Pesquisadores da UFLA participam do IX Congresso de Tecnologia Pós-colheita e Agroexportações, no Chile

O Grupo de Pesquisa e o Núcleo de Estudos em Pós-colheita de Frutas e Hortaliças (Nepc) marcaram presença no IX Congresso de Tecnologia Pós-colheita e Agroexportações, realizado em Santiago do Chile, de 29/11 a 1º/12.

A equipe foi coordenada pelo professor do Departamento de Ciências dos Alimentos da UFLA (DCA), Eduardo Valério de Barros Vilas Boas, integrante também do comitê científico do evento, e contou com as discentes de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da UFLA, Jéssyca Santos Silva, Mariana Crivelari da Cunha e Nathane Silva Resende, além dos estudantes em Engenharia de Alimentos, Deyvid Henrique Braga e Maria Paula Pimenta Vilas Boas.

Os pesquisadores da UFLA apresentaram doze trabalhos durante o evento, a maioria deles voltados à caracterização e agregação de valores a frutos nativos do Cerrado e da Amazônia. O potencial nutricional, sensorial e funcional de frutos nativos, como araçá, araçá-boi, bacupari, gabiroba, mangaba, marmelada espinho, murici e puçás amarelo, marrom e preto, na forma in natura e processada, foi apresentada aos congressistas, oralmente e na forma de pôster.

A equipe divulgou, ainda, resultados de projetos envolvendo o uso de coberturas comestíveis à base de nanofibras de celulose na conservação de morangos minimamente processados, uma nova tendência de mercado. Os trabalhos expostos foram financiados pelas agências de fomento à pesquisa Capes, CNPq e Fapemig.

A viagem possibilitou também uma visita ao Instituto de Investigações Agropecuárias do Chile (INIA), em 27/11, conduzida pelo pesquisador chileno Bruno Defilippi Bruzzone, onde foram apresentados trabalhos relacionados aos aspectos de fisiologia e biotecnologia de abacate, mirtilo (blueberry) e uvas de mesa, além de pesquisas sobre marcadores moleculares associados à qualidade e melhoramento de uvas de mesa.

UFLA iniciou seleção de novos bolsistas para o Programa BIC Júnior

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu, no último sábado (09/12), 270 estudantes de escolas estaduais de Lavras que concorrem a vagas como bolsistas do Programa BIC Júnior. Nessa primeira etapa da seleção, os candidatos responderam a questões de raciocínio hipotético e dedutivo, e uma questão aberta, que avaliava o conhecimento sobre o Programa.

Segundo a coordenadora do BIC Jr. na UFLA, professora Rita de Cássia Suart, do Departamento de Química (DQI), uma ampla divulgação sobre o Programa e sobre o processo seletivo foi realizado nas escolas públicas de Lavras. O resultado da primeira fase será divulgado no dia 13/12 (terça-feira) no site da PRP.

Haverá, ainda, uma fase do processo seletivo com entrevistas e dinâmicas, a serem conduzidas pela equipe de gestão do Programa.

O BIC Jr.

O Programa é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é despertar a vocação científica em estudantes do ensino médio da rede pública, incentivando talentos potenciais a prosseguir no caminho acadêmico. Durante os três anos do Ensino Médio, eles participam de atividades de pesquisa científica e tecnológica, com orientação de pesquisadores da Universidade.

Na UFLA, o BIC Jr. teve início em 2002. Atualmente, são 150 vagas do BIC Jr. na Instituição. Para a turma que ingressará em 2018, estão disponíveis 40 delas. As demais vagas estão sendo utilizadas pelas turmas que iniciaram em 2016 e 2017. Todos os anos, a UFLA certifica os estudantes concluintes do Programa em cerimônia oficial. 

Dezembro Vermelho: UFLA promove campanha de conscientização sobre o HIV/Aids

O mês de dezembro na UFLA tem sido marcado por uma série de atividades de conscientização sobre o HIV/Aids. As ações fazem parte da campanha Dezembro Vermelho, que busca alertar a população sobre a importância da prevenção ao vírus, além de promover a troca de conhecimentos sobre a abordagem do indivíduo portador do HIV. O projeto foi uma iniciativa conjunta da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec – Coordenadoria de Saúde) e do Departamento de Ciências da Saúde (DSA), com participação ativa de professores e alunos, por meio do projeto “Minuto da Saúde”. As ações também tiveram o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e da Diretoria de Comunicação da UFLA.

