Dicas de Português – crase (2)

Dando continuidade ao nosso estudo sobre a crase, nesta semana, veremos uma parte de quando não devemos usar o sinal indicativo de crase (sinal grave).

Casos em que não se usa a crase

“Não custa lembrar que, ao pé da letra, crase não é o nome do acento, e sim do fenômeno. Crase significa fusão, mistura: em gramática, a mistura de duas vogais iguais como a que ocorre em Vou à (a+a) escola. A fusão das duas vogais é representada pelo acento grave que, metonimicamente, acaba sedo chamado de crase.” (Pasquale Cipro Neto)

NÃO USAMOS A CRASE:

1. Antes de Palavras Masculinas: Ando mais a do que a cavalo.

  • Isso cheira a vinho / Trabalhava de sol a sol.

Mas atenção: Nos casos em que existe um substantivo feminino subentendido antes de nomes masculinos, pode ocorrer a crase. Os substantivos femininos subentendidos são: maneira, moda ou qualquer outro que determine uma empresa: O Governo não fez novas concessões à (companhia) Ford.

  • Comi um bife à Rossini (à moda Rossini). / Referiu-se à (nave) Apollo.
  • Estilo à (maneira) Rui Barbosa. / Vou à (editora) Melhoramentos.

2. Antes de Verbos – Os verbos não são nomes femininos, Por isso, nunca vêm precedidos de artigo [a]; e sim da preposição [a]:

  • Começou a chover. / Preços a combinar. / Pôs-se a falar.

3. Antes de Ela, Esta e Essa: Pediram a ela que saísse.

  • Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a essa moça.

Antes do Artigo Indefinido [Uma]: Foi submetido a uma cirurgia.

Exceção: Quando “uma” designa hora: Chegou à uma hora (verif: ao meio-dia).

Antes das Formas de Tratamento: Escreverei a Vossa Excelência.

Exceção: senhora(s), senhorita: Desejo felicidade às senhoras (ou à senhora).

Paulo Roberto Ribeiro
Ascom