Trabalho de professor e aluna da UFLA monitora animais silvestres em parque de Lavras

Arte mostra área de reserva ambiental e animais encontrados no local

Treze espécies de animais silvestres foram monitoradas por armadilhas fotográficas durante dez meses, no Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, em Lavras.  De acordo com o professor Antonio Carlos da Silva Zanzini, do Departamento de Ciências Florestais (DCF) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o trabalho, desenvolvido em parceria com a aluna do curso de biologia (bacharelado) Ellen Cristina Mões Oliveira, resultou em cerca de três mil registros que flagraram o período e o perfil de atividade dos bichos por 24 horas. Um deles, o porco do mato, foi encontrado pela primeira vez na reserva. Lobo-guará (vulnerável à extinção), cateto (vulnerável à extinção), irara, jaguatirica, sagui e coelho do mato e outros também foram localizados no parque.

O monitoramento permitiu também avaliar a riqueza em espécies de mamíferos de médio e grande porte do parque e analisar a similaridade entre os tipos fisionômicos dos vegetais encontrados. O parque é o maior de Lavras, com cerca de 250 hectares de extensão, motivos que fizeram o professor a escolher o local para o levantamento. Aberta ao público, a reserva ecológica é mantida por uma fundação.

Cães foram localizados no parque

O professor explicou que oito armadilhas fotográficas foram fixadas em árvores, a aproximadamente dez centímetros de distância do solo, e em regiões por onde os bichos circulam na mata. De acordo com Zanzini, cada máquina pode captar os movimentos dos animais a cada 30 segundos, sendo que as câmeras ficaram em modo filmagem por 24 horas/dia. Outro tipo de registro, o chamado de “independente” pelo professor, flagrou as espécies no intervalo de tempo superior a uma hora.

Antes de deixar os equipamentos no parque, o Zanzini visitou a área e escolheu quatro tipos de vegetação para desenvolver o trabalho. Os locais onde houve monitoramento compreendem Floresta Estacional Semidecidual, Mata de Galeria, Campo Cerrado e Cerrado Típico.

Com a ação, foi possível também identificar 400 registros da presença de cães no parque e esses animais domésticos tiveram o mesmo horário de circulação de oito espécies silvestres. Para o professor, essa constatação sinaliza um desequilíbrio ambiental em razão da convivência entre bichos domésticos e nativos. Além desse problema, o Zanzini identificou que alguns animais de porte pequeno acabam virando presa para os cachorros.

Armadilhas fotográficas utilizadas no trabalho

Para que essa situação seja controlada, Zanzini sugeriu captura e remoção dos cães, controle da entrada desses animais na reserva e uma ação de educação ambiental. O professor Zanzini avaliou como positivo o resultado do trabalho e disse que espera publicá-lo em forma de artigo científico. Por fim, ele ressaltou a disponibilidade e a atenção da direção do parque para a realização da pesquisa.

Texto: Rafael Passos – Jornalista/bolsista – Fapemig

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

UFLA participa de projeto de combate à leishmaniose tegumentar e à hanseníase

Alunos, professor e representante do poder público no projeto Carreta da Saúde

Atendimento e informação. Dois instrumentos importantes para combater e prevenir a leishmaniose tegumentar e a hanseníase foram levados à população lavrense nessa segunda-feira (03/04). A ação uniu esforços da Universidade Federal de Lavras (UFLA) do poder público e do laboratório Novartis. A Carreta da Saúde – veículo itinerante que funciona como unidade móvel – atendeu 81 pessoas de todas as faixas etárias que passaram por triagem e avaliação, segundo balanço da prefeitura.

Pela primeira vez, Lavras sediou esse tipo de trabalho, que teve a organização da administração municipal em parceria com a UFLA por meio do projeto Minuto da Saúde. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitário (Praec), o Departamento de Ciências da Saúde (DSA), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Laboratório de Biologia Parasitária (Biopar/UFLA), também estiveram envolvidos na ação.

Alunos do terceiro e quarto períodos dos cursos de medicina e de biologia da universidade participaram dos trabalhos. Eles abordaram as pessoas, que se submetiam a uma triagem e eram informadas a respeito das doenças. Alguns casos foram examinados pelo dermatologista Marcos Vilela, professor do DAS.

Segundo o professor, os pacientes atendidos seguiram o protocolo de avaliação clínica, de teste de sensibilidade cutânea, de dermatoscopia e de orientação. Ao todo, sete pessoas foram aconselhadas a procurar nova avaliação.

Vilela considerou positivo o projeto Carreta da Saúde por orientar a população e prevenir doenças de forma gratuita.  O professor disse ser importante o contato dos alunos com casos estudos na universidade. “O curso de medicina também é extensão ao oferecer a oportunidade de levar a sociedade aquilo que é visto em sala de aula”, opinou.

