Infraestrutura é ponto forte da UFLA no Índice das Universidades Empreendedoras

ranking-empreendedorEntre as 42 universidades brasileiras avaliadas na primeira edição do Índice das Universidades Empreendedoras, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) alcançou a 4ª colocação no quesito “Infraestrutura”, sendo a primeira de Minas Gerais nesse eixo. No ranking geral, que envolve resultados para um conjunto de seis diferentes eixos – a UFLA ficou em 14º lugar – é a 4º entre as instituições mineiras.

O Índice é uma iniciativa da Confederação Brasileira de Empresas Júniores (Brasil Júnior), em parceria com quatro organizações estudantis: Rede Ciências sem Fronteiras (CsF), Associação Brasileira de Estudantes (Aiesec), Brazilian Student Association (Brasa) e a Entrepreneurial Action Us (Enactus). O lançamento do documento foi realizado em novembro, no Ministério da Educação (MEC). O estudo busca promover a geração de estímulos para o empreendedorismo nas instituições de ensino superior, destacando as iniciativas já reconhecidas e que colaboram para o sucesso na área.

Informações utilizadas na pesquisa

A pesquisa envolveu a apuração de dados coletados por um questionário on-line, respondido por mais de quatro mil estudantes, além de informações específicas sobre as universidades, levantadas por embaixadores do projeto ligados às instituições. A partir dessas informações, foi formulado o conceito de universidade empreendedora, e elaborado o ranking que apresenta a classificação das universidades quanto a ações voltadas ao empreendedorismo. Além do ranqueamento geral, foram feitas sub-classificações, segundo os eixos eleitos como aqueles que mais influenciam para que a universidade seja empreendedora – cultura empreendedora, extensão, inovação, infraestrutura, internacionalização e capital financeiro.

A UFLA aparece com destaque – em quarta posição, entre as dez primeiras classificadas – no eixo infraestrutura. Esse eixo leva em conta a qualidade de salas de aula, biblioteca, laboratórios de informática e pesquisa, espaços abertos e transporte, além da qualidade das redes de internet e de iniciativas relacionadas a parques tecnológicos. A instituição está precedida pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela comunitária Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). Após a UFLA, ainda nas melhores colocações, estão a Universidade Federal do Rio Grande (URGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Para selecionar as universidades nas quais seria aplicada a pesquisa, os organizadores do Índice basearam-se no Ranking Universitário da Folha (RUF), partindo então das cem primeiras instituições ranqueadas em 2015. Foram excluídas dessa amostra aquelas que não possuem empresas juniores ou organizações ligadas às entidades organizadoras do documento, assim como universidades que não atendiam a outros critérios da pesquisa.

Para levantamento de informações complementares ao questionário on-line, o Índice teve a participação de estudantes das universidades, que atuaram como embaixadores no projeto, apurando dados diversos, como o número de disciplinas de empreendedorismo existente, número de projetos de extensão, o número de empresas incubadas e o número de estudantes em intercâmbio, entre outros. Na UFLA, foram embaixadoras as estudantes de Engenharia Ambiental e Sanitária Gracielly Tomaz e Luisa Santuzzi Alvez.

O Índice publicado traça um panorama sobre o empreendedorismo nas universidades brasileiras na visão dos estudantes, e traz a ponderação de que há um longo caminho de melhorias a percorrer: incremento de grades curriculares, de métodos de ensino, de interação com a sociedade, postura empreendedora do corpo discente e docente, aproximação com a realidade do mercado, produção de conhecimento e inovação e investimentos financeiros.

A universidade empreendedora é a comunidade acadêmica inserida em um ecossistema favorável, que desenvolve a sociedade por meio de práticas inovadoras” – definição de ‘universidade empreendedora’, segundo a publicação.

Sobre os resultados

Para o coordenador de Desenvolvimento Tecnológico e Social da UFLA, professor Dany Flávio Tonelli, hoje responsável na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) pela coordenação das ações institucionais referentes a empresas juniores, o Índice vai ao encontro do que há de mais recente em pesquisa e debate acadêmico sobre o papel da universidade no mundo contemporâneo. “Um desses papéis é contribuir efetivamente para o desenvolvimento tecnológico, social e econômico, especialmente das regiões ou áreas onde essas universidades se inserem. É aí que entra a cultura empreendedora. A UFLA tem se destacado nesse campo, e a Proec, como elo fundamental entre a universidade e a sociedade, deve estimular o empreendedorismo como meio de concretização de transformações sociais e econômicas. O apoio que temos buscado oferecer às empresas juniores é um exemplo de ação direcionada a esses objetivos, já que elas exercem uma importância fundamental na formação e difusão da cultura empreendedora”.

