Dicas de Português: Alguns verbos que causam dúvidas

Vimos ou viemos?

Verbo “vir”. Usamos “vimos”, quando se trata de ação presente; e “viemos” quando é uma ação passada.

• “Ontem, viemos aqui e não o encontramos, por isso, hoje, vimos novamente”.

“Se eu a vir” ou “Se eu a ver”?
Verbo “ver”. O correto é “se eu a vir”. O verbo “ver” nas frases em que vem introduzido pelos vocábulos “se” ou “quando”, assume as formas “vir”, “vires”, “virmos”, ”virem”.
Não é correto dizer:

 
• “Se eu a ver, faremos as pazes”.
• “Se veres meu pai, avisa-o”.
• “Quando ele ver a namorada…”.
• “Quando nos vermos, trataremos do assunto”.
• “Quando eles me verem aqui, ficarão surpresos”.

 
O correto é:

 
• “Se eu a vir, faremos as pazes”.
• “Se vires meu pai, avisa-o”.
• “Quando ele vir a namorada…”.
“Quando nos virmos, trataremos do assunto”.

“Deus premia os bons” ou
“Deus premeia os bons”?
O correto é “Deus premia os bons”.

 
Os verbos terminados em “iar”, na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, ficam com a terminação “ia”.
Exemplos:
• premiar: ele premia.
• negociar: ele negocia.
• agenciar: ele agencia.
• sentenciar: ele sentencia.
• silenciar: ele silencia.
• variar: ele varia.

 
Há exceções em cinco verbos:
• ansiar: anseia.
• incendiar: incendeia.
• odiar: ele odeia.
• mediar: medeia.
• remediar: remedeia.
Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

 

UFLA 2016-2020: gestores da instituição se reúnem para alinhamento de diretrizes

reuniao-gestaoUm encontro que reuniu assessores, pró-reitores, diretores e chefes de departamentos da Universidade Federal de Lavras (UFLA) foi realizado na manhã de quinta-feira (30/6), no Salão dos Conselhos, prédio da Reitoria. O grupo foi recebido pelo reitor da instituição, professor José Roberto Soares Scolforo, e pela vice-reitora, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho. A iniciativa faz parte do conjunto de ações iniciais da gestão 2016-2020, que buscam alinhamento de diretrizes entre os membros da Direção Executiva, para que se construam os melhores resultados para a Universidade e seus públicos.

Tratou-se de um primeiro encontro, que, segundo Scolforo, terá continuidade em outras edições, visando a uma gestão compartilhada, participativa, em que todos atuarão em conjunto para a edificação de boas soluções para a Universidade. Nessa primeira reunião com a equipe, o reitor citou pontos da última gestão que merecem aperfeiçoamento e falou de novos projetos, que serão discutidos com todos ao longo de outros encontros. Entre eles está a continuidade do fortalecimento da graduação, a ampliação da pós-graduação e investimentos em infraestrutura e pessoas.

Para o professor Scolforo, apesar da crise política e econômica pela qual passa o País, a UFLA tem condições de permanecer em sua caminhada de desenvolvimento. “Já estamos empenhados em lutas diárias que garantirão os recursos necessários para o cumprimento de todos os compromissos. Em função dessa conjuntura, prazos podem ficar prejudicados, mas os objetivos serão alcançados. Não faltarão esforços”.

Outro ponto abordado foi o curso a ser ofertado a todos os presentes, destinado à capacitação de gestores, com o objetivo de garantir que o grupo domine informações necessárias ao bom andamento do serviço público na Universidade.

Integrantes do DCC e DGTI fizeram apresentação da proposta de um aplicativo durante a reunião.
Integrantes do DCC e DGTI fizeram apresentação da proposta de um aplicativo durante a reunião.

Durante as atividades, a equipe pôde também ter uma mostra do potencial de inovação que deve estimular a gestão, com produtos e serviços inovadores: o trabalho de conclusão de curso de uma estudante de graduação do Departamento de Ciência da Computação (DCC) – Sara Araújo – teve como resultado a criação da proposta de um aplicativo para smartphones que poderá propiciar um salto na qualidade das relações entre os públicos da comunidade acadêmica. O projeto, orientado pelo professor do DCC Neumar Costa Malheiros, está em desenvolvimento com o apoio da Diretoria de Gestão e Tecnologia da Informação (DGTI) e foi apresentado na reunião com a presença da estudante.

