IPR/IPP: julho apresentou queda na renda agrícola; acumulado do ano continua positivo

IPP-IPRO Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA) divulgou o Índice de Preços Recebidos (IPR) e o Índice de Preços Pagos (IPP) do mês de julho: o preço de venda dos produtos agrícolas no Sul de Minas Gerais apresentou queda de 1,74 % e o os preços dos insumos agrícolas (IPP) tiveram aumento 0,4%.

No acumulado do ano, entretanto, a renda média permanece com alta de 23,93%. As quedas foram registradas apenas a partir de maio, período no qual a redução total da renda já chegou a 17,46%, incluindo-se os resultados de julho. No mês passado, os grãos e a cana apresentaram as maiores diminuições no preço de venda (15,09% e 14,6%, respectivamente), o que se justifica pelo período de safra, em que há um aumento da oferta.

Também no acumulado geral deste ano, os grãos e a cana de açúcar fecharam o mês com índice negativo (-13,90% no caso dos grãos e -1,37% para a cana). Já o café segue com saldo positivo no ano (50,88%), apesar de vir apresentando sucessivas quedas de preço desde abril.

Os preços recebidos pela carne aumentaram 8,28%. De acordo com o professor do DAE Renato Fontes, a explicação está nas condições climáticas, que afetam a engorda do gado, e no período de realização da copa do mundo, quando ocorreu crescimento no consumo de carnes – sem haver estoque disponível – levando a uma elevação dos preços.

Entre os derivados agropecuários, houve aumento médio de 1,37%. Como também explica o professor Renato, no caso desses produtos é possível segurar a variação de preços da matéria-prima por algum tempo, não repassando seus custos imediatamente ao consumidor.

Quanto à elevação dos preços dos insumos agrícolas, os fertilizantes são um dos principais grupos em que houve aumento. A redução na oferta desses produtos, ocasionada pelos entraves a sua produção, tornou os preços de aquisição mais altos para os produtores. Segundo o professor Renato, a expectativa do mercado de fertilizantes é de retração na produção durante o segundo semestre, o que pode intensificar o problema.