Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo realiza quingentésima defesa de dissertação/tese

24.10 defesa 500 solosEsta quinta-feira (24) foi um dia histórico para o Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (DCS/UFLA), com a realização da quingentésima defesa registrada no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo. Desde que foi criado, inicialmente com o curso de Mestrado em 1976 e, posteriormente, o Doutorado em 1994, o Programa reúne 347 dissertações e 153 teses.

A defesa de número 500 foi defendida pela doutoranda Daniele Nogueira dos Reis, sob a orientação do professor Antonio Eduardo Furtini Neto. Com o título “Caracterização Mineralógica e Avaliação da Eficiência Agronômica como Fontes Potenciais de Fósforo e Potássio”, o estudo faz parte de um projeto para o desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de fertilizantes a partir de rochas nacionais, visando a diminuir a dependência de fontes externas de matéria-prima. De acordo com Furtini, o processo desenvolvido prima pelo ineditismo e deverá ser objeto de pedido de patente.

Seguindo aos princípios de internacionalização, Daniele fez um ano de doutorado sanduíche na University of Guelph, no Canadá. Sobre a experiência no intercâmbio, ela destaca a oportunidade de ganhar fluência na Língua Inglesa, a estrutura de pesquisa e o envolvimento dos professores na orientação. No entanto, avalia que o Brasil não deixa a desejar em termos de estrutura e competência em pesquisa, ressaltando o contexto vivido na UFLA.

Trajetória de sucesso

Presente da defesa de tese número 500, o professor Alfredo Scheid Lopes relembrou a trajetória de criação do Departamento de Ciência do Solo, há 40 anos, ainda na Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL). Feliz com o sucesso alcançado, o professor reforça o empenho de professores e estudantes na elaboração e aprovação de projetos de qualidade para a conquista de importantes financiamentos.

Para a professora Fátima Moreira, coordenadora do Programa, o desempenho destacado é resultado da dedicação, interação e seriedade do grupo de docentes, discentes e técnicos. O programa tem avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) como de excelência nacional (nível 6) e caminha para o nível 7, de excelência internacional. Otimista com a nova classificação, Fátima Moreira enfatiza que o Departamento tem aproveitado todas as oportunidades de internacionalização, com a conquista de importantes parcerias.

Para o professor Nilton Curi, que também vivenciou história do Programa, a defesa de número 500 é um marco importante e estimulante para continuar a trajetória de lutas do Departamento. Para ele, a importância está justamente na formação de recursos humanos qualificados, que é a missão mais nobre da Universidade.

Presente também na defesa, Rafael Curimbaba Ferreira, do Grupo Curimbaba (mineração), reforçou a importância de manter parcerias com uma universidade como a UFLA, para dar validade e credibilidade à eficiência de novos produtos.

Um pouco de história

O Departamento de Ciência do Solo iniciou suas atividades como departamento didático em 1973, com o objetivo de oferecer disciplinas nas áreas de Ciência do Solo para os cursos de graduação da ESAL. A origem do Departamento foi o Instituto de Química John H. Weelock, fundado em 1961, com as finalidades de realizar análises de material de solo para aulas práticas, pesquisa e atendimento a produtores rurais da região.

Essas atividades conduziram à estruturação do DCS, que continua oferecendo, além das atividades de pesquisa e ensino, o serviço de extensão, com atendimento a empresas do setor agrário e industrial, produtores rurais, discentes e docentes da UFLA e de outros centros de pesquisa. São realizadas, tanto para a pesquisa quanto para o público externo, análises de materiais de solo, plantas, água, sedimentos, adubos e resíduos orgânicos, além de recomendações de adubação e calagem e atividades de P&D e extensão voltadas à comunidade de seu entorno.

Um intenso programa de treinamento dos seus docentes, desde a década de 70, permitiu a diversificação das atividades de pesquisa e, consequentemente, a participação em cursos de pós-graduação na UFLA e outras instituições do país e no exterior, atuando como orientadores, coorientadores ou em bancas de defesa de dissertação e tese, revisores de artigos para periódicos diversificados, consultores de agências de fomento e de empresas públicas e privadas. Essas atividades foram a base para a implantação do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo.