”, explica o professor, que coordena o Nepad. A professora da UFMG que acompanhou os estudantes na visita à UFLA é Ana Lúcia Brunialti Godard, que coordena pesquisas na área de genética animal.

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Grupo de participante do Workshop “Modelos Animais Utilizados em Pesquisas nas Áreas de Genética e Fisiologia”.

O workshop teve a participação de 30 pessoas. Os trabalhos em desenvolvimento nas duas instituições foram apresentados durante o evento. Além dos estudantes de pós-graduação da UFLA e da UFMG, estavam presentes estudantes de iniciação científica das duas universidades. A graduanda de Medicina Veterinária da UFLA Renata Catão Egger, por exemplo, apresentou o trabalho de iniciação científica  “Estudo de comportamento de larvas de Betta splendens em treinamento alimentar”, orientado pelo professor Murgas.

O evento permitiu a discussão das propostas para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de fisiologia e genética usando os peixes como modelos em áreas de interesse dos dois programas. “A interação com grupos de pesquisas conceituados, como é o caso desse grupo da UFMG, além de despertar o interesse dos nossos alunos para a pesquisa na área,  influencia de forma positiva a qualidade dessas pesquisas”, avalia o professor.

A programação incluiu visita à ala de Peixes do Biotério Central da UFLA, onde são criadas diferentes espécies de peixes para realização de pesquisas. Os próximos passos da parceria devem envolver um treinamento dos alunos da UFLA na área de biologia molecular, na qual o grupo da UFMG possui alta experiência, e o recebimento dos alunos da UFMG na UFLA para o desenvolvimento de pesquisas usando os peixes como modelo experimental. Um novo encontro na UFMG também está programado, para continuidade da discussão de projetos conjuntos.

A promoção do Workshop na foi feita pelo Nepad e pela Rede Mineira de Bioterismo, da qual a UFLA faz parte.

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A visita à ala de Peixes do Biotério Central da UFLA fez parte da programação. Foto: Renata Egger.

Zebrafish: contribuição da UFLA na área

Pesquisas no mundo todo utilizando o Zebrafish para investigações de doenças humanas e animais mostram que esses peixes representam um modelo ideal. O Biotério Central da UFLA é o único que cria essa espécie para pesquisa no Estado de Minas Gerais, o que explica sua vinculação à Rede Mineira de Bioterismo.

Pesquisa busca identificar a percepção do gosto salgado por diferentes públicos – comunidade pode contribuir

salO consumo excessivo de cloreto de sódio, popularmente conhecido como sal de cozinha, é uma das grandes preocupações da saúde pública, devido a sua correlação com as doenças cardiovasculares, renais e hipertensão arterial.  No Brasil, o consumo de sal é o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Um projeto do Departamento de Ciência dos Alimentos está sendo desenvolvido por pesquisadores de pós-graduação e graduação com o objetivo de reduzir o sódio presente nos alimentos.

Para dar andamento às pesquisas, a equipe convida jovens, adultos e idosos para participarem de uma análise sensorial com soluções salinas (que não serão engolidas). A atividade ocorrerá no Laboratório de Análise Sensorial em dias e horários estabelecidos pelos pesquisadores em concordância com os participantes.

O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da UFLA, sob o número CAAE 44602315.1.0000.5148, e objetiva identificar a percepção de gosto salgado dos diferentes públicos e correlacionar com seus hábitos de alimentação e seu estado de saúde. As informações obtidas nesse projeto serão divulgadas com o intuito de fornecer às indústrias de alimentos um embasamento para a fabricação de produtos específicos para cada público.

Os interessados em contribuir para este projeto, que busca resultados destinados a atender o interesse público, podem responder ao questionário online no link http://goo.gl/forms/n4xmJwzcei,  ou entrar em contato pelos emails danniela.rodrigues@hotmail.com, anacristina.engalimentos@gmail.com. Os telefones do Laboratório de Análise Sensorial  são (35) 3829 1661 e 3829 1408.