Em 1º/12, mensagens de alerta sobre o crescimento da contaminação entre os jovens, os casos no mundo e as formas de prevenção foram espalhadas em pontos do Centro de Convivência, da entrada do Restaurante Universitário (RU) e dentro do transporte interno (Mamute). Uma equipe multiprofissional de saúde da Prefeitura Municipal também esteve na Universidade, durante dois dias, orientando o público e realizando mais de 400 testes rápidos para detecção do HIV, sífilis e hepatite B e C.

De 6/12 a 9/12, foi realizada a I Semana de Saúde Integral do Portador de HIV. O evento teve início com um debate sobre os desafios de saúde e sociais ainda vividos por portadores do HIV, no auditório do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA).

Na quinta-feira, 7/12, foi momento de roda de conversa com uma equipe multiprofissional do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da Prefeitura Municipal de Lavras, realizada no Centro de Convivência. A ação contou ainda com a distribuição de panfletos informativos e preservativos à comunidade acadêmica.

A semana de atividades terminou com o I Simpósio de Saúde Integral do Portador de HIV, abordando as necessidades psicossociais e físicas do indivíduo portador do vírus, buscando uma perspectiva de atendimento humanizado e integral pelos profissionais de saúde.

Prevenção em primeiro lugar

A política brasileira de combate à epidemia é reconhecida internacionalmente. O país foi um dos primeiros a adotar uma estratégia contra a doença, com a distribuição gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), do coquetel de antirretrovirais para pessoas com vírus HIV ou Aids. Além disso, já existem protocolos para o uso de medicamentos profiláticos para situações de pós-exposição, assim como em situações específicas de pré-exposição.

No entanto, o médico infectologista da UFLA, Silvio Menecucci, lembra que tais estratégias medicamentosas não funcionam 100% das vezes. “Precisamos ter a consciência de que, apesar de um tratamento eficaz de combate à doença, ainda não conseguimos a cura da infecção pelo HIV. Por isso, é preciso barrar a transmissão. O preservativo deve ser usado em todas as relações sexuais, porque além de proteger contra a infecção pelo HIV, evita a transmissão de sífilis, gonorreia, clamídia, e outras infecções sexualmente transmissíveis”, ressaltou.

Mesmo com informação e campanhas de conscientização, os números assustam. De acordo com os dados do Ministério da Saúde de 2015, 94% dos brasileiros sabem que o preservativo é a melhor forma de prevenção às DSTs e Aids. Mesmo assim, 45% da população sexualmente ativa do país não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses.

Os dados refletem também o mito sobre os chamados grupos de risco. A assistente social do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Fernanda Dias Moreira, que também participou das ações do Dezembro Vermelho, explicou que esse conceito é ultrapassado. “Não existem mais grupos de risco. Hoje, o que existe são comportamentos de risco. Qualquer relação sexual desprotegida é um comportamento de risco”, reforçou.

Preservativos masculinos e femininos são disponibilizados gratuitamente em toda rede pública de saúde. Em caso de comportamento de risco e possível exposição ao vírus, o indivíduo deve procurar imediatamente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima para receber a profilaxia pós-exposição. O tratamento deve ser iniciado em, no máximo, 72 horas após o ocorrido.  

Testes rápidos podem ser feitos no CTA (Em Lavras, a unidade fica situada na Avenida Ernesto Matiolli, 885, bairro Santa Efigênia – telefone (35) 3821 5177). O atendimento é inteiramente sigiloso e oferece o acompanhamento de uma equipe multiprofissional para orientação sobre o resultado final do exame e, em caso positivo, encaminhamento ao Serviço de Atendimento Especializado (SAE).

Informação para combater o preconceito

O combate à Aids teve início há 32 anos. Mas, apesar de muito se falar sobre a doença e formas de transmissão do vírus, o preconceito em relação aos portadores do HIV ainda persiste. Por isso, é importante lembrar que a transmissão não acontece por meio do toque, saliva e compartilhamento de copos, talheres e pratos, ou utilizando os mesmos locais de higiene.

A transmissão se dá por meio de relação sexual desprotegida, da mãe para a criança (durante a gravidez, parto ou amamentação, quando não se utiliza ações de prevenção), e com o uso compartilhado de instrumentos perfurocortantes não esterilizados (agulhas, lâminas de bisturi, alicates etc).

A discriminação contra a pessoa que vive com HIV/Aids é considerada crime (Lei 12.984/2014), podendo resultar em multa e prisão de 1 a 4 anos.

Confira as fotos da campanha Dezembro Vermelho na UFLA:

Fotos de Samara Avelar e Mayara Toyama:

Fotos do Projeto Minuto da Saúde:

Dicas de Português: Bom dia ou bom-dia, qual é o certo?

Na nossa Língua, o hífen serve para gerar novos significados às expressões; serve para que não haja o entendimento literal, ao “pé da letra”. Vejamos alguns exemplos:

Caixa preta: caixa literalmente da cor preta;
Caixa-preta: gravador das aeronaves.

Cachorro quente: o animal literalmente quente;Cachorro-quente: o famoso sanduíche.

Certamente poucas pessoas têm a curiosidade de pesquisar as expressões “BOM-DIA”, “BOA-TARDE” ou “BOA-NOITE” no dicionário. E agora? Como devo usar? Com ou sem o hífen? Depende.

O conhecido dicionário Houaiss assim registra:

Bom-dia
Substantivo masculino: cumprimento que se dirige a alguém na parte da manhã; bons-dias.
Ex.: cumprimentou-o com um bom-dia caloroso.

Esclarece, assim também, o dicionário eletrônico Aurélio:

Bom-dia
Substantivo masculino: saudação que se dirige a alguém na primeira metade do dia, na parte da manhã; bons-dias.
Ex.: Deu-me um bom-dia afetuoso.

Nas formas desejosas, de um dia literalmente bom, não há uso de hífen.

“Fulano passa, diz e escreve:
– Bom dia! Bom feriado a todos!”

Havendo determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo), a expressão passa a ser encarada como substantivo e a situação é diferente:

“Fulano é tão mal-educado que nunca me disse um bom-dia, um boa-tarde ou um boa-noite!”

Mais uma vez: com determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo), “bom-dia”, “boa-tarde” e “boa-noite” são substantivos e usam hífen.

Meras saudações, sem o determinante, são mensagens destituídas de hífen, uma vez que a leitura é literal.

Boa leitura a todos!
 

Fonte:  https://exame.abril.com.br/carreira/bom-dia-ou-bom-dia-qual-e-o-certo/

 

Paulo Roberto Ribeiro

DCOM

Orquestra de Câmara da UFLA e Coral Vozes do Campus emocionam público em apresentação no centro de Lavras

A Igreja do Rosário, construída no século XVIII, foi palco nesse sábado (9/12) das apresentações da Orquestra de Câmara da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e do Coral Vozes do Campus.

Sob regência e direção artística do maestro Daniel Paes de Barros desde maio deste ano, ao longo deste período os músicos e membros do coral realizaram 21 apresentações em diversos lugares como no Museu Bi Moreira  – como parte do projeto “Música no Museu”-, no Salão de Convenções e em entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e o Lar Augusto Silva. De acordo com o maestro, a agenda para 2018 já prevê inclusive exibições em outras cidades.

Com explicação minuciosa do regente nos intervalos, a apresentação desse sábado contou com sete exibições de músicas de câmaras com trios, duetos e solos, onde os músicos mostraram movimentos de  obras de grandes nomes da música clássica como Johann Sebastian Bach, Franz Schubert, Anton Bruckner, Ludwig van Bethoven, Antonio Vivaldi, Friedrich Haendel e outros.  A intenção, de acordo com o maestro, é diversificar: “ O povo adora ouvir o que já conhece, mas nosso desafio é ampliar este repertório, esse semestre foram 42 obras que os músicos nunca haviam tocado e o coro nunca havia cantado, mais da metade ainda desconhecida pelo público. ”

Com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), atualmente a  Orquestra e o Coral conta com 18 integrantes cada, sendo membros da comunidade acadêmica e local. Um deles é o estudante de mestrado Lucas Rocha que encontrou na música um apoio para seguir adiante nos estudos “Aqui na UFLA se não fosse o coral e a orquestra eu teria desistido. Eles são minha válvula de escape, todos os dias no período da noite é quando esqueço todos os problemas e a música é o que me completa hoje. ”  

A próxima apresentação da orquestra e do coral será nesta quinta-feira (14), no Salão de Convenções da UFLA, às 19h30, também com entrada franca. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail musica@proec.ufla.br ou telefone (35) 3829-1585. 