Na sequência, pró-reitores iniciaram a apresentação pontos principais que guiarão as ações das pró-reitorias durante a gestão. Como itens expostos pelo pró-reitor de Graduação, professor Ronei Ximenes Martins, estavam as ações: reorganizar, simplificar e tornar mais eficientes  e efetivos o marco regulatório, a gestão acadêmica e o apoio à oferta dos cursos de graduação; aprimorar o currículo de formação de todos os cursos de graduação com inovações e aperfeiçoamentos nos projetos pedagógicos e na oferta dos cursos; fomentar aprimoramentos processuais no ensino-aprendizagem com a melhoria na oferta das disciplinas, na relação entre o porte teórico e as práticas/vivências, na atuação docente, nos processos avaliativos de cursos, do ensino e da  aprendizagem; promover ações (que incluem diagnóstico, acompanhamento e intervenção) para reduzir a evasão e a retenção nos cursos de graduação; contribuir para a ampliação da oferta de cursos de graduação na UFLA.

Já o pró-reitor de Pós-Graduação, professor Rafael Pio, apresentou os pontos: ampliação do número de Programas de Pós-graduação da UFLA – crescimento de 50% (criação de 16 novos programas); aumento do número de discentes em cursos nos Programas de Pós-graduação da UFLA – crescimento de 50% (aumento de 1.000 discentes em curso); criação do Programa Internacional “Tropical Agriculture”, envolvendo Instituições estrangeiras para viabilização da dupla titulação; evolução das ações de internacionalização dos Programas de Pós-graduação da UFLA, principalmente no que tange a ampliação de discentes estrangeiros e implementação do Sistema de Gestão dos Programas de Pós-Graduação da UFLA – ferramenta de acompanhamento dos índices dos Programas de Pós-graduação.

Essas exposições terão continuidade em um próximo encontro, agendado para a próxima quinta-feira (7/7).

Pesquisa na UFLA: estudos científicos contam com peixe-zebra como modelo animal

image024O peixe-zebra (também chamado zebrafish ou peixe paulistinha) tem sido uma espécie aliada da ciência nas pesquisas da área biomédica, nos estudos comportamentais, genéticos, toxicológicos. Depois dos roedores, eles são atualmente os modelos animais mais utilizados para pesquisas experimentais, devido à semelhança genética com seres humanos, apresentando-se como modelo alternativo.

A Universidade Federal de Lavras (UFLA), desde 2010, mantém uma ala de peixes em seu Biotério Central, com a criação de peixes-zebra para pesquisa. No momento, estão em desenvolvimento pesquisas que podem gerar novos conhecimentos sobre alterações hormonais,  alcoolismo,  agrotoxicologia e ecotoxicologia.

O peixe, cujo nome científico é Danio rerio, é de origem asiática e foi o primeiro a ter todo o seu genoma totalmente sequenciado – foram 26 mil genes codificados. Desse sequenciamento, verificou-se que eles possuem 70% de seus genes semelhantes aos dos humanos. No caso dos roedores, a semelhança é de 85%. No entanto, o zebrafish é hoje um modelo adequado para pesquisas da área biomédia e desenvolvimento de novas terapias porque possui 85% dos genes que estão associados a causas de doenças no homem.

image015
Representantes de instituições ligadas à Rede Mineira de Bioterismo conheceram as instalações da ala de peixes do Biotério da UFLA.

Como integrante da Rede Mineira de Bioterismo, a UFLA tem contribuído para pesquisas desenvolvidas no Estado, fornecendo a outras instituições as condições para que desenvolvam estudos utilizando esse modelo animal. Em 24/6, representantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Ezequiel Dias (Funed), todas ligadas à Rede, participaram de um encontro na UFLA, durante o qual conheceram as instalações da ala de peixes do Biotério e assistiram à apresentação de algumas pesquisas desenvolvidas com o zebrafish no local.

Um dos estudos apresentados no encontro está sendo feito no Biotério da UFLA pela doutoranda em Genética da UFMG Isadora Marques Paiva, orientada pela professora Ana Lúcia Brunialti Godard (UFMG). Ela investiga a função de um gene específico (LRRK2) e de microRNAs na manifestação do alcoolismo, realizando experimentos com o zebrafish. Os primeiros resultados do estudo já permitem observar a alteração do comportamento dos peixes quando expostos ao álcool. “Estima-se que em 2010, por exemplo, o uso de álcool foi responsável por mais de 2,5 milhões de morte em todo o mundo”, citou Isadora, ao explicar a relevância social dos estudos.

