Leite e derivados pressionam inflação de junho

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ficou em 0,39%, no mês de junho. Em maio, esse índice havia sido de 0,1%. Com essas variações de preços, a inflação medida pela Ufla, em 2007, está acumulada em 2,49%.

Entre os onze grupos que compõem o IPC da Ufla, a taxa de inflação de junho ficou localizada na categoria alimentos que teve alta, em média, de 1,32%. Os produtos in natura caíram 1,61%, mas os semi-elaborados ficaram mais caros 1,97% e os industrializados tiveram alta de 1,6%. E foram as altas do leite e laticínios que puxaram a taxa de inflação do mês. Para o consumidor, o leite tipo C aumentou 6,0%; o tipo longa vida, alta de 8,26%; o iogurte teve um aumento de 5,4%; a mussarela, subiu 6,88% e o creme de leite ficou mais caro 17,02%.

De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador das pesquisas do IPC e dos Índices de Preços Agrícolas, a alta do leite também foi verificada no campo, quando o pecuarista recebeu 12,66% a mais pela venda do leite fluido tipo C e 4,42% pelo leite tipo B. E essa tendência deve continuar nos próximos meses, devido ao período da entressafra agrícola e ao mercado internacional aquecido, valorizando o leite em pó. Tradicionais países exportadores de leite e derivados, como Argentina e Austrália, foram afetados por problemas climáticos, interferindo no abastecimento externo.

Afirma, ainda, o professor que a taxa de inflação de junho só não foi maior devido à queda nos preços da maioria dos grupos pesquisados: a categoria bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, móveis e informática) variou -0,06%; as despesas com transporte tiveram queda de 0,2%; produtos de higiene pessoal, -0,33%; material de limpeza, -0,3%; educação e saúde, variação negativa de 0,01%, a mesma variação dos gastos com lazer, -0,01%. Não se identificaram mudanças de preços, na média, dos grupos serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) e despesas com moradia.

Além dos alimentos, a pesquisa da Ufla identificou altas nos preços dos itens que compõem o vestuário (0,43%) e as bebidas (0,7%).

O custo da cesta básica de alimentos, para uma família de quatro pessoas, teve uma variação negativa de 0,8% em junho, passando a custar R$268,91. Em maio, seu valor era de R$271,10. Nesse caso, a cesta de alimentos foi influenciada pelas quedas de preços do tomate (-10,84%), do arroz (-3,43%), do feijão (-1,31%), do macarrão (-0,93%) e do açúcar (-2,01%).

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