Reforçando o quanto a Universidade tem buscado favorecer o empreendedorismo em Lavras e Região, o coordenador da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Inbatec) e do Parque Tecnológico da UFLA, professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior,  destaca novas ações que contribuirão ainda mais para esse cenário. “Entre as ações, podemos destacar o novo edital para incubação de empresas na Inbatec, que será lançado ainda este mês; o término do Parque Tecnológico de Lavras (Lavrastec) em 2017, que viabilizará a estruturação de um ambiente de atração e desenvolvimento de tecnologias de ponta; o projeto de criação do ecossistema empreendedor Ipes Valley – que propõe a realização de eventos de grande porte como Startup Weekend e TEDx, além de estruturar o processo de pré-incubação e aceleração de empresas; e a construção de uma rede com outras instituições de ensino e pesquisa do sul de Minas para viabilizar o Centro Nacional de Tecnologias de Cidade. Além dessas, várias outras iniciativas estão em andamento para transformar a UFLA em uma instituição cada vez mais empreendedora”.

Confira o Índice de Universidades Empreendedoras – documento completo.

Falta de polinizadores coloca a economia do Brasil em risco, indica estudo com participação da UFLA

Cássio Nunes e Rodrigo Braga, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da UFLA, coautores do artigo que trata da crise do serviço ecossistêmico de polinizadores no Brasil
Cássio Nunes e Rodrigo Braga, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da UFLA, coautores do artigo que trata da crise do serviço ecossistêmico de polinizadores no Brasil

“Podemos salvar a produção de alimentos, se nos preocuparmos com a preservação dos polinizadores”. Essa é a mensagem principal de um estudo que acaba de ser publicado na revista científica Plos One, referência nas áreas de Ciência e Medicina. O artigo, disponível em versão aberta e online, tem como autores pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidad Nacional Autónoma de México e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio.

Cássio Alencar Nunes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada da UFLA e Rodrigo Braga, em pós-doutoramento no Departamento de Biologia (DBI/UFLA), coautores do artigo, fazem o alerta: a possível crise de polinizadores no Brasil pode trazer efeitos significativos sobre a produção agrícola do País e um prejuízo significativo para a economia.

Ele explica que em alguns locais do mundo como, por exemplo, na Europa e nos EUA, existe uma crise biológica de insetos polinizadores e o déficit desses agentes já estão gerando grandes prejuízos econômicos, a medida que a produção de algumas culturas agrícolas são diminuídas. Essa constatação motivou o estudo sobre os efeitos de uma possível crise de agentes polinizadores no Brasil, pensando também nos prejuízos econômicos e sociais, já que uma boa parcela do nosso PIB vem do setor agropecuário.

O estudo utiliza dados oficiais de produção agrícola do IBGE e informações biológicas sobre a dependência das culturas por agentes polinizadores. Os pesquisadores observaram que 68% das 53 principais culturas agrícolas brasileiras são dependentes em algum nível dos polinizadores. As culturas não dependentes de polinizadores produzem maior volume de alimento, principalmente devido à alta produção de cana-de-açúcar, mas a área cultivada e o valor monetário das culturas dependentes de polinizadores são maiores (59% da área cultivada total e 68% do valor monetário).

Ao simular a perda dos polinizadores em uma possível crise, verificou-se que o Brasil poderia perder entre 4,8 e 14,5 bilhões de dólares por ano, somente com a diminuição da produção, o que representaria uma redução de 6,4% a 19,3% da contribuição da Agropecuária no PIB brasileiro, ou seja, uma redução significativa nos 450 bilhões que representou o PIB da Agropecuária em 2013, ano base da pesquisa. Atualizando os dados para a 2015, de acordo com balanço feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a participação do setor no PIB teve uma projeção de 23%, de um total de R$ 5,9 trilhões, ou seja, com o passar do tempo, o impacto da crise de polinizadores só aumenta.

Além disso, foram abordados alguns efeitos dessa redução do ponto de vista social. Como 75% da força de trabalho da agricultura brasileira é composta de agricultores familiares, essas perdas seriam significativas para esse segmento.  O artigo também chama a atenção da academia mundial para os impactos na segurança alimentar do cidadão brasileiro e no comércio mundial, já que o Brasil é um dos maiores exportadores do mundo.

No artigo, também são discutidas algumas estratégias que o Brasil pode tomar para evitar que a crise de polinizadores aconteça. Um dos exemplos é a diminuição no uso de agrotóxicos, que vem sendo apontado como uma das principais causas do declínio de abelhas na Europa e nos EUA. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, inclusive utilizando alguns que já foram banidos em diversos países. Outro exemplo seria a adoção e implementação de práticas de conservação de habitats nativos, já que são grandes fontes de agentes polinizadores das culturas agrícolas.

Outras referências na UFLA

Neste contexto, o Departamento de Entomologia/UFLA, atua há vários anos nas áreas de manejo apícola (incluindo cursos regulares na Graduação) e de proteção de polinizadores, com estudos voltados a avaliar o impacto de produtos fitossanitários sobre as abelhas. Devido a crescente demanda por informação, foi recentemente criado o Núcleo de Estudos em Abelhas – NEBee (http://www.den.ufla.br/nebee/), o Laboratório de Estudo em Abelhas e a reestruturação do Setor de Apicultura, todos com o objetivo de atender a demanda da sociedade acerca do assunto. O tema tem sido objeto de estudo dos professores César Freire Carvalho e Stephan Carvalho.