Alunos do curso de medicina orientam a população

O aluno do quinto período de medicina Giliard Souza aprovou a iniciativa, sobretudo por praticar o que é transmitido pelos professores e de se aproximar de situações com as quais vai lidar na carreira. Quem tem opinião semelhante ao do estudante é Cristiane Teixeira Gomes, do oitavo período de biologia. “Levar educação e saúde para a população é importante a agrega conhecimento para quem está na universidade”.

O professor Marco Aurélio Ferreira da Silva levou a filha de sete anos para consultar após ficar sabendo do projeto na escola onde ela estuda. A criança apresentou algumas machas na pele e, por prevenção, o pai resolveu seguir orientação médica.

A dona de casa Zélia Borges Ribeiro foi atendida pelo professor Marcos Vilela, que a examinou e a aconselhou a buscar atendimento especializado em razão de algumas manchas na pele. Apesar da recomendação, dona Zélia não apresentou nenhum sintoma de doença, conforme o médico.

Precavida, a dona de casa contou que sempre passa filtro solar no corpo antes sair de casa para se proteger contra a exposição solar. Ela também fez elogios ao projeto e sugeriu que a ação se repita outras vezes na cidade. “Muita gente não têm condições de pagar uma consulta e aqui (Carreta da Saúde) o atendimento foi de graça”.

A Carreta da Saúde é desenvolvida pela empresa Novartis junto com Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais de saúde, além do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) e o do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).

Texto: Rafael Passos – Jornalista/bolsista – Fapemig

Assista à reportagem da TV Universitária sobre o projeto Carreta da Saúde: https://youtu.be/GmmTlASoFlA

 

Leishmanioses – conheça as principais informações e o histórico do trabalho que vem sendo desenvolvido em Lavras

No início de 2017, o diagnóstico do primeiro caso de  leishmaniose visceral humana em Lavras (MG) – que foi também o primeiro do sul do estado de Minas Gerais –  chamou a atenção da população e das autoridades de saúde para a doença. A notícia recente sobre mais um caso, que resultou na morte de um homem de 36 anos no último fim de semana, reforça a importância dos trabalhos que vêm sendo realizados em torno do tema.

Casos de leishmaniose tegumentar, outra forma clínica da doença, também já foram diagnosticados em pacientes com lesões de pele residentes no município.

A Universidade Federal de Lavras (UFLA), por meio do Laboratório de Biologia Parasitária da UFLA (Biopar), vem atuando desde 2013 para compreender a epidemiologia das leishmanioses em Lavras e empregar esforços para o controle e  combate a essas doenças. O trabalho reúne profissionais e estudantes dos departamentos de Medicina Veterinária (DMV), Saúde (DSA), Biologia (DBI) e Nutrição (DNU) e é feito em parceria com a Vigilância Ambiental e Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Lavras.

Para contribuir na divulgação de informações que precisam ser conhecidas pelo cidadão, possibilitando que melhor compreenda os casos e que possa atuar na prevenção e controle da doença, o Biopar resgata o histórico da mobilização, esclarecendo pontos importantes sobre as leishmanioses.

O combate às leishmanioses em Lavras

Em 2013, casos de leishmaniose visceral em cães foram identificados por meio de necropsias feitas no setor de Patologia do Hospital Veterinário da UFLA. Esse alerta, juntamente com a constatação da presença do inseto transmissor da doença no município, levou à necessidade de se estabelecer na cidade a investigação epidemiológica. Foi então que a UFLA e a Vigilância Ambiental iniciaram um trabalho conjunto, obtendo apoio do Estado, dentro do Programa Nacional de Controle da Leishmaniose Visceral.

Lavras recebeu do Governo do Estado os kits para realização dos testes rápidos para a detecção da infecção em cães. Com o apoio da UFLA, os exames começaram a ser realizados em vários bairros da cidade. No estado de Minas Gerais, a incidência estimada seria de 2% de resultados positivos, mas em Lavras, naquele período, havia bairros com 20% de positividade.

Os animais com exames que apresentavam resultados positivos no teste rápido passavam por um teste confirmatório, conhecido como Elisa, realizado pelo laboratório de referência da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A partir de dois resultados positivos, os proprietários eram orientados sobre a única recomendação preconizada pelo Ministério da Saúde à época: a eutanásia dos animais. Uma parceria entre a Vigilância Ambiental e o Setor de Patologia da UFLA permitiu que os procedimentos de eutanásia fossem realizados na instituição.

O agente transmissor das leishmanioses é a fêmea do inseto conhecido como mosquito-palha.

Além de identificar os cães infectados e orientar quanto aos procedimentos, as equipes instalaram armadilhas luminosas em algumas residências, para detectar a presença do inseto transmissor em regiões específicas da cidade. O acompanhamento sistemático ocorre nos bairros em que os casos de leishmaniose visceral canina ou humana são notificados. Durante dois anos, os mesmos locais são monitorados, com armadilhas permanecendo instaladas por três noites, pelo menos uma vez por mês. A equipe da UFLA recolhe as armadilhas e faz a análise dos insetos capturados, identificando as espécies e a possível infecção por parasitos do gênero Leishmania.