Já a fisioterapeuta Luciana Crepaldi Lunkes, doutoranda em Ciências Veterinárias da UFLA, sob orientação do professor do DMV Luis David Solis Murgas, observou em suas pesquisas a influência hormonal na contenção dos efeitos caraterísticos do estresse agudo. Os peixes-zebra foram utilizados nos experimentos, durante os quais ela acompanhou níveis de glicose, cortisol e lactato dos animais após passarem por situações de estresse.

Todas as pesquisas realizadas com os peixes do Biotério da UFLA seguem as orientações do Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea), da  Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceua) e dos comitês de ética das instituições envolvidas, além de normas preconizadas pela Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL), a Lei 11.794 de 2008 (Lei Arouca) e o Guide for Careand Use of Laboratory Animals (Eighth Edition).

As vantagens apontadas pelos pesquisadores para utilização de peixes-zebra nos estudos são muitas: a criação tem custo bem mais baixo que a de outros modelos animais, o ciclo de vida é rápido (em 72 horas os ovos eclodem e em três meses as larvas evoluem para o estágio adulto), eles ocupam pequenos espaços, têm alta fertilidade e alta capacidade de absorção de substâncias pela água, o que evita procedimentos mais invasivos. As investigações científicas com o zebrafish, em alguns casos, substitui o uso de experimentos com roedores e, em outros, é um complemento que agiliza os resultados.

O organizador, na UFLA, das atividades do encontro da Rede Mineira de Bioterismo foi professor do Departamento de Medicina Veterinária (DMV) Luis David Solis Murgas.

image039
As chamadas racks permitem manter os peixes em condições adequadas de temperatura, pH e qualidade da água.

Sobre a ala de peixes no Biotério Central da UFLA

O visitante que chega ao Biotério da UFLA tem muitos protocolos a seguir e o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) é obrigatório, para afastar possibilidades de contaminação do local.  Nas instalações da ala de peixes, os zebrafish são mantidos em estruturas chamadas racks, que possuem um conjunto de aquários de três litros, nos quais são colocados, em média, dez animais. A tecnologia acoplada às estruturas garantem todas as condições ambientais necessárias à qualidade da vida dos peixes, com controle automático de temperatura da água, de pH e do nível de amônia.

A alimentação desses peixes deve ser feita tanto com ração quanto com alimento vivo. O biólogo Fidélis Antonio da Silva Júnior, técnico do Biotério, explica que, em alguns estágios de seu desenvolvimento, os peixes não estão com seu sistema digestivo completo. Nesse caso, os alimentos vivos garantem os estímulos necessários. Por essa razão, são adquiridos, com recursos de projetos, ovos de um microcrustáceo (as artêmias) que passam por processos específicos até que atinjam as fases adequadas ao consumo dos peixes. Esses processos exigem a mimetização das condições da água do mar, além de outras técnicas que envolvem incidência de luz e fornecimento de oxigênio.

Além da garantia de alimentação adequada, há também aquários e técnicas específicas para propiciar a reprodução e a geração de embriões de zebrafish.  Peixes machos e fêmeas passam algum tempo no mesmo aquário apenas se observando, separados por uma barreira física. Quando o processo de acasalamento é liberado pelos pesquisadores, cada casal dá origem a cerca de cem ovos.  Grande parte dos estudos é feita com os embriões.

image046
Durante o encontro da Rede Mineira de Bioterismo, pesquisadores apresentaram estudos que têm como modelo animal o zebrafish.

Além do zebrafish, no Biotério Central da UFLA há outras espécies, como peixes ornamentais, peixes nativos e exóticos. É mantida ainda uma estrutura de congelamento de sêmen de peixes, também com desenvolvimento de pesquisas com esse material.

Para a coordenadora da Rede Mineira de Bioterismo, professora Vera Maria Peters, que participou da vista ocorrida em 24/6, é possível observar com clareza o quanto a Rede Mineira cresceu com a inserção da UFLA na parte de peixes. “A instituição obteve benefícios, porque melhorou sua infraesturuta e condições de trabalho, e a Rede Mineira também se beneficiou, já que a UFLA hoje oferece produtos ao Estado, por meio de uma base muito promissora para a pesquisa científica”, comentou.

O Biotério Central está vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e tem como finalidade a criação, manutenção e reprodução de animais para uso em experimentação científica. Está localizado no Departamento de Medicina Veterinária (DMV) e é dividido em duas alas, sendo uma destinada à criação e experimentação com peixes, coordenada pelo professor Luis David Solis Murgas, e outra destinada à criação e experimentação com roedores (ratos e camundongos), coordenada pelo professor do Departamento de Saúde (DSA) Rodrigo Moura.