Ufla divulga resultado do 1º Processo Seletivo de 2008 (Vestibular)

A Comissão Permanente de Processo Seletivo (Copese) disponibiliza a lista de aprovados no 1º Processo Seletivo de 2008 (Vestibular) da Universidade Federal de Lavras.

Para acessar a lista de aprovados, clique aqui

Informações referentes à matrícula de calouros, desempenho do candidato entre outras, estão disponíveis no site da Copese: www.copese.ufla.br.

Nota corte:
Administração – 59,3
Agronomia – 56,5
Ciência da Computação – 60,0
Ciências Biológicas – 64,5
Educação Física (Licenciatura) – 45,0
Engenharia Agrícola – 48,0
Engenharia de Alimentos – 62,9
Engenharia Florestal – 62,1
Matemática (Licenciatura) – 29,0
Medicina Veterinária – 70,9
Química (Licenciatura) – 43,4
Sistemas de Informação – 43,8
Zootecnia – 52,1

Alimentos puxam a inflação de 2007

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), acumulou uma taxa de 6,16%, no ano de 2007. Em 2006, esta taxa de inflação ficou acumulada em 5,94%.

Em 2007, o grande vilão da inflação foi o comportamento dos preços dos alimentos, principalmente a partir do segundo semestre, com alta acumulada no ano de 16,4%. Nos últimos quatro meses, o preço do feijão para o consumidor acumulou um aumento 90,51% e o da carne bovina, 36,96%.

Com isto, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas passou de R$266,92 em janeiro para R$297,55 em dezembro, uma alta de 11,47%.

INFLAÇÃO DE DEZEMBRO É A SEGUNDA MAIOR DO ANO

O DAE/UFLA também divulgou a inflação de dezembro, cuja taxa foi de 1,07%, sendo a segunda maior do ano, perdendo apenas para janeiro, que ficou em 1,32%. No mês de novembro, este índice havia sido 0,37%.
Entre os itens que mais subiram de preços em dezembro, estão àqueles associados aos grupos alimentos (3,21%) e vestuário, cuja alta foi de 1,35%. Também em dezembro, foram registradas altas de preços nos setores de material de limpeza (0,86%), higiene pessoal (0,59%) e bens de consumo duráveis (eletroeletrônicos, móveis e informática), cujo aumento no mês foi de 0,19%.

Entre os segmentos que compõem a categoria alimentos, a maior alta ficou com os produtos semi-elaborados, 6,95%, principalmente o feijão, que aumentou 44,89%, a carne suína, 9,59% e a carne bovina, que ficou mais cara 8,23%. Entre os alimentos in natura, as maiores altas foram registradas nos preços da couve-flor (43,5%), abacate (30,08%), melancia (12,34%), goiaba (11,9%) e pêra, com aumento de 12,33%. Entre os industrializados, os maiores aumentos foram identificados no leite em pó (8,22%), banha (13,56%) e chocolate/bombons, com um aumento de 7,56%.

Os grupos pesquisados pela UFLA em dezembro que tiveram queda média de preços no mês foram: bebidas (-0,92%), educação e saúde (-0,02%) e gastos com transporte, -0,27%. Em média, não houve alterações de preços nos itens que compõem as categorias serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha), moradia e gastos com lazer.

O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas ficou em R$297,55 em dezembro, contra um valor de R$288,36 no mês anterior, registrando uma variação de 3,18%.

Índices Agrícolas apontam situação desfavorável para o produtor em 2007

Pesquisa do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), com base no levantamento mensal dos índices de preços agrícolas, chegou à conclusão de que, em 2007, os custos para produzir, no setor agrícola, superaram, em média, os preços pagos ao produtor rural pela venda de seus principais produtos.

No acumulado do ano, o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agropecuários teve alta de 11,31%, enquanto o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agrícolas aumentou 15,46%. Esses índices estimam, respectivamente, a variação da renda agrícola e o comportamento dos custos de produção do setor.

A pesquisa do DAE/UFLA faz o levantamento mensal de 42 produtos e 187 insumos agropecuários.

Explica o prof. Ricardo Reis, coordenador do índice, que 2007 teve bons momentos para o produtor, mas em situações distintas. Primeiro foram as altas do preço do leite pago ao pecuarista entre abril e agosto, invertendo esta alta a partir de setembro, quando os preços do leite tipo B e tipo C iniciaram tendência de queda para o produtor.

