Estudante da UFLA destaca a acessibilidade do Centro de Convivência em um texto atrativo sobre pisos táteis

Foto de um piso tátil, em um trecho com a sinalização de Alerta, indicando que o cego deve fazer uma curva em 90 graus. Fonte: Arquivo Pessoal.  
Foto de um piso tátil, em um trecho com a sinalização de Alerta, indicando que o cego deve fazer uma curva em 90 graus. Foto: Débora Rossini

‘Você sentaria nos trilhos destinados a trens? E em pisos táteis para cegos?’ Esse é o título de uma interessante publicação da estudante de graduação em Ciência da Computação, Débora Rossini, no blog de sua autoria – Sopa de Números na Educação Inclusiva. Vale destacar que hoje, 21 de setembro, é celebrado oficialmente o Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes.

Com autorização da estudante, reproduzimos aqui as ideias centrais do post, dedicado especialmente à comunidade acadêmica da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O texto trata do novo Centro de Convivência, na área central do câmpus, mais precisamente com relação à acessibilidade das edificações. O interessante é que as dicas da estudante podem ser aplicadas a qualquer espaço público.

“Vocês que estão curtindo de montão a cantina nova, os novos espaços de alimentação, livraria, copiadora, etc, perceberam que há umas faixas escuras no chão, por todo o piso? Alguns de vocês já devem ter visto faixas desse tipo em outros lugares públicos, inclusive na rua, com certeza. Sabem o que é aquilo… e para que serve? Com vocês, o PISO TÁTIL!”.

Ela explica, resumidamente, que o piso serve para que pessoas com deficiência visual – cegas ou com visão reduzida- possam ter mais autonomia e independência para se locomoverem sozinhas. Mesmo utilizando sapatos de sola bem grossa, é possível que a pessoa com deficiência visual perceba as texturas do piso – que, por sua vez, possuem um código. Basicamente, são elas:

Direcional – são aqueles risquinhos longos, enfileirados, que indicam que o usuário pode seguir em frente

De Alerta – São aquelas bolinhas que aparecem em certos trechos – e indicam que pode haver, a partir daquele ponto, uma curva, uma mudança de direção qualquer, uma ramificação do caminho

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Débora Rossini, autora do texto no blog Sopa de Números na Educação Inclusiva

“No caso das pessoas cegas, a utilização da bengala facilita sua locomoção e o ‘mapeamento’ espacial por onde ela deve andar e, no caso das pessoas de visão reduzida, são as cores do piso que devem ser contrastantes e chamativas – que facilitarão a visualização dele. EM RESUMO: o piso é uma espécie de ‘trilho’, que indica para a pessoa com deficiência visual quais direções ela deve tomar para chegar em algum lugar naquele ambiente, sem correr o risco de ficar perdido. De forma análoga, é como se o piso tátil fosse um trilho, e a pessoa com deficiência visual fosse um trem ou metrô!”.

Porém, a estudante conta que observou uma postura inadequada das pessoas perante o piso tátil, provavelmente por desconhecimento. Embora ela tenha acuidade visual suficiente para não depender desse piso, ela estava testando o piso tátil já que trabalha em atividades institucionais envolvendo a temática acessibilidade.

“Voltando à analogia com os trilhos do metrô: suponhamos que você veja a linha, com o trilho, e veja que não tem nenhum metrô ou trem vindo. Você se sentaria na linha de trem, ou ficaria em pé ali batendo papo com seus amigos? CLARO QUE NÃO! – você certamente pensaria”, reforça a estudante, lembrando que não se deve ficar em pé batendo papo com os colegas ou colocar a cadeira em cima do piso tátil.

“Isso porque, como é fácil de imaginar, o cego vai seguindo aquelas linhas que lhe orientam, e vai andando… andando… andando. Ele não vê os obstáculos que podem estar ali e vai acabar, acidentalmente, ”trombando” em você ou seus amigos”, enfatiza.

E faz a recomendação: “sempre preste atenção ao parar em pé ou colocar sua cadeira, de forma que não obstrua o piso tátil… Existem, sim, vários cegos na UFLA, que são estudantes… e que precisam muito dessa sinalização para transitar por aí. Aproveite e alerte também seus amigos para isto”.

A estudante completa que em outros espaços da UFLA, como na Biblioteca Universitária, áreas externas de Convivência, nas imediações do Restaurante Universitário, também têm esse piso. As recomendações valem para todos os espaços.

Sobre a autora

A autora do post, Débora Rossini, mantém o blog Sopa de Números na Educação Inclusiva e uma página no facebook para debater e trocar ideias acerca da Síndrome de Irlen, que é um distúrbio oftalmológico ainda pouco conhecido e muitas vezes confundido como distúrbio de aprendizado. Portadora dessa síndrome, a estudante descobriu e compartilha informações e tecnologias especiais, como óculos e placas de acetato para a leitura no computador que podem contribuir para a qualidade de vida de quem sofre desse distúrbio.

Acesse a matéria sobre o lançamento do blog Sopa de Números na Educação Inclusiva, publicada no Portal da UFLA em 2013.  

Para acessar o blog clique em http://sopadenumerosecalculos.blogspot.com.br/

Para acessar a página Driblando e Vencendo a Síndrome de Irlen clique Aqui