O trabalho permanece contínuo e envolve também ações de educação em saúde junto à comunidade acadêmica e lavrense.

Leishmanioses: diferenças entre os tipos visceral e tegumentar

As leishmanioses são causadas por parasitos do gênero Leishmania, que, por sua vez, são transmitidos por insetos – os flebotomíneos. Mas há diferenças importantes entre os dois tipos de leishmaniose:

*O tratamento de cães não deve, em hipótese alguma, ser realizado com drogas destinadas ao tratamento humano. O tratamento autorizado a partir de 2017 deve ser realizado por um médico veterinário com acompanhamento sistemático e permanente do animal.

Ação educativa realizada em 3/4 na Praça Dr. Augusto Silva. Foto: Rafael Passos.

Ações de Educação em Saúde

Além das ações diretas de combate à doença, o Biopar/UFLA, a Vigilância Ambiental e a Vigilância Epidemiológica desenvolvem ações educativas permanentes com a  população.

Pelo projeto “Pesquisador Mirim”, por exemplo, o tema é trabalhado nas escolas das redes pública e privada, informando as crianças sobre as doenças e incentivando uma postura preventiva e proativa.

Ações de educação e saúde também são realizados pelo projeto Minuto da Saúde, que visa levar à sociedade o conhecimento gerado na academia. A ação tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). 

Eventos na Praça Dr. Augusto Silva e outros locais da cidade reforçam a mensagem junto a toda a população. No dia 19/2, as equipes compartilharam informações com a população por meio da ação educativa “Leishmaniose Visceral – conhecer, informar e prevenir”. Outra ação ocorreu nessa segunda-feira (3/7), com a Carreta da Saúde.

Capacitações dos profissionais de saúde do município também fazem parte do roteiro de ações que visam contribuir com a atualização de informações relativas às leishmanioses, auxiliando no rápido diagnóstico e instituição precoce do tratamento adequado.

Sobre o óbito registrado

De acordo com a Vigilância em Saúde da Prefeitura de Lavras, no último fim de semana, foi registrada no município a primeira morte humana por leishmaniose visceral, sendo também a primeira do sul de Minas. A vítima tinha 36 anos, era moradora do bairro Joaquim Sales e estava em tratamento há duas semanas.

O diretor de Vigilância em Saúde, Júlio Cesar Cardoso, destaca a importância da mobilização da população neste momento. “Diferentemente do mosquito que transmite a dengue, que voa em um raio de até 200 metros, o mosquito-palha é local, deslocando-se em pequenas distâncias. Por isso é fundamental o cuidado que as pessoas devem ter na limpeza de seu próprio quintal e nos cuidados com seus cães. A colaboração entre vizinhos, neste sentido, também é essencial”.

A prefeitura dará seguimento às estratégias de prevenção e combate à doença, que envolvem mutirões nos bairros para retirada de entulho, inquérito sorológico canino,  pulverizações de inseticida (de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde) e  ações de sensibilização da comunidade.

Assista à entrevista realizada pela TVU Lavras sobre o tema:

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Confira o horário de funcionamento do Restaurante Universitário e Ciuni nas férias- atualizado

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) informa a comunidade acadêmica sobre o funcionamento do Restaurante Universitário (RU) e Centro de Integração Universitária (Ciuni) no período de férias.

Restaurante Universitário: 

1/4 a 5/4: Almoço e marmitex (11h às 12h30);

6/4 e 7/4: Não funcionará, devido ao corte de água (veja aqui);

10/4 a 16/4: Não funcionará, para realizar manutenção dos equipamentos da cozinha e dedetização;

17/4 a 1/5: Almoço e marmitex (11h às 12h30).

Observação: aos domingos e feriados, no período de férias, o RU não funcionará. 

Ciuni:

A partir desta quinta-feira (30/3) a 23 de abril o Ciuni funcionará das 7h às 19h.

Camila Caetano, jornalista-bolsista DCOM/Fapemig. 

Prefeitura Universitária informa sobre corte de energia- 6 e 7/4

A Prefeitura Universitária informa que no dia 6/4/2017 (quinta-feira), no período das 7 às 12 horas, haverá interrupção no fornecimento de energia nos seguintes locais: setor de Silvicultura do Departamento de Ciências Florestais, Editora, Coordenadoria de Saúde Ocupacional, Pavilhão IV e V e Estufas da Fitopatologia e Entomologia. 

Esta interrupção se faz necessária para o procedimento de ligação elétrica do novo prédio do Laboratório de estudos e projetos em manejo florestal (LEMAF/UFLA).

Já na sexta-feira (7/4), das 7 às 12horas, haverá corte de energia  no Departamento de Zootecnia, Departamento de Medicina Veterinária e Estação de Captação de Água.

Camila Caetano, jornalista- bolsista DCOM/ Fapemig.