Posteriormente, as altas do feijão e do milho a partir de agosto, ao contrário que vinha acontecendo no primeiro semestre, quando, em média, os preços destes dois grãos estavam em queda. Ressalta também o bom momento vivenciado pelas carnes, no segundo semestre. No entanto, o que segurou a renda agrícola em 2007 foi o preço do café, que tem elevado peso no cálculo do índice agrícola; no ano, o preço do café acumulou queda de 11,68%. Já os insumos mantiveram tendências de altas no início, metade e final do ano, afirmou o professor da UFLA.

Índices de Dezembro de 2007

Em dezembro, o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agrícolas aumentou 3,96%, enquanto o Índice de Preços Recebidos (IPR) pelos produtos agropecuários teve variação negativa de 2,61%.

No mês de dezembro, o preço do café teve uma melhora de 3,52%, ao contrário do milho, cuja cotação reverteu a tendência de alta e caiu 6,77%, para o produtor. Já o feijão manteve a tendência de alta, com aumento de 3,52% no campo. Alguns produtos que compõem o grupo hortifrutigranjeiro também ficaram mais baratos para o produtor no mês pesquisado: repolho (-18,18%), pimentão (-37,14%), couve-flor (-18,18%), abobrinha (-33,33%), tomate (-10,4%) e milho verde (-78,57%). A grande alta entre os itens que compõem os hortifruti foi a da batata, cujo aumento, no mês, foi de 122,5%. Já o preço pago ao pecuarista pela venda do leite fluido tipo B caiu 7,35% e pelo tipo C, queda de 16,21%.

Entre os insumos agrícolas, as maiores altas, em dezembro, ficaram nos segmentos das sementes e mudas (9,75%), adubos (7,93%) e rações (7,03%).

MEC descredencia 39 cursos de pós no país

Folha de São Paulo, 21/12/07

Obtenção de conceitos baixos em avaliação da Capes afetou programas de universidades como a USP, Unicamp e UFRJ

Em uma escala de zero a sete, os programas reprovados atingiram no máximo dois; não há mais possibilidade de recurso

O Ministério da Educação descredenciou ontem 39 programas de pós-graduação -especialização, mestrado ou doutorado- do país por terem obtido baixos conceitos na avaliação realizada a cada três anos pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Entre as instituições que tiveram programas descredenciados estão a USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UFRJ (Universidade Federal de Rio de Janeiro), UnB (Universidade de Brasília) e UFF (Universidade Federal Fluminense).

Na escala de zero a sete, os programas reprovados atingiram no máximo dois. Com essa avaliação, os cursos são classificados como não-recomendados pela Capes. Ao todo, funcionam no país 2.257 programas de pós-graduação. Os reprovados representam 1,7% do total, segundo informação do Ministério da Educação.

Dos 39 programas, 18 se referem às áreas de saúde, medicina e biologia. A USP teve o mestrado e doutorado em cirurgia plástica descredenciados. Foram 21 programas descredenciados em instituições federais.

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) teve seu programa de especialização em morfologia descredenciado. A especialização em engenharia mecânica e o mestrado em odontologia legal e deontologia da Unicamp também.

O mestrado em física, o mestrado e o doutorado em dermatologia e cirurgia geral da UFRJ foram descredenciados, assim como o mestrado em lingüística aplicada da UnB. De acordo com a assessoria do Ministério da Educação, os programas são avaliados tanto pela qualidade dos cursos que oferecem aos alunos quanto pela produtividade de artigos ou patentes produzidos em determinado período, por exemplo.

A avaliação foi feita por 45 grupos de especialistas em distintas áreas, totalizando 700 examinadores, além do CTC (Conselho Técnico Científico).

Os cursos descredenciados não podem mais receber matrículas e, segundo nota do MEC, a avaliação divulgada ontem é final e já levou em consideração os recursos possíveis.

‘Os alunos que estão cursando mestrado ou doutorado nesses programas terão seus diplomas validados, mas se a instituição admitir novos estudantes, eles não terão seus diplomas reconhecidos’, explicou o diretor de avaliação da Capes, Renato Janine, segundo nota do MEC. Dos 595 recursos enviados para revisão de conceito, 154 foram aceitos e tiveram as notas revistas.

