Estudante da UFLA participa do Programa de Vivências no SUS do Ministério da Saúde

Em parceria realizada pelos cursos de Medicina e Engenharia ambiental e Sanitária, por meio da disciplina de Epidemiologia e Saúde Pública, ministrada pela professora Stela Márcia Pereira, do Departamento de Ciências da Saúde (DSA), o estudante Juliano Rezende Mudadu Silva, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária foi selecionado para o projeto “VER-SUS – no VALE 2018”, onde teve uma vivência de oito dias nos municípios de Juazeiro e Petrolina, sertão baiano e pernambucano, respectivamente. 

A imersão no programa ocorreu por meio de debates sobre as realidades dos povos e o funcionamento de cada nível de complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e contou com o apoio a Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco (Univasf). O estudante, e outros 29 participantes, receberam auxílio dormitório, alimentação e transporte.

O VER-SUS (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde) é um projeto estratégico do Ministério da Saúde que acontece desde 2002, com foco na formação de trabalhadores para o SUS. Destina-se aos estudantes universitários brasileiros dos cursos da área da saúde, todavia tem aberto espaço para áreas conexas que contribuem para a redução do risco de doenças e de outros agravos.

O estudante da UFLA vivenciou experiências em Juazeiro, Bahia, participou de aulas e debates de diversos temas sobre o funcionamento da sociedade, conhecimento de fitoterápicos, uso de folhas e raízes medicinais pelos sertanejos e agroecologia. Também participou de dias de imersão no campus da Univasf de Juazeiro, onde o debate sobre o SUS foi mais intenso. A “Atenção Primária à Saúde (APS)” foi tema central, assim, foram realizadas visitas às Unidades Básica de Saúde (UBS), Unidades de Saúde da Família (USF-PSF), e Unidades de Pronto a Atendimento(UPA).

Juliano relata que a vivência lhe possibilitou adquirir mais conhecimentos da saúde pública e entendimento da vida. “Notei a não existência de sistemas, ou de um simples filtro, para o tratamento da água. O lixo gerado era descartado no quintal de cada casa, ficando exposto no ambiente em que crianças brincavam. Sendo a prova concreta da gritante necessidade de nós, profissionais promovedores do saneamento básico, contribuirmos para a saúde das populações. Para mim, foi o início de uma longa jornada, da luta pelo fim do maior desastre ambiental brasileiro, e provavelmente mundial, a falta saneamento básico, causador de diversos problemas de saúde pública. Outro ponto marcante ocorreu em uma tarde em que tivemos a honra da visita de Luciene, que ficou 13 anos internada em manicômio. Chocou e comoveu todos os viventes com a sua história. Estimulando o debate da importância do CAPS- Centro de Atenção Psicossocial como um espaço de reconstrução”.

Para a professora Stela, tais experiências vêm ao encontro do direito de cidadania. “É consenso mundial de que o Estado é responsável pela saúde de seus povos. No Brasil, por meio da Constituição de 1988 tem-se, pelo artigo 196, que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Deste modo, tais vivências sucitarão em nossos alunos a compreensão, na prática, sobre a necessidade de buscarnos o cumprimento desses direitos e seus impactos. Ademais, temos vivenciado, em todo mundo, o aparecimento de doenças emergentes e reemergentes”.

Colaboração direta da professora Stela Márcia Pereira