 

Três resumos da UFLA foram aprovados em Congresso Mundial de Bioestimulantes na Agricultura

internacionalizacaoTrês resumos de pesquisa da Universidade Federal de Lavras (UFLA) foram aprovados para serem apresentados no 2º Congresso Mundial de Bioestimulantes na Agricultura (2nd World Biostimulants Congress), que será realizado no Centro de Convenções de Florença, Itália.

Os trabalhos foram desenvolvidos na UFLA sob a orientação dos professores Amauri Alvarenga, do Departamento de Biologia (DBI), e Leila Pio, do Departamento de Agricultura (DAG). As pesquisas também tiveram a participação da professora Ana Cardoso, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG – câmpus Bambuí).

As apresentações serão realizadas pelas professoras Leila Pio e Ana Cardoso, nos dias 16 e 19 de novembro. Os resumos que foram aprovados são: Influence of chitosan on essential oil content and composition of Mentha arvensis L. (Influência da quitosana no teor e composição do óleo essencial de Mentha arvensis L.); Chitosan influence on carbohydrate metabolism and antioxidant system of Mentha arvensis L. (Influência da quitosana no metabolismo de carboidratos e sistema antioxidante de Mentha arvensis L.; Alternative Substrate Formulation for Fruit Seedlings Production (Formulação de substrato alternativo para produção de mudas de frutíferas).

As pesquisas a serem apresentadas envolvem desde a aplicação de substâncias eliciadoras em plantas medicinais com ênfase na produção e qualidade de óleo essencial, até a produção de sementes em frutos a partir de diferentes substratos.

Confira os resumos completos:

Alternative Substrate Formulation for Fruit Seedlings Production.

Chitosan influence on carbohydrate metabolism and antioxidant system of Mentha arvensis L.

Influence of chitosan on essential oil content and composition of Mentha arvensis L.

Texto: Camila Caetano, jornalista – bolsista/UFLA.

Detecção automática de acidentes de trânsito e transmissão de alertas é tema de pesquisa na UFLA

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Professor Luiz Henrique (à esq.) e Thiago conduziram, este ano, os testes no câmpus da UFLA.

Segundo dados do Seguro DPVAT (seguro obrigatório de trânsito), em 2014 foram pagas mais de 52 mil indenizações por morte em acidentes de trânsito no Brasil, e quase 600 mil por invalidez. Estatísticas como essas motivam pesquisas na Universidade Federal de Lavras (UFLA) para o desenvolvimento de tecnologias capazes de ajudar a reduzir o número de acidentes automobilísticos. Uma delas permitiu a criação de um sistema que pode alertar, de forma automática, motoristas sobre acidentes que tenham ocorrido em regiões próximas de onde estejam trafegando. Com mais tempo para que os condutores reduzam a velocidade e adotem medidas preventivas, podem ser evitados engavetamentos e outras complicações. Autoridades também podem ser avisadas automaticamente, tornando possível maior agilidade na sinalização da pista e na prestação de socorro.

A proposta foi desenvolvida sob orientação do professor do Departamento de Ciência da Computação (DCC) Luiz Henrique Andrade Correia. Hoje mestre em Ciência da Computação, Thiago Carvalho Amarante trabalhou no projeto, que resultou em sua dissertação, defendida neste ano. Adaptando hardwares já existentes no mercado e desenvolvendo softwares específicos, ele criou e testou dispositivos que podem funcionar por meio de redes de comunicação capazes prover a troca de informações entre veículos e de veículos com infraestruturas fixas. Essas redes de comunicação são chamadas de Vanets (Vehicle Ad Hoc Networks).

O trabalho comprovou a efetividade da seguinte situação: o dispositivo criado, quando instalado em um veículo, identifica que ele acabou de se acidentar e emite um sinal de alerta, que poderá ser captado dentro de um determinado raio geográfico (os experimentos foram com o raio de 1 Km, mas essa extensão pode ser programada para outras dimensões). Um segundo veículo que entre nessa área (e tenha também o dispositivo instalado) receberá o sinal, podendo retransmiti-lo para outros veículos pelos quais passar. Há também a possibilidade de que os dispositivos desenvolvidos, se instalados em centrais ao longo da autopista, recebam o sinal e possam tornar o alerta disponível em sites na Internet. Todo esse sistema funcionaria por meio de Vanets.