Na última avaliação trienal, o Ministério da Educação avaliou um total de 1.819 programas.

Na ocasião, foram descredenciados 36 programas. O equivalente a 2% do total.

USP afirma que curso já seria extinto

A USP afirmou que seu curso descredenciado (medicina 3: cirurgia plástica ) já estava previsto para ser extinto -as disciplinas foram diluídas em outros programas.

Já a Unifesp afirmou que o seu curso mal avaliado (ciências biológicas 2: morfologia) não existe há dois anos. A assessoria de imprensa da Unicamp não foi localizada no início da noite de ontem.

A UnB informou que, até a noite de ontem, não havia recebido o documento da Capes informando o descredenciamento da linha de mestrado em lingüística aplicada do Instituto de Letras e que só se pronunciaria após o recebimento.

A Folha procurou a faculdade de física da UFMS e de química da UFG, mas não conseguiu contato.

A pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Angela Uller, afirma que, logo que a universidade soube da nota baixa de três dos seus cursos, formou uma comissão para buscar soluções. No caso dos programas de dermatologia e cirurgia geral, a decisão foi de reconhecer as críticas, não recorrer e fechar os programas.

No caso da ciência política, a universidade reconheceu que há problemas, mas decidiu que vai tentar sua reestruturação.

‘O principal problema é a falta de corpo docente. Muitas pessoas estão se aposentando e não há contratação de professores em número suficiente’, afirmou Angela.

Realizado o 3º Curso de Arranjos Florais

O Núcleo de Estudos em Paisagismo e Floricultura (Nepaflor)da Universidade Federal de Lavras (Ufla) realizou, dia 15 de dezembro, o 3º Curso de Arranjos Florais com o tema Natal e Ano Novo.

No início do curso, os palestrantes abordaram, de maneira teórica, assuntos relacionados a técnicas utilizadas na montagem de arranjos, estilos de arranjos, harmonia das cores e flores, tipos de flores e folhagens e materiais que podem ser utilizados para a confecção de arranjos florais. Na segunda parte do curso foram demonstrados vários tipos de arranjos florais para Natal e Ano Novo, sendo utilizados nos arranjos natalinos, associados às flores, velas, pinhas e diversos objetos decorativos.

Com o tema de Ano Novo, foram confeccionados arranjos para diversos ambientes, utilizando plantas tropicais e, ainda, mesas de frutas com ornamentação de flores, dentre outros. No final, cada participante pode confeccionar seu próprio arranjo, utilizando as técnicas ensinadas durante o curso, aliado à criatividade de cada um. Durante o evento os participantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas referentes à conservação de flores dos arranjos florais.

O evento contou com a colaboração de diversos patrocinadores e, dessa forma, foi possível a realização do curso e ainda de sorteios que proporcionaram dinamismo ao curso e descontração aos participantes. Citam-se o Departamento de Agricultura da Ufla, Sr. Fernando (produtor de flores de Barbacena/MG), Floricultura As Estações, Epamig, Madeirartes, Restaurante Edinho’s, Verdurão Santana, KS Printe e Beto Brinquedos.

Em breve, o Nepaflor estará promovendo outros cursos de arranjos florais.

Informações:(35)3829-1781 ou nepaflor@ufla.br.

Por que, para que, para quem?

Folha de São Paulo, 21/12/07

ELIANE CANTANHÊDE

BRASÍLIA – É emocionante ver uma mãe chorando num programa eleitoral porque o filho pobre chegou à universidade? Sem dúvida. É ótimo que jovens com poucas chances de estudo tenham diploma universitário? Com certeza.

Mas a principal questão da educação não é essa, nem são de todo graves os dados do MEC mostrando que 12% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados no ensino superior, quando o Plano Nacional de educação prevê 30% até 2011.

O grave começa no ensino fundamental. O Brasil foi competente no rumo da universalização, mas não é preciso fazer prova em cima de prova para mostrar que os alunos saem das escolas sem aprender.

E o grave continua no ensino médio, até com a falta de escolas técnicas para os milhões de jovens que, em vez de anos e anos numa universidade teórica, precisam e querem empregos reais. O percentual de jovens no ensino técnico nos EUA é de 60%; no Brasil, de 9%.