Em breve, reportagem especial sobre essa linha de pesquisa.

Relevância

A polinização é um dos principais mecanismos de manutenção e promoção da biodiversidade na Terra. Somente após a polinização as plantas podem formar frutos e sementes, das quais dependem para sua reprodução. Mais de 3/4 das plantas agrícolas que alimentam o mundo e muitas plantas utilizadas pela a indústria farmacêutica dependem da polinização por insetos ou outros animais para produzir frutos e sementes. A manutenção da diversidade de polinizadores contribui para a manutenção da nossa diversidade de alimentos e qualidade de vida.

Clique aqui e confira o artigo

Programa de Pós-Graduação em Física realiza encontro de integração com representantes da UFLA, Unifal e UFSJ

Encontro de Iteração do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Física (PPGFI), em associação ampla UFLA, UFSJ e Unifal
Encontro de Iteração do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Física (PPGFI), em associação ampla UFLA, UFSJ e Unifal

Em dezembro de 2011, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) anunciava a abertura de processo seletivo para o Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Física (PPGFI), com início no primeiro semestre letivo de 2012, resultado da associação ampla entre a UFLA, Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ).

Passados cinco anos, nos dias 1º e 2 de dezembro, membros do Programa realizaram um encontro de integração, com o intuito de avaliar a trajetória e planejar os próximos passos para a consolidação e para se preparar para uma futura oferta do doutorado. O encontro foi realizado no Salão dos Conselhos da UFLA, incluindo na programação mesas-redondas, palestras, sessões de pôsteres e comunicações orais.

O Programa em Associação tem nota 3 na Capes (abertura) e terá sua primeira avaliação em 2017 (quadriênio 2013-2016). Ao todo, são 23 professores permanentes e três colaboradores, sendo sete bolsistas ‘produtividade’ do CNPq. O programa teve início com 21 discentes, hoje são 37 nas três instituições e já foram 26 titulados. Doze discentes do programa são bolsistas da Capes e Fapemig.

Avaliação das instituições participantes: direcionamento para o futuro
Avaliação das instituições participantes: direcionamento para o futuro

De acordo com Fernando Gardim, coordenador-geral do Programa de Pós-Graduação em Física e representante institucional da Unifal no programa, a avaliação dos egressos está sendo muito positiva, muitos dos quais com inserção em cursos de Doutorado em instituições consagradas do País. Outro ponto importante é o número de colaborações nacionais e internacionais já conquistados pelo programa, o que permite uma maior visibilidade e parcerias em projetos de pesquisa e publicações.  “Adequar as particularidades de cada Universidade para um único programa não é uma tarefa fácil”, considerou.

Na UFLA, o Programa tem a coordenação do professor Onofre Rojas Santos e do professor Fabiano Ribeiro (coordenador-adjunto).

O coordenador de Astronomia e Física na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Sylvio Roberto Accioly Canuto, fez uma explanação aos participantes sobre o futuro do Programa e os desafios para a sua consolidação. O professor participou de uma mesa-redonda e ministrou a palestra “Estratégias, prioridades e perspectivas para a pós-graduação em Física no Brasil”.

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Participantes do encontro de Integração – UFLA, UFSJ e Unifal

Durante sua fala, o professor Sylvio Canuto destacou alguns equívocos que devem ser evitados na avaliação de um programa de pós-graduação. O primeiro deles é considerar que o elevado número de publicação é suficiente para sua consolidação. Em sua opinião, a publicação com regularidade deve estar aliada a outros fatores, como a estabilidade de um corpo docente com experiência em orientação e apoio institucional. E reforçou: “os índices são consequências da excelência, não o contrário”.

O segundo dia foi reservado para apresentações orais, com o objetivo de difundir a produção científica dos discentes e docentes do Programa. No encerramento, houve uma sessão plenária em que foi feita uma avaliação e considerações finais sobre o evento.

Apoio institucional

Na abertura do encontro, o pró-reitor adjunto de pós-graduação, professor, Márcio Ladeira, fez algumas considerações sobre a proposta da UFLA de ampliar a pós-graduação, como elemento estratégico para manter a qualidade do ensino, pesquisa e extensão – tripé em que a UFLA está alicerçada. Ele traçou um breve resgate da Pós-graduação na Universidade, desde 1975, passando pelo crescimento significativo na última década, somando 25 programas acadêmicos e sete profissionais (26 mestrados e 24 doutorados).

Ladeira completou que o Mestrado em Associação UFLA/UFSJ/Unifal terá todo o apoio institucional que for necessário para sua consolidação, rumo ao desafio de ampliar para a oferta de doutorado.

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Encontro de integração, com o intuito de avaliar a trajetória e planejar os próximos passos para a consolidação