Finep: UFLA aprova mais um projeto para aquisição e manutenção de equipamentos multiusuários

Professor Eduardo Alves, apresenta pesquisas em desenvolvimento no LME para o professor Scolforo, na época de sua inauguração
Professor Eduardo Alves, apresenta pesquisas em desenvolvimento no LME para o professor Scolforo, na época de sua inauguração

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) aprovou mais um projeto para aquisição de equipamentos multiusuários de alto custo, desta vez, para o Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultraestrutural (LME). O projeto, sob a coordenação do professor Eduardo Alves, do Departamento de Fitopatologia (DFP), foi aprovado na Chamada Pública MCTI/FINEP/FNDCT 02/2016 – Centros Nacionais Multiusuários.

A proposta da UFLA está no seleto grupo dos 27 projetos aprovados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para Centros Consolidados, de um total de 238 apresentados. O processo de avaliação foi operacionalizado em duas etapas. Na primeira etapa, ao todo – voltadas para Centros Consolidados e Centros Emergentes, concorreram 495 propostas. Para a avaliação, a Finep contou com a colaboração de um Comitê Assessor, constituído por 67 pesquisadores de reconhecida experiência.

O recurso solicitado, da ordem de 3,6 milhões, complementa outro projeto aprovado pelo professor Eduardo Alves, dentro da proposta institucional aprovada na Chamada Pública 2015 (Finep – CT- Infra – Proinfra), intitulado “Novos Materiais e Caracterização de Nanoestruturas (NANO)”, com recursos da ordem de R$ 2.4 milhões. (Clique e veja a matéria sobre aprovação do projeto institucional).

Em virtude do quadro atual de restrições orçamentárias, a liberação dos recursos estará condicionada à aprovação do orçamento de 2017.

Equipamentos de ponta ampliam as possibilidades de pesquisa em diferentes àreas do conhecimento
Equipamentos de ponta ampliam as possibilidades de pesquisa em diferentes àreas do conhecimento

Com os dois projetos aprovados, o professor Eduardo Alves considera que o LME será o mais completo laboratório de microscopia eletrônica do País. A estratégia adotada foi investir na diversidade de equipamentos, para garantir que todas as análises pudessem ser feitas no laboratório da UFLA, sem que fosse preciso recorrer a instituições de grandes centros.

Entre os equipamentos de destaque, previstos na proposta, um STEM-FEG microscópio eletrônico de varredura e transmissão com acessórios analíticos. Primeiro dessa categoria na UFLA, o equipamento se justifica para ampliar as fronteiras do conhecimento na área da nanotecnologia, incluindo diferentes linhas de pesquisa. Entre elas, a utilização de nanofibras para produção de novos materiais para a construção civil (como painéis, telhas, adesivos, etc.); para a indústria de alimentos (embalagens ativas e inteligentes, coberturas comestíveis e/ou biodegradáveis utilizando nanopartículas/nanocápsulas); para aplicações diversas na agroindústria (purificação de água, materiais para plantio de mudas, agentes para remediação de solos, etc.), além de novos materiais (nanocompósitos e/ou bionanocompósitos) que necessitam de alta resolução na análise das amostras associada à análise química.

O coordenador do projeto explica que a estruturação do LME deverá amparar a expansão dos cursos de graduação e fortalecer a pós-graduação da Universidade. Ele ressaltou que os equipamentos fazem parte de um projeto multiusuário, sendo que 22 programas de pós-graduação da UFLA já estão inseridos na proposta. Para Eduardo, o laboratório vai possibilitar novas parcerias, ampliando as linhas de pesquisa com pesquisadores de instituições nacionais e internacionais, incluindo a atração de pesquisadores visitantes.

Apoio Institucional

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Equipe multidisciplinar garante projetos apoiados por diferentes agências de fomento

Para o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, o objetivo é dotar a UFLA de equipamentos multiusuários de maior precisão analítica, possibilitando o avanço necessário ao desenvolvimento de novos materiais, caracterização de nanoestruturas, segurança e qualidade alimentar e ambiental, energias alternativas e sensores de monitoramento ambiental.

“Temos uma equipe extremamente competente para a elaboração, aprovação e efetivação de pesquisas de alta relevância. A aprovação de projetos, em diferentes agências financiadoras, contribui para que a UFLA consolide a sua posição no cenário da pesquisa nacional e atraia, cada vez mais, parcerias e reconhecimento internacional”, considerou Scolforo.

Novas linhas de pesquisa, o fortalecimento das linhas existentes e, principalmente, a busca pela desejada multidisciplinaridade tem sido os principais norteadores das ações da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), sob a liderança do professor Teodorico Castro Ramalho.