Quem não tem um parente, amigo, filho que fez universidade por fazer e ocupa função técnica, com salário de técnico e vai continuar técnico? É legítima a vontade da mãe e do estudante de ter um diploma superior na mão -ou melhor, na parede. Mas quem de fato lucra com isso são as universidades particulares, muitas com ensino sofrível e preços escorchantes. O ‘doutor’ gasta o que tem e o que não tem por um sonho fugaz -e inútil.

Falta estratégia de educação no país, e não é de hoje. É preciso saber para quem, por que e para que abrir vagas no ensino superior, combinando o arbítrio pessoal e o interesse nacional. Ou seja: vagas com mercado de trabalho.

É melhor investir num ensino que dê oportunidades iguais para todos e trate a universidade como o que é: centro de excelência. Até lá, levar a sério as escolas técnicas, para que o aluno tenha opções reais e orgulho da sua profissão, em vez de ter um diploma vazio e uma frustração travestida de orgulho.

No país, 7 milhões de jovens não têm ocupação

O Globo, 20/12/07

Demétrio Weber

Levantamento mostra que 19,9% dos brasileiros de 15 a 24 anos de idade não estudam nem trabalham

BRASÍLIA. Quase sete milhões de brasileiros de 15 a 24 anos, o equivalente a 19,9% da população nessa faixa etária, não estudam nem trabalham. É o que mostra relatório lançado ontem pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). Segundo o estudo, menos da metade dos 34 milhões de jovens do país freqüentava a escola ou a universidade no ano passado.

Em 2005, mais jovens eram assassinados ou morriam em acidentes de trânsito do que no início da década, embora tenha havido redução nas taxas de homicídios em 2004 e 2005. No mesmo período, caíram as notas em português e matemática.

O Relatório de Desenvolvimento Juvenil cruza informações de educação, saúde e renda, para avaliar as condições de vida da juventude. O Distrito Federal ficou em primeiro lugar no ranking estadual, com Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ) de 0,666, na escala até 1. O Rio de Janeiro ocupa a oitava posição, com 0,548 — acima da média nacional de 0,535 —, e Alagoas, a última, com 0,367.

Inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que compara a qualidade de vida nos países, o IDJ restringe-se à realidade brasileira.

Jovens que não têm ocupação são os mais pobres

O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo, acha preocupante que um em cada cinco jovens não vá à escola nem trabalhe. Em 2006, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, 29,3% dos jovens somente estudavam, enquanto outros 17,7% estudavam e trabalhavam. Ao todo, eram 46,9% na escola ou na faculdade — outros 33,1% só tinham emprego. Quem não fazia um coisa nem outra, tinha, em média, menos anos de estudo e menor renda familiar.
Ou seja, era mais pobre.

— É o círculo vicioso da pobreza — disse Julio Jacobo.

Citando pesquisas no Distrito Federal e em Pernambuco, Jacobo diz que esses adolescentes passam o dia na rua ou em bares, trilhando um caminho que invariavelmente leva à criminalidade.
Segundo o relatório, são 6,9 milhões no país. Ele lamentou que menos da metade dos jovens freqüente a escola. Pior: só 33,1% cursam o ensino médio ou superior, pois boa parte dos jovens ainda não terminou o ensino fundamental, por causa do abandono e da repetência.

Segundo o sociólogo, o maior drama, porém, é a falta de qualidade do ensino. A série histórica do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do Ministério da Educação (MEC) mostra que, de 1995 a 2005, as notas de português e matemática caíram tanto na 8asérie (9º ano, onde o ensino fundamental dura nove anos) quanto no 3º no do ensino médio: — Jogamos pelo ralo três anos de estudo. É como se um aluno da 8asérie tivesse estudado apenas cinco anos.

Ele defendeu programas para dar mais acesso a computadores e internet. Hoje, mesmo na escola pública e nos centros gratuitos, os menos pobres são os que usam mais a informática.

O Rio ficou em último lugar no indicador de saúde, puxado pela mortalidade de jovens por causas violentas, em que também ocupa a última posição, com taxa de 130,7 mortes para cada cem mil jovens contra 79,3 na média nacional. O Maranhão tem a menor taxa de mortalidade por causas violentas, com 40,9. Em termos nacionais, a taxa de homicídios caiu na esteira do Estatuto do Desarmamento, mas vem aumentando o número de jovens mortos no trânsito.