Outros estudos já criaram aplicativos para dispositivos móveis que detectam acidentes e emitem alertas utilizando, por exemplo, mensagens de celular ou a rede 3G/4G, mas nenhum deles utiliza Vanets como meio de transmissão. A vantagem das Vanets é a comunicação mais ágil, automática. A particularidade do experimento conduzido na UFLA é que ele une a detecção automática do acidente e a emissão de alerta para outros motoristas, enquanto outros sistemas possuem apenas uma das duas funções.

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Os dispositivos e o sistema já desenvolvidos podem ser utilizados tanto na comunicação automática entre veículos, quanto na comunicação de veículo para uma central fixa.

Para testar a invenção, as simulações foram feitas no câmpus da UFLA, alcançando os resultados esperados pelos pesquisadores. O dispositivo desenvolvido, presente no carro, capta, por meio de sensores que já existem no veículo, informações que permitem identificar que o acidente ocorreu. São exemplos os sensores que apontam o acionamento do air bag ou uma desaceleração brusca do veículo. Em seguida, a transmissão do sinal ocorre de veículo para veículo, podendo também ocorrer de um veículo para uma central de monitoramento.

Se a ideia fosse colocada em prática nas rodovias, seria possível, por exemplo, que o cidadão, antes mesmo de sair para viagem, consultasse, on-line e em tempo real, a existência de acidentes em determinado trecho naquele momento. No entanto, o caminho para essa realidade não é breve.  Professor Luiz Henrique explica que suas pesquisas orientadas para esses objetivos começaram há cerca de quatro anos e continuam em andamento. “O investimento para que esses projetos se tornem realidade no país ainda é muito alto e depende de uma infraestrutura que envolveria diferentes atores da área pública e privada. Mas nosso desafio é desenvolver as pesquisas e produzir o conhecimento científico que poderá ser útil no futuro. Acredito que em até dez anos já tenhamos estruturas como essa em funcionamento”, diz.

Para Thiago, o mais importante nos resultados obtidos é o indicativo de que muitas portas se abrem a outras informações possíveis de serem transmitidas por meio das Vanets. “O trabalho é uma boa demonstração de que, por exemplo, alertas podem ser emitidos quando ocorrerem violação de semáforo ou excesso de velocidade antes de uma curva, tudo para contribuir com o aumento da segurança no trânsito”, avalia.

Atualmente, a equipe de pesquisa trabalha para tornar mais compacto o dispositivo desenvolvido por Thiago. Dois bolsistas de iniciação científica e outros dois estudantes de pós-graduação dão seguimento às atividades e evoluem nos resultados. “Há ainda um longo caminho a ser percorrido. Um dos desafios que o sistema terá, por exemplo, é o da segurança da informação. É necessário que existam meios de se garantir que a informação transmitida não seja corrompida e utilizada para fins indevidos.”

A dissertação de Thiago deu prosseguimento ao trabalho de mestrado desenvolvido por Vladimir Píccolo Barcelos, também estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. O documento esteve entre os dez mais acessados do Repositório Institucional da UFLA no mês de agosto. Esses dados são divulgados mensalmente pela Biblioteca Universitária.

Consulte a dissertação no Repositório Institucional da UFLA.

Pesquisadores doutores podem pleitear bolsas oferecidas pela Enap – prazo para propostas termina em 12/12

pesquisa-enapA Escola Nacional de Administração Pública (Enap) lançou em agosto chamada pública destinada a selecionar pesquisadores interessados em receber bolsa de pesquisa para trabalhar com temáticas relacionadas ao “Papel do Estado no século XXI: desafios para a gestão pública”. O prazo para inscrição de candidaturas encerra-se em 12/12.

Serão quatro bolsas de pesquisa, com valor mensal de R$ 3 mil e vigência de 12 meses. Podem apresentar propostas todos os que tenham titulação acadêmica de doutor, em curso preferencialmente das áreas de Ciências Humanas ou Ciências Sociais Aplicadas. Entre outros requisitos, o candidato deve apresentar proposta de trabalho inédita. Toda a documentação necessária à inscrição pode ser consultada no Edital nº 11/2015 e enviada por e-mail para o endereço pesquisaenap@enap.gov.br.

O processo seletivo será composto pela análise das propostas e por entrevistas com os candidatos. A previsão é de que toda seleção seja concluída e o resultado final divulgado a partir de 24/11. A concessão das bolsas será a partir de dezembro deste ano.

Com o objetivo de contribuir com o fomento a pesquisas científicas na área de gestão pública, o edital lançado pela Enap prevê que as propostas devem atender a, pelo menos, um dos seguintes aspectos: serviços integrados, redes e parcerias, governo eletrônico, transparência e governo aberto. No edital, há o regulamento completo, constando prazos, condições de execução do projeto, entre outros detalhes.

Acesse o Edital nº 11/2015.

Estudo analisa o Maracatu no ambiente universitário como prática cultural e educativa

maracatu01A experiência do grupo Maracatu Baque do Morro foi fonte de pesquisa para a licenciada em Ciências Biológicas Roberta Carvalho Pereira Campos. Ela concluiu a graduação na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em 2015 sob orientação da professora do Departamento de Educação (DED) Rosana Vieira. Entre outras observações, ela verificou em seu trabalho de conclusão que o maracatu, enquanto manifestação da cultura popular brasileira, pode ser uma contribuição ao processo educativo dos jovens que se envolvem nas atividades.

De acordo com o trabalho de Roberta, ao participar do Grupo, os jovens adquirem experiências que vão além da própria prática cultural. A atuação em tarefas necessárias para manutenção do grupo e a forma de lidar com os conflitos surgidos durante os encontros são oportunidades educativas para os integrantes.  A organização das atividades e das oficinas, o contato com outras experiências de maracatu para parcerias e intercâmbios de práticas e de informações, o cuidado com os instrumentos, a participação em apresentações e oficinas públicas e a administração das finanças para manutenção do projeto são rotinas que levam ao aprendizado individual e coletivo e contribuem para a coesão do grupo. Essas tarefas são alternadas entre os membros, diversificando o aprendizado.

Outra dinâmica do Grupo que contribui para o crescimento de seus integrantes é a realização de planejamentos e avaliações semestrais, assim como a tomada de decisões, às vezes necessárias durante os ensaios semanais. A construção coletiva desses processos, numa gestão democrática, também tem impactos positivos.

Roberta chama atenção para o fato de que o batuque, o aprendizado rítmico e os baques são elementos que efetivamente atraem e motivam a juventude a se envolver, pois contribuem para o lazer e o bem-estar. Mas adverte que a prática do Maracatu deve estar associada à reflexão crítica e à formação teórica, para que seus praticantes compreendam a história do povo negro e as raízes culturais que o batuque possui. Assim, os jovens podem atuar como transformadores da realidade, a partir da consciência formada acerca da resistência do povo negro no Brasil.

O estudo afirma que a recriação do maracatu, em um grupo universitário como o Baque do Morro, tanto acarreta perdas na tradição (são sujeitos diferentes com histórias diferentes, em contextos diferentes), como guarda em si o potencial de mobilizar a juventude e de resgatar a cultura e a história.

Para a professora Rosana, o trabalho é importante porque foi concebido com uma perspectiva em que os estudantes são sujeitos críticos e sujeitos da história. “O estudo é relevante porque aborda uma formação universitária ancorada no conceito da cultura, história e luta dos negros do Brasil, aliada ao fortalecimento da organização estudantil. Ao desenvolvê-lo, Roberta demonstrou maturidade para lidar com conflitos, frustrações e conquistas”, diz.

A estudante diz que o trabalho foi desafiador. “Foi um TCC diferente dos padrões acadêmicos, que trouxe para a minha formação a capacidade de lidar com sujeitos e ideias distintas, e valorizar o conhecimento que cada participante trazia consigo”. Ciente de que os resultados podem ser complementados por novas pesquisas e  reflexões, Roberta demonstra satisfação ao comentar sobre a expansão das atividades do grupo para além dos muros da universidade. “Após a apresentação do TCC, alguns integrantes me disseram que vão começar a popularizar ainda mais o maracatu, no sentido de compartilhá-lo de forma gratuita com sujeitos da cidade, principalmente com jovens da periferia”.