Coral Vozes do Câmpus e Orquestra de Câmara da UFLA

O Coral Vozes do Campus foi criado em 1982 e é considerado um dos mais antigos da região, e possui um repertorio clássico de música erudita e de música popular brasileira. O grupo é formado por 18 coralistas, entre docentes, servidores e estudantes da UFLA, além de membros da comunidade lavrense.

Já a Orquestra de Câmara da UFLA iniciou suas atividades em 2011 sob a regência do o Maestro Augusto Mário Goulart Pimenta e, desde então, dedica-se ao repertorio clássico e a arranjos exclusivamente escritos para o grupo. Integrada não só pela comunidade acadêmica, mas também por moradores da cidade e região, a orquestra também é composta por 18 músicos.

Confira as fotos da apresentação de sábado (9/12):

Matéria e fotos: Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/UFLA.

Ranking GreenMetric: UFLA está novamente entre as universidades mais sustentáveis do mundo

Pelo sexto ano consecutivo, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) aparece em destaque no UI GreenMetric World University Ranking. Nesta edição, entre todas as participantes, a UFLA obteve o 35º lugar, subindo três posições com relação ao ano passado. Esse ranking sinaliza os esforços em sustentabilidade e gestão ambiental das instituições de ensino superior em todo o mundo.

O GreenMetric é uma rede mundial de universidades comprometidas com o desenvolvimento sustentável, surgido em 2010, na Universidade da Indonésia. Os resultados 2017, oitava edição, foram divulgados nesta segunda-feira (11/12). Participaram 619 universidades. Apenas 17 instituições brasileiras foram representadas no ranking. Na lista das universidades mais sustentáveis do Brasil e da América Latina, deste ano, estão a Universidade de São Paulo (USP) e a UFLA.

O desempenho da UFLA tem contribuído para que a Universidade seja amplamente reconhecida como exemplo de gestão ambiental, que alia expansão e sustentabilidade. De forma recorrente, representantes da UFLA são convidados a apresentar o Plano Ambiental e Estruturante em eventos nacionais e internacionais que tratam da temática ambiental.

O reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, idealizador do Plano Ambiental e Estruturante, salienta que a Universidade tem contribuído para que outras instituições brasileiras alcancem posições de destaque no GreenMetric, fortalecendo a sua missão de compartilhar conhecimentos. “É importante destacar que estamos contribuindo para a formação de profissionais comprometidos com a preservação ambiental tanto na UFLA quanto em outras universidades, uma vez que, somos sempre procurados por outras instituições para apresentar o nosso plano ambiental, sendo referência no Brasil. Este é o resultado de um esforço coletivo, que envolve toda a comunidade acadêmica”, comenta.

A avaliação é organizada sob seis categorias principais: estrutura do câmpus e áreas verdes, consumo de energia, gestão de resíduos, uso e tratamento de água, políticas sobre transportes e atividades acadêmicas relacionadas ao meio ambiente.

A Wageningen University & Research, Países Baixos, foi classificada em primeiro lugar, seguida pela University of Nottingham, no Reino Unido, em segundo, e pela University of California Davis, nos EUA, em terceiro. Também integram o top 10 na classificação: University of Bradford; Nottingham Trent University; University of Oxford; University of Connecticut; Bangor University; University College Cork, e Hochschule Trier – Umwelt-Campus Birkenfeld.

Confira aqui o resultado completo

Pesquisa da UFLA utiliza Inteligência Artificial para prever séries meteorológicas em curto prazo

A próxima etapa da pesquisa é referente à previsão da formação e rota de ciclones tropicais –  alguns resultados iniciais já foram coletados.

As mudanças climáticas e seus impactos na vida do planeta são objeto dos mais variáveis estudos. A análise das temperaturas ajuda na tomada de decisões e a precisão é um fator fundamental; porém, cheio de desafios. Por isso, um projeto de mestrado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade Federal de Lavras (PPGESISA /UFLA) trata dos “Sistemas Evolutivos Baseados em Regras para previsão de séries temporais meteorológicas”.