Jacobo diz que a desigualdade de renda é uma das principais causas da violência. Ele lembrou que, no Rio, as favelas ficam dentro da cidade e que os jovens pobres se espelham no padrão de consumo da população com maior poder aquisitivo.

Jovens negros também têm piores indicadores.

Taxa de analfabetismo entre os jovens é baixa Nem tudo, no entanto, são más notícias. O analfabetismo entre os jovens era de 2,4%, concentrado no Nordeste. Em dez estados, não passava de 1%, caso do Rio. Em São Paulo, o melhor colocado, era de 0,7% e em Alagoas, o pior, de 8,2%. A taxa de jovens freqüentando o ensino médio ou a faculdade, como é previsto para quem tem 15 anos ou mais, subiu ligeiramente de 29,2% para 33,1%, entre 2001 e 2006.

O IDJ utiliza dados de 2005 e 2006 já divulgados pelo IBGE, o Ministério da Saúde e o MEC.

Do somatório de seis indicadores, nasce o índice. A renda é calculada com base no salário mínimo. Os aumentos acima da inflação, no entanto, distorceram o índice, impedindo comparações entre anos diferentes.

Esta é a terceira edição.

A primeira foi divulgada em 2003 e a segunda, em 2005.

O diretor-executivo da Ritla, Jorge Werthein, defendeu a adoção de políticas públicas duradouras nos três níveis de governo — União, estados e municípios — para enfrentar o problema: — Já temos todos os indicadores.

O que falta é uma política de longo prazo que não mude a cada quatro anos, com a troca dos governantes — disse Werthein.

“Jogamos pelo ralo três anos de estudo.

É como se um aluno da 8asérie tivesse estudado apenas cinco anos Julio Waiselfisz, autor do estudo Já temos todos os indicadores. O que falta é uma política de longo prazo que não mude a cada quatro anos Jorge Werthein, diretor da Ritla

No setor privado, porém, pouquíssimas, apenas 4,3%, são universidades. O censo mostrou que prevalece no país a pequena instituição de ensino superior: 67,5% têm até mil alunos matriculados.

Curso de educação à distância cresceu 571% em três anos O levantamento registrou ainda um grande crescimento nos cursos de educação à distância (EAD). De 2003 a 2006, houve um aumento de 571% em números de cursos e de 315% no número de matrículas.

Em 2005, os alunos de EAD representavam 2,6% do total de estudantes. Em 2006 passaram a ser 4,4%.

Segundo o presidente do (Inep), Reynaldo Fernandes, os números mostram que é preciso dar atenção ao ensino à distância, que teve mau desempenho no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

— Não dá mais para se tratar ensino à distância como algo residual. O Enade já havia mostrado que o desempenho desses alunos é o pior — disse Fernandes.

Faculdades têm 1 milhão de vagas ociosas

O Globo, 20/12/07

Evandro Éboli

Número, referente a 2006, representa quase metade da oferta em todo o país

BRASÍLIA. Mais de um milhão de vagas oferecidas nas instituições de ensino superior no país em 2006 — exatas 1.025.955 — ficaram ociosas, ou seja, não foram preenchidas pelos estudantes que participaram do vestibular. Esse número representa 49% das vagas oferecidas em todo o país. Em 2005, esse percentual foi de 43%. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2006, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação, 97,3% das vagas ociosas foram oferecidas por faculdades privadas.

Nas universidades públicas, onde os vestibulares são mais disputados, quase a totalidade das vagas foi preenchida.

Das 298.191 vagas ofertadas por essas instituições, 271.499 foram preenchidas. A ociosidade foi de apenas 8,9% (26.692 vagas).

Taxa de jovens matriculados subiu de 11% para 12%

O censo revelou ainda que o acesso ao ensino superior continua subindo em ritmo lento. Cresceu apenas um ponto, de 11% para 12%, a taxa de escolarização, que significa o percentual da população com idade entre 18 a 24 anos que está matriculada num curso superior. O Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso prevê que, até 2011, 30% dos jovens com essas idades estejam na universidade.