Sobre o Grupomaracatu02

O Maracatu Baque do Morro começou suas atividades na UFLA em 2013, por meio de uma iniciativa do Levante Popular da Juventude que logo ganhou o apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE). No momento de formação, a falta de instrumentos fazia com que o ritmo fosse produzido pelos integrantes com batidas no próprio corpo. De acordo com Roberta, havia um desejo dos estudantes por fortalecer a diversidade cultural na Universidade – e o Baque do Morro chegou como resposta a essa demanda. Trata-se de uma recriação do Maracatu, pois não tem todos os elementos originais dessa prática cultural. O Grupo se organiza com base no método pedagógico do Instituto de Educação Josué de Castro (IEJC), sendo marcado principalmente pela autogestão e pelo propósito educativo.

Atualmente, oferece oficinas gratuitas e abertas a toda a comunidade. Elas ocorrem no Centro de Integração Universitária (Ciuni), às terças-feiras e sextas-feiras, das 17h às 19h.

O maracatu mescla, em música e dança, os elementos da cultura africana aos da cultura indígena e portuguesa. Há um componente religioso e uma origem mística em sua prática, que, muitas das vezes, são ligados ao Candomblé. Essa manifestação surgiu em Recife (PE) no século XVIII e incorporou-se ao folclore brasileiro, tornando-se conhecido e praticado nas diferentes regiões do país. O maracatu faz parte da história de resistência do povo negro brasileiro, que sofreu com a escravidão e permanece, ainda hoje, lutando contra o preconceito.

Com informações de Priscilla Hellen Carvalho (boslsita Ascom/DED).
Fotos: Divulgação.

Mais de cem trabalhos produzidos na UFLA foram apresentados no Congresso Brasileiro de Sementes

Parte da equipe da UFLA presente no CDSementes.
Parte da equipe da UFLA presente no CBSementes.

Profissionais e estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) participaram do XIX Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), realizado em Foz do Iguaçu (PR) de 14/9 a 17/9. No total, foram apresentados, em pôster, 103 trabalhos produzidos na Universidade.

Estiveram presentes os professores do Departamento de Agricultura (DAG) Maria Laene Moreira de Carvalho, Renato Mendes Guimarães, João Almir Oliveira e Aline da Consolação Sampaio Clemente; o professor do Departamento de Fitopatologia (DFP) José da Cruz Machado e o professor do Departamento de Engenharia Florestal (DCF) José Márcio Faria. Somaram-se ao grupo os pesquisadores Stella Veiga Franco da Rosa e Antônio Rodrigues Vieira, da Embrapa e da Epamig, respectivamente. Eles atuam como parceiros nos trabalhos do Setor de Sementes (DAG).

Estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado também participaram das atividades. Ao todo, foram 76 congressistas da UFLA. A mesa-redonda “Detecção, identificação e quantificação de modificações genéticas em sementes: abordagem do MAPA” teve a professora Maria Lene como coordenadora. Já o professor Machado foi palestrante no XIII Simpósio de Patologia de Sementes, realizado durante o Congresso. Ele abordou o temaProgramas de apoio a Patologia de Sementes pelo CNPq e MAPA – análise crítica dos resultados de pesquisas realizadas nesses programas”, juntamente com a representante do CNPq Caroline Pedroso Ventorim de Oliveira.

Os professores Maria Laene, Renato e Machado também integraram comitês científicos do evento. De acordo com o professor João Almir, o Congresso foi produtivo e gerou bons frutos. “Vale destacarmos o alto número de participantes da UFLA, o que deixou a instituição muito bem representada em um evento de elevado nível técnico-científico. Os alunos de graduação e pós-graduação tiveram a oportunidade de fazer contato com outros pesquisadores da área e com as empresas. Para nós, professores, foi um momento de busca de novas parcerias e de atualização científica”, avalia.

O CBSementes é uma iniciativa da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates) e vem sendo realizado desde 1979. Além do público acadêmico, reúne técnicos, produtores e empresários. A edição anterior ocorreu em Florianópolis (SC), em 2013.