O estudo inovador resultou em um artigo publicado no Fuzz IEEE, congresso mundial de sistemas fuzzy, que este ano ocorreu em Nápoles, na Itália. O autor, Eduardo Almeida Soares, explica que a ideia do trabalho foi obter um método capaz de criar modelos gerais que sejam apropriados para prever séries meteorológicas, considerando quaisquer bases de dados, independentemente do local ou de qualquer particularidade climática da região.

O pesquisador, Eduardo Almeida Soares, e o coordenador, Daniel Furtado Leite, à frente de estudo inovador que alia inteligência artificial à meteorologia

Para a pesquisa, foram usadas bases de dados fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de estações meteorológicas de cidades como: São Paulo, Manaus, Porto Alegre, e Natal, escolhidas por terem características climáticas particulares. Já os métodos evolutivos utilizados foram concedidos pelo professor do Departamento de Engenharia (DEG) Daniel Furtado Leite, orientador do projeto. A abordagem foi feita com base em sua tese intitulada “Evolving Granular Systems”, que recebeu prêmios de tese da North American Fuzzy Information Processing Society, da IEEE Computational Intelligence Society e da Sociedade Brasileira de Computação. O professor, juntamente com outros professores do PPGESISA, coordena o Laboratório de Inteligência Computacional e Aprendizado de Máquina (CIML-UFLA). O CIML é composto por aproximadamente 35 estudantes de graduação e pós-graduação, que trabalham com as mais diversas aplicações de inteligência artificial, inclusive em meteorologia.

O objetivo geral do trabalho foi desenvolver modelos centrados em dados não lineares e variantes no tempo para previsão de temperatura média mensal. Eduardo comenta a forma como as previsões são feitas e de que maneira sua pesquisa se difere de outras já publicadas: “O método que desenvolvemos constrói e atualiza modelos em tempo real. Os modelos são não lineares e não estacionários, o que é diferente de outros modelos baseados em inteligência artificial e métodos tradicionais da estatística. A ideia é que o modelo preditor perceba um novo padrão, à medida que os dados são disponibilizados. Isso ocorre de forma gradual, ou seja, o modelo está sempre em adaptação e é sempre capaz de aprender e de se reestruturar quando necessário”.

Para o professor Daniel, a dissertação trouxe contribuições para duas áreas: a inteligência artificial e a meteorologia “É importante ressaltar que os métodos que foram abordados nesse trabalho são diferentes dos métodos comuns em inteligência artificial, já que eles permitem que o modelo aprenda novos comportamentos em tempo real, ou seja, os modelos preditores evoluem com o tempo e podem acompanhar variações de distribuições de probabilidade e capturar novos padrões espaciais e temporais a partir da observação do fluxo de dados”.

O sistema desenvolvido na UFLA poderá ser utilizado em breve, conforme relata o professor Daniel: “Esperamos que o retorno para a sociedade seja logo, talvez em um ano ou dois, já que estamos desenvolvendo interfaces gráficas e pretendemos disponibilizar um software que será patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que dê informações adicionais aos usuários sobre as previsões climáticas em qualquer região do país. ”

O método poderá, inclusive, ser aplicado em hidroelétricas: “Além de prover a previsão de temperatura média mensal, o sistema dá um invólucro dessa estimativa, que é uma informação adicional que, na engenharia elétrica, pode ser usada para tomar decisão com relação a se manter certo volume de água em diferentes barragens hidroelétricas ou auxiliar na estimativa da demanda de energia. ” Outra aplicação, segundo o professor, seria na engenharia agrícola, sendo possível com esses invólucros adicionais prever custos na ambiência animal e determinar em qual região e em que época do ano se deve fazer determinado plantio.

Eduardo continua sua pesquisa no doutorado em computação, que agora é feito na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo.A próxima etapa da pesquisa é referente à previsão da formação e rota de ciclones tropicais; alguns resultados iniciais já foram coletados satisfatoriamente”.

Novos artigos com base no sistema apresentado estão sendo elaborados, um deles é para previsão de precipitação de chuva no dia seguinte; e outro para   previsão de rotas de ciclones formados no oceano Atlântico em intervalos de seis horas. Outro artigo já foi aceito para a publicação no periódico Applied Soft Computing, em parceria com o pesquisador Bruno Costa, da Ford Research & Innovation Center na Califórnia, e do professor da PUC Minas Pyramo Costas Jr.

Matéria: Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/UFLA.

Edição: Mayara Toyama- estagiária Dcom/UFLA. 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.