Em proporção, o índice de expansão dos alunos matriculados no ensino superior continua em queda, se considerados anos anteriores. Apesar do salto de 4,9 milhões matrículas em 2005 para 5,3 milhões em 2006, o aumento foi de 6,4%, inferior aos 6,9% de 2005 e aos 7,1% de 2004. Em 2003, essa taxa foi de 11,6% e em 2002, de 14,8%.

Outra constatação do censo é que, das 2.270 instituições de ensino superior no país, 2.022 (89%) são privadas. As outras 248 (11%) são públicas.

No setor público, 37% das instituições são universidades.

Só 12,1% dos jovens entre 18 e 24 anos são universitários

Folha de São Paulo, 20/12/07

Angela Pinho, Antônio Gois e Fábio Takahashi

A taxa, que estava estagnada em 9%, obteve crescimento, mas não deve alcançar meta estipulada para 2011, de 30%

Repetência e ingresso tardio no ensino básico estão entre razões para que a chegada dos jovens à universidade ocorra com mais de 24 anos

Apenas 12,1% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão matriculados em algum curso superior. O número, divulgado ontem, mantém o país distante da meta do Plano Nacional de Educação de chegar a pelo menos 30% em 2011.

Integrantes do próprio governo admitem que será muito difícil o país chegar a esse patamar daqui a quatro anos.

O presidente do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), Reynaldo Fernandes, argumenta, por outro lado, que o número ficou estagnado no patamar de 9% durante muito tempo e só começou a se mover recentemente. De 2005 para 2006, as matrículas de jovens no ensino superior cresceram 1,2 ponto percentual -o índice era de 10,9 há dois anos e havia sido de 10,4 em 2004.

Uma das razões para esses baixos valores é a repetência ou mesmo a entrada tardia do aluno na educação básica, que faz com que ele ingresse na universidade com mais de 24 anos. Há também o fato de os alunos do ensino à distância -que correspondem a 4,4% da presencial- serem, em média, seis anos mais velhos do que os estudantes da educação presencial.

Ainda assim, porém, se todos os matriculados no ensino superior tivessem entre 18 e 24 anos -faixa considerada adequada para esse nível- a taxa de matrícula ficaria em 20,1%.
Os dados divulgados ontem confirmam ainda que, embora não seja suficiente para o índice geral de matrículas, a graduação à distância registrou crescimento de 80,7% em relação a 2006, contra 5,4% da educação presencial no período.

Lula e FHC

O censo da educação superior de 2006 fecha os números do setor durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após cinco anos de quase estagnação, o número de vagas oferecidas pelas instituições federais de ensino superior aumentou 14,4% de 2005 para 2006, o maior crescimento nos últimos dez anos. Esse aumento, porém, ainda não se refletiu no número de alunos matriculados e, com isso, o presidente Lula terminou seu primeiro mandato registrando um crescimento inferior ao verificado nos dois mandatos de FHC.

Considerando apenas as matrículas -ou seja, o total de alunos que estudavam em todas as séries do ensino superior-, o crescimento no primeiro governo Lula (2003 a 2006) foi inferior ao dos dois mandatos de FHC (1995 a 1998 e 1999 a 2002). No governo Lula, o número de alunos em universidades federais cresceu apenas 4%. No primeiro mandato de FHC, essa variação foi de 11% e, no segundo, de 20%.

Jovens do DF vivem melhor; SP ocupa o terceiro lugar em ranking

Pesquisa considera mortalidade, qualidade de ensino, matrículas e renda

O Distrito Federal é a unidade da federação em que os jovens vivem melhor, enquanto Alagoas é o pior lugar. A conclusão é de um estudo do pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, da Ritla (Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana). O ranking foi feito de acordo com o IDJ (Índice de Desenvolvimento Juvenil), que é bianual e considera indicadores de mortalidade, qualidade de ensino, matrículas e renda. Semelhante ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), vai de zero a um.

O Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 0,666, substituindo Santa Catarina (0,647), que liderava o ranking desde 2003, quando o índice foi criado. São Paulo ficou em quarto lugar em 2003 e 2005 e, neste ano, subiu uma posição, com 0,627. Na lanterna nos três anos, Alagoas fica com 0,367. O número do Brasil é de 0,537 -0,002 a mais do que nas duas últimas medições.

O paulistano Cássio Sá de Camargo, 29, que se mudou para Florianópolis (SC) há sete anos, dá a sua versão para o resultado: ‘O povo daqui vive para curtir a vida, para ser feliz. Em São Paulo, as pessoas pensam muito em dinheiro’.