O projeto aprovado faz parte de um conjunto de ações que teve a articulação inicial do professor José Maria de Lima, então pró-reitor de Pesquisa e atual assessor de Assuntos Interinstitucionais, com o objetivo de prover uma estrutura de ponta para os laboratórios multiusuários da UFLA e a sua manutenção.

“A proposta, mais uma vez, evidencia a visão de compartilhamento de infraestrutura e equipamentos com foco na melhoria da capacidade de análises na UFLA. O projeto foi concebido pensando-se na expansão dos cursos de graduação da UFLA e no qualificado corpo docente/pesquisador que passou a  fazer parte do quadro da UFLA em razão desses cursos”, considerou.

LME – Trajetória e consolidação

Ao longo de sua trajetória, foram feitas várias atualizações
Ao longo de sua trajetória, o LME passou por várias atualizações

O LME da UFLA foi idealizado em meados dos anos 70, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no âmbito do Programa de Desenvolvimento da Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia na Região Centro-Sul do Brasil – Procensul. Em 1982, por meio da EPAMIG/EMBRAPA/ESAL foi importado o Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET) e alguns acessórios para preparação de amostras. Desde 2002, o LME atua como uma unidade central multiusuária de pesquisa, vinculada à PRP, por meio de resolução do Conselho Universitário (CUNI).

Ao longo de sua trajetória, foram feitas várias atualizações, novos equipamentos foram adquiridos, milhares de profissionais foram treinados e muitos professores passaram a fazer parte de sua equipe. Afinal para ser multiusuário, o LME não tem apenas um professor como referência, mas é usado coletivamente por vários grupos de pesquisa, resultando em dissertações, teses e trabalhos de relevância contribuição científica.

Ao visitar o LME, você poderá encontrar profissionais de quase todas as áreas do conhecimento, da Agronomia à Física, estudantes e pesquisadores renomados; do País e de instituições estrangeiras, reforçando cada vez mais a sua multidisciplinaridade. Essa característica é um dos fortes argumentos para a aprovação de projetos importantes, em diferentes agências de fomento: Capes, CNPq, Fapemig e a Finep, responsável pelas aquisições mais recente.

Desde a sua criação, no LME, foram treinados 415 alunos de pós-graduação, 272 de graduação, 271 usuários de extensão, 21 alunos de iniciação científica e 4 pós-doutorandos; foram publicados 185 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais e vários estão em fase de publicação; defendidas 188 teses e dissertações; 17 monografias e, atualmente, 112 projetos de pesquisa em várias áreas do conhecimento encontram–se em andamento.

Em 2016, a instituição inaugurou o novo prédio do Complexo de Laboratórios da Fitopatologia, que abriga o LME, contemplado com uma área de 1.375m², localizado na avenida central da Universidade. Com novas e amplas salas, para acomodar os equipamentos novos e já existentes, ampliando o atendimento para as aéreas de Engenharias e Saúde, além dos cursos tradicionais.

 

Professor da UFMG proferiu palestra sobre Teoria dos Perfis Conceituais no DEX

1O desafio de fazer com que determinado público compreenda conceitos científicos foi um dos motivos que levou o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eduardo Fleury Mortimer a formular a “Teoria dos perfis conceituais”. Fleury esteve na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em 9/12, onde proferiu palestra sobre o tema durante evento organizado pelo Departamento de Ciências Exatas (DEX).

A Teoria dos Perfis Conceituais foi desenvolvida no decorrer de duas décadas, inicialmente com foco sobre o ensino de Ciências, considerando a heterogeneidade nos modos de pensar e falar encontrados na sala de aula. Por meio dessa teoria, a proposta é que palavras e expressões científicas sejam consideradas em seus vários contextos. Para um mesmo termo, há a coexistência de conceitos alternativos, inclusive frutos do desenvolvimento da própria ciência, que precisam ser considerados no processo de ensino. O perfil conceitual de um indivíduo pode ser enriquecido por meio da aprendizagem de novas zonas conceituais. Fleury conta que sua teoria já foi apropriada por diferentes áreas do conhecimento, como a música e a matemática, ganha espaço também fora do Brasil. “A teoria surgiu voltada ao ensino de Ciências, mas é um princípio geral que se aplica a diferentes campos do conhecimento”.

02Antes da palestra, proferida no auditório do DEX, o professor Fleury fez parte da banca de defesa da dissertação de Mestrado de Lúcio Flávio de Castro Ezequiel (Mestrado Nacional em Ensino de Física). O tema da pesquisa foi “Análise do perfil conceitual em ciclos de modelagem: um estudo sobre o ensino do efeito doppler”. De acordo com o chefe do DEX e orientador da dissertação, professor Ullisses Leitão, a participação de Fleury na avaliação do trabalho foi fundamental. “O título da dissertação faz remissão à teoria. O fato de o professor ter elogiado a análise e contribuído para a aprovação é um indicativo da qualidade do trabalho”.