Desigualdade

O Relatório de Desenvolvimento Juvenil faz também um diagnóstico da desigualdade no Brasil. Mais de um terço (35%) dos jovens de 15 a 24 anos que estão entre os 10% mais pobres não trabalham nem estudam. Para Jacobo, o dado mostra que a expansão de matrículas no ensino fundamental não chegou a outros níveis escolares.

No outro extremo, o dos 10% mais ricos, esse percentual é de 8%. Entre todos os jovens, essa situação de falta de trabalho e de estudo atinge 20% dos brasileiros de 15 a 24 anos.
A maior aparente ociosidade é encontrada entre mulheres, o que pode ser um reflexo da dificuldade de entrada no mercado de trabalho e da incidência de gravidez entre adolescentes, especialmente nas faixas mais pobres. Entre os homens, o percentual dos que não estudam nem trabalham é de 13%, variando de 23% entre os mais pobres a 6% entre os mais ricos.

Somente entre as mulheres, o percentual total sobe para 28% -mais que o dobro entre os homens-, indo de 46% entre as mais pobres a 10% entre as mais ricas.

No caso dos homens, a principal explicação para esses percentuais menores é o fato de a maioria deles já estar no mercado de trabalho, seja conciliando emprego e estudo (41% dos casos), seja somente trabalhando (20%).

Entre as mulheres jovens, essa inserção no mercado é bem menor: apenas 15% conciliam as duas atividades e 25% só trabalham.

Mais brasileiros conseguem chegar ao ensino superior

O Estado de São Paulo, 20/12/07

Lisandra Paraguassú

Cresceu o número de matrículas, principalmente na educação a distância

O número de matrículas no ensino superior cresceu no País entre 2005 e 2006. O último Censo do Ensino Superior, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), mostra que a taxa de escolaridade líquida – que considera apenas os jovens de 18 a 24 anos – passou de 10,9% para 12,1%. Mesmo pequeno, o crescimento é comemorado pelo MEC. É o maior registrado nos últimos anos.

“Nas décadas de 80 e 90, a taxa esteve estagnada em torno de 9%. Voltou a crescer agora. Só isso já é uma boa notícia”, afirmou Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A taxa mostra que mais jovens na idade correta estão chegando ao ensino superior. Mas há também mais pessoas no ensino superior. A taxa de escolaridade bruta – calculada considerando-se todas as pessoas matriculadas, independentemente da idade, em relação ao número de jovens – também cresceu. Passou de 18,2% para 20,1%.

O ensino superior, no entanto, mantém ainda as desigualdades regionais. Na região Sul, a taxa de escolaridade líquida é de 17,1%, a mais alta do País. Sudeste e Centro-oeste têm 14%. Norte e a Nordeste não chegam à metade disso, ficam abaixo de 7%.

Boa parte desse crescimento do ensino superior pode ser creditado ao aumento dos cursos de graduação a distância. O censo mostra que as matrículas nesse tipo de ensino cresceram mais de 315% entre 2003 e 2006. O número de cursos oferecidos passou de 10 no ano 2000 para 349 em 2006, uma evolução de 571%.

No entanto, apesar do investimento que o governo federal pretende fazer em cursos a distância, a maior parte desse crescimento ainda é em instituições privadas. Isso porque o censo, ainda com dados de 2006, não conta as vagas criadas pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), que entrou em funcionamento neste ano. Foram contadas apenas as vagas do programa Pro-Licenciatura, de formação de professores. “Até fevereiro, teremos 45 mil alunos na UAB. Até 2009, pretendemos chegar a 200 mil”, afirmou Carlos Bielschowsky, secretário de Ensino a Distância do MEC.

O ministério prevê, ainda, um aumento maior da participação das federais nesse crescimento a partir do censo 2007. Isso porque uma pesquisa prévia feita apenas com as federais mostra um aumento de matrículas no segundo semestre de 2006 que não chegou a ser detectado pelo censo. “A maior parte das federais iniciou a expansão no final de 2006. Esse movimento só aparecerá no próximo levantamento”, explicou Ieda Diniz, da Secretaria de Ensino Superior do MEC

Universidade Federal de Lavras